Boletim epidemiológico do Ministério da
Saúde aponta dados alarmantes
Com
uma função extremamente importante, o fígado é um órgão que pode apresentar
doenças silenciosas, que podem provocar consequências muitas vezes
irreversíveis, levando até a necessidade de um transplante. O órgão tem o papel
de metabolizar os alimentos absorvidos pelo organismo, produz substâncias
capazes de digerir a gordura, além servir como barreira imunológica para o nosso
corpo.
As
doenças hepáticas (do fígado) atingem milhões de pessoas em todo o mundo.
Algumas das doenças mais frequentes que acometem o órgão são Esteatose,
Cirrose, Hepatites e Câncer de fígado.
A
esteatose é uma doença causada pelo excesso de gordura no fígado das pessoas.
De acordo com a Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH), cerca de 20% da
população brasileira sofre com a doença, que pode acarretar uma série de outras
complicações, como hepatite, cirrose e até o câncer de fígado.
Um
dos fatores que influencia este índice é o crescimento do número de pessoas
obesas no país. Devido às crescentes taxas de obesidade, a esteatose tem se
tornado cada vez mais frequente em todas as populações e grupos etários, muitas
vezes está relacionada ao estilo de vida das pessoas, caracterizado pelo
consumo em excesso de calorias e carência de atividade física.
Entre
as principais doenças que podem atacar o fígado está a hepatite. Pode ser
viral, autoimune ou causada pela reação ao álcool ou a medicamentos. Há vários
tipos de hepatite viral, designadas pelas letras A, B, C, D e E. De acordo com
a Organização Mundial da Saúde (OMS), um terço da população mundial sofre
de algum tipo de hepatite.
Segundo
o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde (2017), as hepatites virais são
um enorme desafio à saúde pública em todo mundo. Elas são responsáveis por
cerca de 1,4 milhão de óbitos anualmente. No caso da hepatite B, apenas 30% dos
portadores do vírus podem apresentar pele e mucosa amarelada, urina escura e
fezes embranquecidas. Já a C é muito mais silenciosa
levando as pessoas a descobrir a doença apenas quando ela está no
estágio mais avançado.
Entre
2000 e 2015, somente a hepatite C foi responsável por mais de 46 mil óbitos no
país. Os dados sobre hepatite B também são alarmantes. De 1999 a 2016, foram
confirmados mais de 200 mil casos. Além disso, o estudo do Ministério da Saúde mostrou
que a transmissão sexual da hepatite B é 10 vezes maior na população jovem, entre
20 e 39 anos. Já a hepatite A tem um caráter benigno, menos de 1% dos casos
pode evoluir para casos mais graves.
Segundo
o cirurgião do aparelho digestivo e transplante de fígado do Real Instituto de
Cirurgia Oncológica, Fábio Moura, a transmissão do vírus da hepatite B se dá
principalmente por fluídos corporais (sêmen, sangue, feridas contaminadas,
entre outros). A transmissão vertical (mãe passa para o filho durante a
gestação) também é causa frequente de disseminação. O especialista afirmou
ainda que o vírus da hepatite C é transmitido principalmente pela corrente
sanguínea. “É importante destacar que o vírus da Hepatite C já é o maior
responsável por cirrose e transplante hepático no Mundo Ocidental”, relatou o
médico.
São
consideradas populações de risco indivíduos que receberam transfusão de sangue
e/ou hemoderivados, usuários de drogas intravenosas ou usuários de cocaína
inalada que compartilham os equipamentos de uso, pessoas com tatuagem,
piercings ou que apresentem outras formas de exposição percutânea (consultórios
odontológicos, podólogos, manicures, etc., que não obedecem às normas de
biossegurança).
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