sexta-feira, 25 de maio de 2018

Dr. Google: Conheça os riscos de se consultar pela internet



Atualmente, é difícil encontrar alguém que nunca utilizou a internet para buscar algum tipo de informação sobre saúde. Segundo dados da plataforma DeepAdvantage, só no Google, que é o maior site de buscas do mundo, estima-se que sejam realizadas cerca de 60.000 pesquisas sobre saúde por segundo, em um mês seriam 167 bilhões de buscas e mais de dois trilhões por ano no mundo.
Já no Brasil, de acordo com uma pesquisa encomendada pela seguradora Bupa ao Instituto Ipsos e à London School of Economic, oito em cada dez pessoas usam a internet para buscar informações sobre sua saúde, o efeito de remédios e as condições de pacientes com doenças semelhantes. A pesquisa revela que entre os internautas brasileiros 68% fazem buscas sobre medicamentos, 45% sobre hospitais e 41% desejam conhecer experiências de outros pacientes.
Um dado que chama atenção no resultado é que 25% dos entrevistados não se certificam da confiabilidade da fonte de informação. Essa informação é preocupante porque existem muitas informações erradas na internet, mas na área de saúde pode ter consequências graves. 
É preciso levar em conta que, em muitos casos, a pesquisa que o paciente faz na internet pode atrapalhar o andamento da conduta médica no consultório. Muitos pacientes pesquisam sobre seus sintomas na internet e já chegam no consultório apresentando o seu diagnóstico para o médico. No entanto, um mesmo sintoma pode estar associado a diversas doenças e não é uma simples busca no google que irá definir o que o paciente tem de fato. 
De acordo com a cardiologista Danielle Batista, quando a doença que o paciente acha que tem não coincide com o diagnóstico do médico, ele acaba achando que o médico está errado ou não examinou direito. “Nada substitui a relação médico-paciente. Na consulta o médico saberá conduzir a avaliação clínica, física, solicitar exames, se necessário, para chegar a um diagnóstico correto e tratamento adequado. Muitas vezes, o paciente já chega no consultório dizendo ao médico os exames que quer fazer porque viu na internet que eram os indicados para o que ele acha que tem, e isso acaba sendo um entrave na relação médico-paciente”, enfatizou a especialista.
Danielle Batista ressalta ainda que uma grande preocupação se relaciona com a questão da automedicação. Esse é um dos maiores riscos da pesquisa na internet quando se está doente. Outros perigos associados ao uso do google com consultório são: concluir que tem uma doença baseado em alguns sintomas, interpretar exames de maneira equivocada, mudar o tratamento baseado em informação errada, ignorar um problema grave por falta de informação adequada, realizar tratamentos milagrosos recomendados por sites sem avaliação de um médico. A busca incessante por um diagnóstico na internet também pode levar à hipocondria. 
O acesso à informação é essencial, o que prejudica essa relação é a busca de informações em sites que não são confiáveis e o uso como substituição da consulta. De maneira geral, o ideal é a realização de pesquisas em páginas de órgãos confiáveis, como sociedades médicas, Minis­tério da Saúde, sites de veículos de comunicação de referência.

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