quarta-feira, 20 de junho de 2018

Doenças do Fígado atingem milhões de pessoas no mundo



Boletim epidemiológico do Ministério da Saúde aponta dados alarmantes
Com uma função extremamente importante, o fígado é um órgão que pode apresentar doenças silenciosas, que podem provocar consequências muitas vezes irreversíveis, levando até a necessidade de um transplante. O órgão tem o papel de metabolizar os alimentos absorvidos pelo organismo, produz substâncias capazes de digerir a gordura, além servir como barreira imunológica para o nosso corpo.
As doenças hepáticas (do fígado) atingem milhões de pessoas em todo o mundo. Algumas das doenças mais frequentes que acometem o órgão são Esteatose, Cirrose, Hepatites e Câncer de fígado.
A esteatose é uma doença causada pelo excesso de gordura no fígado das pessoas. De acordo com a Sociedade Brasileira de Hepatologia (SBH), cerca de 20% da população brasileira sofre com a doença, que pode acarretar uma série de outras complicações, como hepatite, cirrose e até o câncer de fígado. 
Um dos fatores que influencia este índice é o crescimento do número de pessoas obesas no país. Devido às crescentes taxas de obesidade, a esteatose tem se tornado cada vez mais frequente em todas as populações e grupos etários, muitas vezes está relacionada ao estilo de vida das pessoas, caracterizado pelo consumo em excesso de calorias e carência de atividade física.
Entre as principais doenças que podem atacar o fígado está a hepatite. Pode ser viral, autoimune ou causada pela reação ao álcool ou a medicamentos. Há vários tipos de hepatite viral, designadas pelas letras A, B, C, D e E. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), um terço da população mundial sofre de algum tipo de hepatite. 
Segundo o boletim epidemiológico do Ministério da Saúde (2017), as hepatites virais são um enorme desafio à saúde pública em todo mundo. Elas são responsáveis por cerca de 1,4 milhão de óbitos anualmente. No caso da hepatite B, apenas 30% dos portadores do vírus podem apresentar pele e mucosa amarelada, urina escura e fezes embranquecidas. Já a C é muito mais silenciosa levando as pessoas a descobrir a doença apenas quando ela está no estágio mais avançado. 
Entre 2000 e 2015, somente a hepatite C foi responsável por mais de 46 mil óbitos no país. Os dados sobre hepatite B também são alarmantes. De 1999 a 2016, foram confirmados mais de 200 mil casos. Além disso, o estudo do Ministério da Saúde mostrou que a transmissão sexual da hepatite B é 10 vezes maior na população jovem, entre 20 e 39 anos. Já a hepatite A tem um caráter benigno, menos de 1% dos casos pode evoluir para casos mais graves.
Segundo o cirurgião do aparelho digestivo e transplante de fígado do Real Instituto de Cirurgia Oncológica, Fábio Moura, a transmissão do vírus da hepatite B se dá principalmente por fluídos corporais (sêmen, sangue, feridas contaminadas, entre outros). A transmissão vertical (mãe passa para o filho durante a gestação) também é causa frequente de disseminação. O especialista afirmou ainda que o vírus da hepatite C é transmitido principalmente pela corrente sanguínea. “É importante destacar que o vírus da Hepatite C já é o maior responsável por cirrose e transplante hepático no Mundo Ocidental”, relatou o médico.
São consideradas populações de risco indivíduos que receberam transfusão de sangue e/ou hemoderivados, usuários de drogas intravenosas ou usuários de cocaína inalada que compartilham os equipamentos de uso, pessoas com tatuagem, piercings ou que apresentem outras formas de exposição percutânea (consultórios odontológicos, podólogos, manicures, etc., que não obedecem às normas de biossegurança).

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