domingo, 27 de maio de 2018

52% das famílias não autorizam doação de órgãos em Pernambuco



Na última quinta-feira (24/05), a Central de Transplantes de Pernambuco (CT-PE) realizou um evento para marcar a abertura oficial da Campanha Estadual de Doação de Órgãos e Tecidos para Transplantes, na Secretaria Estadual de Saúde (SES/PE). Na ocasião, a Central divulgou que, até abril deste ano, o percentual de recusas de doação atingiu a marca de 52%, em 2017, o percentual foi de 43%.
O alto índice de negativa para a doação de órgãos chamou a atenção da CT-PE, que já está investido na capacitação dos profissionais envolvidos no processo para qualificar o diagnóstico da morte encefálica e o acolhimento das famílias, para que elas possam ter os subsídios necessários para exercer seu direito de doar os órgãos.
“A recusa familiar pode ser um reflexo da falta de informação ou dos mitos que rodeiam a doação de órgãos e tecidos. Por isso, precisamos, permanentemente, divulgar a importância do ato e incentivar que a população converse sobre o assunto em casa e externe ainda em vida seu desejo de doar. A doação não mutila o corpo do doador, que é entregue íntegro para a família realizar suas cerimônias de despedida. Uma única pessoa pode tirar outras sete da fila de espera, o que mostra a importância desse ato”, esclareceu Noemy Gomes, coordenadora da CT-PE. 
A fila de espera por órgão ou tecido em Pernambuco possui 990 pacientes, sendo 787 aguardando um rim, 98 de fígado, 56 de córnea, 14 de coração e 5 de rim/pâncreas. É importante ressaltar que, desde 2017, Pernambuco possui o status de córnea zero. Isso significa que o paciente, depois de realizar os exames necessários para ser inscrito na fila de espera, faz o transplante em até 30 dias.
Noemy enfatiza ainda que o estado conta com equipes captadoras e transplantadoras capacitadas para realizar os procedimentos, mas para que o transplante seja realizado é necessário que haja o doador. Até abril deste ano, foram realizados 540 transplantes de órgãos e tecidos em Pernambuco. O quantitativo está 3,7% menor do que o mesmo período de 2017, com 561 procedimentos.
Durante o evento, a Central de Transplantes reuniu profissionais de saúde para um curso de atualização sobre morte encefálica e doação de órgãos. Na próxima terça-feira (29/05), a CT-PE e o Cremepe realizarão, na UPE Petrolina, o curso de determinação de morte encefálica para médicos da região, seguindo o compromisso do programa de educação permanente sobre o processo de doação para profissionais de saúde.  
Morte encefálica
A morte encefálica ocorre quando o cérebro perde a capacidade de comandar as funções do corpo, em decorrência de uma lesão conhecida e comprovada. Na morte encefálica, o indivíduo pode ser doador de órgãos e tecidos (coração, rins, pâncreas, fígado e córneas). De acordo com as novas normas, ela pode ser diagnosticada por mais especialidades médicas, além da neurologia. A resolução prevê que os procedimentos para a determinação da morte encefálica devem ser iniciados em todos os pacientes que apresentem coma não perceptivo, ausência de reatividade supraespinhal e apneia persistente.
Estatísticas
Dos 540 transplantes realizados até abril deste ano, 264 foram de córnea (308 em 2017, redução de 14%), 143 de rim (115 em 2017 – crescimento de 24%), 73 de medula óssea (70 em 2017 – aumento de 4%), 42 de fígado (41 em 2017 – 2% de acréscimo) e 18 de coração (21 em 2017 – queda de 14%). Em 2017, no mesmo período, ainda ocorreram 3 transplantes de rim/pâncreas, 1 de fígado/rim e 2 de válvula cardíaca.
Fonte: SES/PE

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