OPAS/OMS
enviam alerta aos países para manter vigilância ativa e alta cobertura vacinal
Há quase 30 anos não se
tinha registro de casos de poliomielite nas Américas. Porém, na última sexta-feira
(08/06), a Organização Pan Americana de Saúde (OPAS) e a Organização Mundial da
Saúde (OMS) divulgaram um boletim atualizando a situação epidemiológica da
poliomielite na Venezuela. No dia 7 de junho, as organizações receberam um
relatório sobre a detecção de um possível caso do poliovírus, Sabin tipo 3, em
uma amostra de um paciente venezuelano com paralisia flácida aguda (AFP). O
caso foi confirmado no dia seguinte.
Trata-se de uma criança
de 2 anos e 10 meses, sem histórico de vacinação, residente de uma comunidade
indígena sub-imunizada no Delta Amacuro, na Venezuela. A informação é que a criança
começou a paralisia em 29 de abril de 2018 e em 31 de maio a paralisia flácida
de um membro inferior persiste.
De acordo com a nota, um
tipo de poliovírus Sabin tipo 3 foi identificado e isolado pelo laboratório
nacional de referência National Institute
of Hygiene "Rafael Rangel" (INHRR) em amostra recolhida no
paciente em 30 de abril. As amostras serão enviadas ao laboratório de
referência regional para sequenciamento e confirmação dos achados virológicos.
A OMS relata ainda que outras
crianças da mesma comunidade foram vacinadas em abril com a vacina oral
antipólio bivalente. Segundo uma pesquisa de campo ainda em andamento, uma
menina de 8 anos também foi identificada com presença de flacidez em um membro
inferior. A menina é residente da mesma região
e com histórico vacinal de pelo menos uma dose de tOPV (vacina oral trivalente
contra poliomielite).
Em nota, a OPAS informa
que está realizando uma busca ativa na região, mas até o momento não identificou
novos casos. O organismo internacional informa ainda que a investigação está em
andamento e que compartilhará atualizações na medida em que as informações
estejam disponíveis.
O Ministério da Saúde está
acompanhando as informações divulgadas pela OPAS com relação à vacinação e à
vigilância da doença. Nesta segunda-feira (11/06), a instituição enviou nota de
alerta para os estados e municípios sobre a importância de alcançar e manter
cobertura vacinal contra poliomielite maior ou igual a 95% em cada município. Além
disso, destacou a necessidade da notificação e investigação imediata de todo
caso de paralisia flácida aguda (PFA), que apresente início súbito, em
indivíduos menores de 15 anos.
O Brasil não registra
casos de poliomielite desde 1990. Mesmo com a doença erradicada, o país mantém
a vacina no calendário nacional. No entanto, o Ministério ressalta que a
vacinação é de extrema importância para manter o país livre da circulação de
poliovírus, tanto nas ações de rotina como na Campanha Nacional de Vacinação
contra a doença, que acontecerá no período de 6 a 24 de agosto de 2018. Atualmente,
a cobertura vacinal para poliomielite no país é de 77%.
O Ministério da Saúde
enfatiza ainda que as vacinas que integram o calendário nacional de vacinação
são seguras e eficazes. O esquema é composto por três doses da vacina inativada
poliomielite (VIP), administradas aos dois, quatro e seis meses, além da vacina
oral poliomielite (VOP) aos 15 meses e aos 4 anos.
Poliomielite
A Poliomielite é uma
doença viral altamente contagiosa que acomete, principalmente, crianças
pequenas. O vírus é transmitido através de alimentos e água contaminados e se
multiplica no intestino, podendo invadir o sistema nervoso. Muitas pessoas
infectadas não apresentam sintomas, mas espalham o vírus através de suas fezes
e, com isso, podem disseminar a infecção. Os sintomas iniciais da poliomielite
incluem febre, fadiga, dor de cabeça, vômitos, rigidez do pescoço e dor nos
membros. Em alguns casos, a doença causa paralisia, que geralmente é permanente
e a única maneira de prevenir é através da vacinação.
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