quarta-feira, 13 de junho de 2018

OPAS/OMS confirmam caso de poliomielite na Venezuela



OPAS/OMS enviam alerta aos países para manter vigilância ativa e alta cobertura vacinal
Há quase 30 anos não se tinha registro de casos de poliomielite nas Américas. Porém, na última sexta-feira (08/06), a Organização Pan Americana de Saúde (OPAS) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) divulgaram um boletim atualizando a situação epidemiológica da poliomielite na Venezuela. No dia 7 de junho, as organizações receberam um relatório sobre a detecção de um possível caso do poliovírus, Sabin tipo 3, em uma amostra de um paciente venezuelano com paralisia flácida aguda (AFP). O caso foi confirmado no dia seguinte.
Trata-se de uma criança de 2 anos e 10 meses, sem histórico de vacinação, residente de uma comunidade indígena sub-imunizada no Delta Amacuro, na Venezuela. A informação é que a criança começou a paralisia em 29 de abril de 2018 e em 31 de maio a paralisia flácida de um membro inferior persiste. 
De acordo com a nota, um tipo de poliovírus Sabin tipo 3 foi identificado e isolado pelo laboratório nacional de referência National Institute of Hygiene "Rafael Rangel" (INHRR) em amostra recolhida no paciente em 30 de abril. As amostras serão enviadas ao laboratório de referência regional para sequenciamento e confirmação dos achados virológicos. 
A OMS relata ainda que outras crianças da mesma comunidade foram vacinadas em abril com a vacina oral antipólio bivalente. Segundo uma pesquisa de campo ainda em andamento, uma menina de 8 anos também foi identificada com presença de flacidez em um membro inferior. A menina é  residente da mesma região e com histórico vacinal de pelo menos uma dose de tOPV (vacina oral trivalente contra poliomielite). 
Em nota, a OPAS informa que está realizando uma busca ativa na região, mas até o momento não identificou novos casos. O organismo internacional informa ainda que a investigação está em andamento e que compartilhará atualizações na medida em que as informações estejam disponíveis.
O Ministério da Saúde está acompanhando as informações divulgadas pela OPAS com relação à vacinação e à vigilância da doença. Nesta segunda-feira (11/06), a instituição enviou nota de alerta para os estados e municípios sobre a importância de alcançar e manter cobertura vacinal contra poliomielite maior ou igual a 95% em cada município. Além disso, destacou a necessidade da notificação e investigação imediata de todo caso de paralisia flácida aguda (PFA), que apresente início súbito, em indivíduos menores de 15 anos.
O Brasil não registra casos de poliomielite desde 1990. Mesmo com a doença erradicada, o país mantém a vacina no calendário nacional. No entanto, o Ministério ressalta que a vacinação é de extrema importância para manter o país livre da circulação de poliovírus, tanto nas ações de rotina como na Campanha Nacional de Vacinação contra a doença, que acontecerá no período de 6 a 24 de agosto de 2018. Atualmente, a cobertura vacinal para poliomielite no país é de 77%. 
O Ministério da Saúde enfatiza ainda que as vacinas que integram o calendário nacional de vacinação são seguras e eficazes. O esquema é composto por três doses da vacina inativada poliomielite (VIP), administradas aos dois, quatro e seis meses, além da vacina oral poliomielite (VOP) aos 15 meses e aos 4 anos.
Poliomielite 
A Poliomielite é uma doença viral altamente contagiosa que acomete, principalmente, crianças pequenas. O vírus é transmitido através de alimentos e água contaminados e se multiplica no intestino, podendo invadir o sistema nervoso. Muitas pessoas infectadas não apresentam sintomas, mas espalham o vírus através de suas fezes e, com isso, podem disseminar a infecção. Os sintomas iniciais da poliomielite incluem febre, fadiga, dor de cabeça, vômitos, rigidez do pescoço e dor nos membros. Em alguns casos, a doença causa paralisia, que geralmente é permanente e a única maneira de prevenir é através da vacinação.


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