No
dia 20 de junho, das 9h às 17h30, o Projeto Língua Solta promoverá uma capacitação
para a realização do Teste da Linguinha. O evento contará com aula ministrada
pela autora do teste Dra. Roberta Martinelli, além de um minicurso prático. A
aula acontecerá no auditório Jorge Lobo, no Centro de Ciências da Saúde da Universidade
Federal de Pernambuco (UFPE). Já o minicurso será na Clínica C, no Departamento
de Odontologia (Departamento de Prótese e Cirurgia Buco Facial), onde funciona
o projeto.
Desde
2014, o Teste da Linguinha passou a ser obrigatório nas maternidades
brasileiras, com base na lei nº 13.002, sancionada pelo Governo Federal. O
teste tem como objetivo examinar as alterações morfofisiológicas e evitar
futuros problemas como má-formação, fonação, deglutição e dificuldades de ordem
psicossocial para as crianças. Popularmente conhecida como língua presa,
trata-se de uma alteração morfofisiológica que atinge cerca de 17% das crianças
no país e está associada à genética familiar.
O
Protocolo de Avaliação do Frênulo da Língua em Bebês serviu como base para a
elaboração da Lei do Teste da Linguinha, que foi validada de acordo com as
normas internacionais. O protocolo é utilizado por centros de pesquisas de vários
países, incluindo a Academy of Applied
Myofunctional Sciences (AAMS).
O
Língua Solta avalia crianças na faixa etária de 0 a 10 anos de idade. No
entanto, Ana Cláudia Araújo, coordenadora do projeto, enfatiza que quanto mais
cedo a criança realizar o procedimento, melhor é a recuperação e o resultado.
“O ideal é fazer nos primeiros dias de vida do bebê, logo após o diagnóstico
através do teste da linguinha, na maternidade. Inclusive porque a língua presa,
como é conhecida, atrapalha a amamentação e deglutição do bebê. Isso sem falar
nos problemas futuros com relação à fala e até socialização da criança”,
reforça a especialista.
Ana
Cláudia afirma ainda que a questão financeira é um dos grandes problemas para a
manutenção do projeto. “Hoje o grande entrave do funcionamento do projeto é o
financiamento, uma vez que a universidade só contribui disponibilizando a
estrutura física e de equipamentos. Toda a captação de materiais como luva,
gaze, álcool, é obtida através de doação dos pacientes que são atendidos pelo
programa e também por meio de cursos de capacitação”, relata.
Projeto Língua
Solta
Tendo
em vista a necessidade de tratar os pequenos pacientes com essas alterações, os
departamentos de odontologia e fonoaudiologia da UFPE desenvolveram o Projeto
Língua Solta. O programa segue o Protocolo de Avaliação do Frênulo da Língua do
Bebê e garante o diagnóstico e, se preciso, a realização da intervenção cirúrgica,
além de todo acompanhamento posterior com consultas e atendimento
fonoaudiológico.
Em
2017, foram realizados cerca de 700 atendimentos entre consultas avaliativas, procedimentos
cirúrgicos e revisão pós-cirurgia. Atualmente, atende cerca de 30 pacientes por
dia e já assistiu mais de 2.500 crianças. O atendimento é gratuito e realizado na
clínica de pesquisa do departamento de Prótese e Cirurgia Buco-Maxilo-Facial da
UFPE.
A
idealização e coordenação do Língua Solta foi uma iniciativa dos
professores-doutores Ana Cláudia Araújo Silva e Alfredo Justino Gaspar Junior,
ambos docentes da UFPE. A iniciativa conta ainda com a contribuição do
professor de fonoaudiologia Hilton Justino, além de uma equipe
multiprofissional formada por cirurgiões-dentistas, odontopediatras,
fonoaudiólogos, terapeutas ocupacionais e acadêmicos desses cursos.
As inscrições para a
capacitação estão abertas e podem ser feitas através do site
0 comentários:
Postar um comentário
Deixe aqui seu comentário