terça-feira, 24 de julho de 2018

Diabetes gestacional pode trazer complicações para a mãe e o bebê


A amamentação ajuda a reduzir o risco de desenvolver a doença após o parto
A diabetes gestacional é uma condição temporária da doença, na qual a mulher não consegue manter o equilíbrio da produção da insulina no organismo, hormônio produzido pelo pâncreas que tem como função regular a quantidade de glicose no sangue. Pode ocorrer em cerca de 4% a 7% das gestantes e aumenta a chance do desenvolvimento posterior de diabetes para a mãe e o bebê.
A exposição do bebê a grandes quantidades de glicose ainda no útero aumenta o risco de crescimento excessivo (macrossomia fetal) e, consequentemente, partos traumáticos, hipoglicemia neonatal e até de obesidade e diabetes na vida adulta. A ginecologista e obstetra do Hospital Esperança Recife, Simone Carvalho, fala sobre os riscos associados à doença.
“O pior de todos os desfechos é o óbito fetal, quando a doença não é controlada. Durante o nascimento, esses fetos que tendem a ser maiores, com os ombros mais largos, podem ter distensões no parto. Quando eles nascem, também podem desenvolver distúrbios metabólicos e um maior risco de apresentar síndrome de desconforto respiratório”, esclarece a ginecologista. 
O paciente diabético não produz insulina adequadamente e, consequentemente, não consegue controlar o nível de açúcar, o que ocasiona o aumento da substância no corpo, a chamada hiperglicemia. Assim como os outros tipos da doença, a gestacional nem sempre apresenta sintomas. Por isso, o diagnóstico é feito através de exames de rotina do pré-natal. “O diagnóstico pode ser feito no início do pré-natal pela dosagem da glicemia de jejum ou entre a 24ª e a 28ª semana de gravidez com o teste oral de tolerância à glicose, se a glicemia de jejum foi normal no início”, explica Simone.
Os principais fatores de risco são idade materna avançada, ganho de peso excessivo na gravidez, sobrepeso ou obesidade, síndrome dos ovários policísticos, história prévia de bebês grandes (mais de 4 kg) ou de diabetes gestacional, história familiar de diabetes em parentes de 1º grau (pais e irmãos), hipertensão arterial e gravidez gemelar.
De acordo com a obstetra, o tratamento é realizado por meio do controle do nível de açúcar no organismo, através de alimentação adequada e prática de atividade física apropriada para a gestante. “O tratamento consiste inicialmente em dieta voltada para diabéticas e atividade física sob supervisão, podendo necessitar da associação de medicamentos, caso a dieta sozinha não consiga controlar os níveis de glicemia no sangue”, conclui.
Vale ressaltar que a diabetes gestacional é um fator de risco para desenvolvimento da diabetes tipo 2. Por isso, é necessário que a paciente acompanhe o nível de sua glicose após o parto. A boa notícia é que a amamentação pode reduzir o risco, assim como uma nutrição equilibrada e a prática regular de atividades físicas.

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