Atualmente, é difícil
encontrar alguém que nunca utilizou a internet para buscar algum tipo de informação
sobre saúde. Segundo dados da plataforma DeepAdvantage, só no Google, que é o maior
site de buscas do mundo, estima-se que sejam realizadas cerca de 60.000
pesquisas sobre saúde por segundo, em um mês seriam 167 bilhões de buscas e
mais de dois trilhões por ano no mundo.
Já no Brasil, de acordo
com uma pesquisa encomendada pela seguradora Bupa ao Instituto Ipsos e à London
School of Economic, oito em cada dez pessoas usam a internet para buscar
informações sobre sua saúde, o efeito de remédios e as condições de pacientes
com doenças semelhantes. A pesquisa revela que entre os internautas brasileiros
68% fazem buscas sobre medicamentos, 45% sobre hospitais e 41% desejam conhecer
experiências de outros pacientes.
Um dado que chama atenção
no resultado é que 25% dos entrevistados não se certificam da confiabilidade da
fonte de informação. Essa informação é preocupante porque existem muitas
informações erradas na internet, mas na área de saúde pode ter consequências
graves.
É preciso levar em conta que,
em muitos casos, a pesquisa que o paciente faz na internet pode atrapalhar o
andamento da conduta médica no consultório. Muitos pacientes pesquisam sobre
seus sintomas na internet e já chegam no consultório apresentando o seu
diagnóstico para o médico. No entanto, um mesmo sintoma pode estar associado a
diversas doenças e não é uma simples busca no google que irá definir o que o
paciente tem de fato.
De acordo com a cardiologista
Danielle Batista, quando a doença que o paciente acha que tem não coincide com
o diagnóstico do médico, ele acaba achando que o médico está errado ou não
examinou direito. “Nada substitui a relação médico-paciente. Na consulta o
médico saberá conduzir a avaliação clínica, física, solicitar exames, se
necessário, para chegar a um diagnóstico correto e tratamento adequado. Muitas
vezes, o paciente já chega no consultório dizendo ao médico os exames que quer
fazer porque viu na internet que eram os indicados para o que ele acha que tem,
e isso acaba sendo um entrave na relação médico-paciente”, enfatizou a
especialista.
Danielle Batista ressalta
ainda que uma grande preocupação se relaciona com a questão da automedicação.
Esse é um dos maiores riscos da pesquisa na internet quando se está doente.
Outros perigos associados ao uso do google com consultório são: concluir que
tem uma doença baseado em alguns sintomas, interpretar exames de maneira
equivocada, mudar o tratamento baseado em informação errada, ignorar um problema
grave por falta de informação adequada, realizar tratamentos milagrosos
recomendados por sites sem avaliação de um médico. A busca incessante por um
diagnóstico na internet também pode levar à hipocondria.
O acesso à informação é
essencial, o que prejudica essa relação é a busca de informações em sites que
não são confiáveis e o uso como substituição da consulta. De maneira geral, o
ideal é a realização de pesquisas em páginas de órgãos confiáveis, como
sociedades médicas, Ministério da Saúde, sites de veículos de comunicação de
referência.
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