O glaucoma é uma doença ocular crônica e assintomática, que provoca lesões no
nervo óptico ocasionando comprometimento visual. Não há possibilidade de cura
mas, na maioria dos casos, pode ser tratado e as consequências evitadas. A
lesão existente é irreversível, porém, existem formas de lidar com ela. A
doença está entre as principais causas de cegueira irreversível no mundo, no
entanto, quanto mais precoce for o diagnóstico, maiores são as chances de impedir
a perda da visão.
Estima-se que a doença
seja responsável por 12,3% dos casos de perda de visão em adultos e a
incidência aumenta com a idade. No Brasil, a estimativa é que cerca de 1 milhão
de pessoas sejam portadoras de glaucoma, embora o número deva ser bem mais
elevado, calcula-se que 50% dos portadores ignoram a doença.
De acordo com Cristiane
Amaral, oftalmologista do Hospital de Olhos de Pernambuco (Hope), o diagnóstico
é feito através da consulta oftalmológica, com aferição de pressão ocular e
exame de fundo de olho e avaliação dos resultados de alguns exames
complementares.
O tratamento pode ser
feito com o uso de colírios, aplicação de laser e cirurgia. Sendo o uso de
medicamentos a opção mais indicada. “Na sua maioria os pacientes são tratados
com colírios. Uma minoria precisa de tratamento cirúrgico para controle da pressão
ocular e da progressão do dano ao nervo óptico”, afirma a oftalmologista.
Os principais fatores de
risco são histórico familiar, pressão intraocular elevada, idade acima de 40
anos, diabetes, portadores de miopia, uso prolongado de corticóides, presença
de lesões oculares e descendência negra.
Existem vários tipos de
glaucoma: crônico, agudo, secundário à outra patologia e congênito. O mais
comum é o crônico, sua evolução é lenta e o portador não percebe a elevação da
pressão de seus olhos. A forma aguda se caracteriza por crise de dor forte,
devido ao aumento súbito da pressão intraocular, pode ocorrer também o embaçamento
da visão. Esse tipo é mais comum em mulheres de idade com catarata.
Já o glaucoma congênito é
o menos comum, devendo ser diagnosticado nos primeiros dias de vida. O
recém-nascido apresenta dificuldade de abrir os olhos, sobretudo na presença da
luz, a córnea não tem brilho e possui aumento do tamanho. É considerada a forma
mais urgente, uma vez que o desenvolvimento da visão dependerá do controle da
doença.
Cristiane Amaral falou ainda
sobre os desafios a serem enfrentados para evoluir no diagnóstico e tratamento
da enfermidade. “São grandes desafios o diagnóstico precoce de uma doença de
evolução silenciosa, a educação sobre o potencial de cegueira da doença para
que haja adesão do paciente ao tratamento. Além disso, precisamos conhecer cada
vez melhor o mecanismo que causa esses danos ao nervo para que sejam
desenvolvidas terapias cada vez mais resolutivas”, destacou a médica.
A prevenção é a melhor
forma de evitar e pode ser feita através da realização de exames oftalmológicos
anuais. Pessoas com mais de 50 anos que apresentam história familiar e fatores
de risco como diabetes, miopia e hipertensão arterial devem ser acompanhadas
com maior frequência. O glaucoma para ter um bom prognóstico depende de
diagnóstico precoce e prevenção. A especialista finaliza ressaltando a
importância de consultar o oftalmologista regularmente e seguir rigorosamente as
orientações.
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