quarta-feira, 27 de junho de 2018

Diabetes acomete mais 13 milhões de brasileiros


Hábitos saudáveis ajudam no controle da doença
Atualmente, mais de 13 milhões de pessoas convivem com a diabetes no Brasil, o que representa cerca de 7% da população. Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, esse número vem crescendo e a demora no diagnóstico pode agravar o quadro do paciente. Trata-se de uma doença crônica decorrente da deficiência da insulina no organismo, hormônio produzido pelo pâncreas que tem como função regular a quantidade de glicose no sangue. 
O paciente diabético não produz insulina adequadamente e, consequentemente, não consegue controlar o nível de açúcar, o que ocasiona o aumento da substância no corpo, a chamada hiperglicemia. Quando não tratada, a diabetes pode causar danos em vários órgãos, vasos sanguíneos e nervos.
O endocrinologista Fábio Moura explica que muitos portadores da doença não apresentam sintomas, o que pode dificultar o diagnóstico precoce. “50% dos pacientes com diabetes são assintomáticos. A outra metade pode ter perda de peso involuntária, urinar muito, beber muita água, ter uma coceira sem causa óbvia, vários sintomas específicos”, esclarece.
Tipos
As formas mais conhecidas são a diabetes tipo 1 e tipo 2. A primeira acomete entre 5% a 10% dos indivíduos com a doença e acontece quando o sistema imunológico ataca equivocadamente as células beta, responsáveis pela produção do hormônio. Em geral, tem maior frequência em crianças e adolescentes, mas pode ocorrer em adultos também. Já o tipo 2 se caracteriza pela ausência da insulina ou pelo uso inadequado da mesma pelo organismo. Cerca de 90% das pessoas com diabetes têm essa forma e, ao contrário do primeiro, se manifesta mais em adultos.
Existem ainda duas outras apresentações da doença, a Diabetes Latente Autoimune do Adulto (LADA) e a diabetes gestacional. Alguns portadores do tipo 2 podem desenvolver a LADA, que é  um processo autoimune onde o doente perde as células beta do pâncreas. Já a gestacional, é uma condição temporária que pode ocorrer em cerca de 2% a 4% das gestantes. Ela também aumenta o risco do desenvolvimento posterior de diabetes para a mãe e o bebê.
Sinais de alerta
Existem alguns sinais de alerta que valem a pena ser investigados e podem ser indícios de ter a doença, como já ter um diagnóstico de pré-diabetes, pressão alta, colesterol alto ou alterações na taxa de triglicérides no sangue, estar acima do peso, ter parente de primeiro grau com a doença (pai, irmão), ter alguma outra enfermidade que possa estar associada ao diabetes (como a doença renal crônica), diabetes gestacional, síndrome de ovários policísticos.
Diagnóstico e Tratamento
O diagnóstico pode ser feito através de um simples exame de sangue para aferir o nível de glicose no organismo. A glicemia normal em jejum não deve ultrapassar os 100 mg/dL e, duas horas após a refeição, não deve ser maior que 140 mg/dl.
O tratamento e controle pode ser feito por meio de um monitor de glicemia, medicações e, às vezes, por injeções de insulina. Os remédios estão sempre evoluindo e ajudam o pâncreas a produzir mais insulina. Contudo, só o médico poderá indicar qual o melhor tratamento para cada caso. Vale ressaltar que nem sempre o uso de medicamentos é necessário, algumas vezes a mudança no estilo de vida pode ser suficiente.
Segundo Fábio Moura, já existem avanços em relação ao tratamento e controle da diabetes. “Existem drogas com maior capacidade de diminuição da glicemia, de causar perda de peso e não causar hipoglicemia, além de equipamentos mais modernos para monitorar a glicose”, afirma o especialista.
No entanto, o endocrinologista alerta que o grande desafio está relacionado com a educação e conscientização dos doentes. “O grande desafio é a educação dos pacientes sobre a importância da mudança do estilo de vida. Outro grande desafio é o acesso a essas mudanças”, enfatiza.
O paciente diabético precisa adotar hábitos saudáveis como praticar atividade física, evitar o fumo, manter o peso ideal e ter uma alimentação balanceada, regulando a quantidade de doces e gordura consumidos. Exercícios regulares ajudam a reduzir as taxas de açúcar no sangue, pois exigem uma queima maior de energia.

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