sábado, 26 de maio de 2018

Glaucoma atinge cerca de 1 milhão de pessoas no Brasil


O glaucoma é uma doença ocular crônica e assintomática, que provoca lesões no nervo óptico ocasionando comprometimento visual. Não há possibilidade de cura mas, na maioria dos casos, pode ser tratado e as consequências evitadas. A lesão existente é irreversível, porém, existem formas de lidar com ela. A doença está entre as principais causas de cegueira irreversível no mundo, no entanto, quanto mais precoce for o diagnóstico, maiores são as chances de impedir a perda da visão. 
Estima-se que a doença seja responsável por 12,3% dos casos de perda de visão em adultos e a incidência aumenta com a idade. No Brasil, a estimativa é que cerca de 1 milhão de pessoas sejam portadoras de glaucoma, embora o número deva ser bem mais elevado, calcula-se que 50% dos portadores ignoram a doença.
De acordo com Cristiane Amaral, oftalmologista do Hospital de Olhos de Pernambuco (Hope), o diagnóstico é feito através da consulta oftalmológica, com aferição de pressão ocular e exame de fundo de olho e avaliação dos resultados de alguns exames complementares.
O tratamento pode ser feito com o uso de colírios, aplicação de laser e cirurgia. Sendo o uso de medicamentos a opção mais indicada. “Na sua maioria os pacientes são tratados com colírios. Uma minoria precisa de tratamento cirúrgico para controle da pressão ocular e da progressão do dano ao nervo óptico”, afirma a oftalmologista.
Os principais fatores de risco são histórico familiar, pressão intraocular elevada, idade acima de 40 anos, diabetes, portadores de miopia, uso prolongado de corticóides, presença de lesões oculares e descendência negra. 
Existem vários tipos de glaucoma: crônico, agudo, secundário à outra patologia e congênito. O mais comum é o crônico, sua evolução é lenta e o portador não percebe a elevação da pressão de seus olhos. A forma aguda se caracteriza por crise de dor forte, devido ao aumento súbito da pressão intraocular, pode ocorrer também o embaçamento da visão. Esse tipo é mais comum em mulheres de idade com catarata. 
Já o glaucoma congênito é o menos comum, devendo ser diagnosticado nos primeiros dias de vida. O recém-nascido apresenta dificuldade de abrir os olhos, sobretudo na presença da luz, a córnea não tem brilho e possui aumento do tamanho. É considerada a forma mais urgente, uma vez que o desenvolvimento da visão dependerá do controle da doença.
Cristiane Amaral falou ainda sobre os desafios a serem enfrentados para evoluir no diagnóstico e tratamento da enfermidade. “São grandes desafios o diagnóstico precoce de uma doença de evolução silenciosa, a educação sobre o potencial de cegueira da doença para que haja adesão do paciente ao tratamento. Além disso, precisamos conhecer cada vez melhor o mecanismo que causa esses danos ao nervo para que sejam desenvolvidas terapias cada vez mais resolutivas”, destacou a médica.
A prevenção é a melhor forma de evitar e pode ser feita através da realização de exames oftalmológicos anuais. Pessoas com mais de 50 anos que apresentam história familiar e fatores de risco como diabetes, miopia e hipertensão arterial devem ser acompanhadas com maior frequência. O glaucoma para ter um bom prognóstico depende de diagnóstico precoce e prevenção. A especialista finaliza ressaltando a importância de consultar o oftalmologista regularmente e seguir rigorosamente as orientações.

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