domingo, 27 de maio de 2018

Comércio ilícito de tabaco na mira da OMS no Brasil



Com o intuito de combater o comércio ilícito de produtos provenientes do tabaco, especialistas da Organização Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) se reuniram para ajudar o Brasil a implementar um protocolo de eliminação do comércio clandestino. O encontro aconteceu nos dias 21 e 22 de maio, em Brasília, e contou com o apoio do Instituto Nacional do Câncer (INCA).
O Protocolo faz parte do artigo 15 da Convenção-Quadro para o Controle do Tabaco (CQCT) da OMS e é a principal política para regular a oferta dos produtos oriundos do tabaco. Além disso, ele pretende reduzir as consequências para a saúde e para a economia. 
O Brasil tem evoluído muito na política de controle do tabaco, inclusive com uma redução significativa na prevalência de fumantes nos últimos dez anos. Medidas importantes foram adotadas como o aumento de impostos e de preços dos cigarros. Porém, um levantamento feito pelo INCA verificou o aumento do consumo de cigarros ilegais entre os fumantes.
Katia de Pinho Campos, coordenadora da Unidade de Determinantes da Saúde, Doenças Crônicas Não Transmissíveis e Saúde Mental da OPAS/OMS no Brasil, destacou que apesar do esforço para o controle do tabaco no país, o mercado ilegal desse tipo de produto ainda é uma grande barreira para a saúde pública e econômica.
“O Brasil tem avançado muito no controle do tabaco, principalmente nas medidas para reduzir a demanda de seu consumo. Porém, a indústria continua prejudicando as políticas públicas de demanda ao controle e à oferta desse produto, que todos os anos tira milhares de vidas”, enfatizou Katia. 
A estimativa é que 10% dos cigarros e produtos provenientes do tabaco consumidos no mundo é ilícito. Segundo a OPAS/OMS, esse mercado é apoiado por vários agentes, desde pequenos vendedores ambulantes até redes criminosas organizadas envolvidas com armas, tráfico de seres humanos e terrorismo. Já a indústria do tabaco argumenta que os altos impostos sobre os produtos levam à evasão fiscal.
No entanto, há evidências que comprovam que fatores como governança deficiente no combate ao crime organizado, altos níveis de corrupção, falta de comprometimento do governo no combate ao mercado ilegal de tabaco e ineficiência da alfândega têm tanta importância quanto o aumento dos impostos sobre cigarros.
No Brasil, a medida será fundamental para o controle do comércio ilegal de tabaco, beneficiará a saúde pública e trará muitos benefícios ao governo. Entre eles, destacam-se a diminuição do número de mortes prematuras pelo tabagismo e o aumento de receita tributária para o governo. O prazo para que o país faça sua adesão ao protocolo nas Nações Unidas se encerra no dia 2 de julho.
Em visita recente ao Brasil, o diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, reforçou a importância de tornar o protocolo numa lei internacional. Ele afirmou que são necessários 40 países para que o protocolo se torne lei e 35 países já ratificaram o documento, entre eles Costa Rica, Equador, Nicarágua, Panamá e Uruguai. 
Fonte: OMS

0 comentários:

Postar um comentário

Deixe aqui seu comentário