domingo, 10 de junho de 2018

Mais de mil cidades com risco de surto de dengue, zika e chikungunya



O levantamento identificou ainda 2.069 municípios em estado de alerta
Na última quinta-feira (07/06), o Ministério da Saúde divulgou o resultado do último Levantamento Rápido de Índices de Infestação pelo Aedes aegypti (LIRAa). A pesquisa foi realizada em 5.191 municípios com o intuito de avaliar o risco de aumento das doenças causadas pelo mosquito. 
Os números indicam que 1.153 municípios brasileiros (22%) apresentaram um alto índice de infestação, com risco de surto para dengue, zika e chikungunya. Além das cidades, o estudo identificou ainda 2.069 municípios em estado de alerta, com o índice de infestação predial (IIP) entre 1% a 3,9% e apenas 1.711 municípios com índices satisfatórios. Os dados foram coletados no período de janeiro a 15 de março deste ano.
De acordo com Osnei Okumoto, secretário de Vigilância em Saúde do Ministério da Saúde, as ações de prevenção e combate ao mosquito devem ser constantes, para manter baixos os índices de infestação, sobretudo no período de maior proliferação do Aedes aegypti. “O resultado do levantamento indica que é necessário dar mais atenção nas ações de combate ao mosquito. A prevenção não pode ser interrompida, mesmo no período mais frio do ano. (...) Assim será possível manter a redução do número de casos”, alertou.
Do total de municípios avaliados 4.933 fizeram o LIRAa e 258 por armadilha. A metodologia da armadilha é utilizada quando a infestação do mosquito é muito baixa ou inexistente. Já o LIRAa é um instrumento fundamental para o monitoramento e controle do vetor e das doenças. O objetivo é fazer com os municípios possam planejar as ações de combate e controle do mosquito com maior eficácia, em especial nas cidades em risco e em alerta. É com base nos resultados desse levantamento que o gestor pode identificar onde estão concentrados os focos de reprodução do mosquito, assim como qual o tipo de criadouro predominante. 
A pesquisa identificou ainda os principais tipos de criadouros do Aedes aegypti. Na região nordeste, o armazenamento inadequado de água no nível doméstico, através de tonel e barril, é a principal forma de proliferação o mosquito. Nas regiões norte, sul e centro oeste, o maior número de depósitos encontrados foi em lixo, como recipientes plásticos, garrafas PET, latas, sucatas e entulhos de construção. Já no Sudeste predominaram os depósitos móveis, como vasos/frascos com água, pratos e garrafas retornáveis.
Com o aparecimento do vírus zika no Brasil e sua associação com os casos de malformações neurológicas, o Governo Federal tem se mobilizado e acionado órgãos federais, estados e municípios para a implantação de ações contínuas para o combate ao vetor e o monitoramento da situação epidemiológica. Para 2018, o Minsitério da Saúde prevê um orçamento de R$ 1,9 bilhão para essa finalidade. O recurso será destinado à vigilância das doenças transmissíveis, entre elas dengue, zika e chikungunya. 
Casos de Dengue,  Zika e Chikungunya
Em 2018, até 21 de abril, foram registrados 101.863 casos prováveis de dengue, 29.675 de febre chikungunya e 2.985 casos de Zika no país. Em comparação ao mesmo período do ano passado, houve uma redução de 20% (128.730) para os casos de dengue, 65% (86.568) para febre chikungunya e 70% (10.286) nos casos de zika.
Em relação aos óbitos também houve uma redução significativa. De 72 óbitos em 2017 para 40 em 2018 por dengue (44%). No mesmo período do ano passado foram 83 mortes por chikungunya e apenas 4 esse ano. Em relação à zika, apenas um óbito confirmado em 2018.

Resultado das capitais 
Participaram do monitoramento 22 capitais, 20 realizaram o LIRAa, 2 fizeram por armadilha, porém 5 delas não enviaram informações (Boa Vista, Belo Horizonte, Curitiba, Florianópolis e Campo Grande). Os municípios de Natal e Porto Alegre realizaram levantamento por armadilha. 
Capitais com índice satisfatório
São Paulo (SP)
João Pessoa (PB)
Aracaju (SE)
Capitais em situção de risco
Cuiabá (MT)
Rio Branco (AC)
Capitais em situção de alerta
Rio de Janeiro (RJ)
Fortaleza (CE)
Porto Velho (RO)
Palmas (TO)
Maceió (AL)
Salvador (BA)
Teresina (PI)
Recife (PE)
Brasília (DF)
Vitória (ES)
São Luis (MA)
Belém (PA)
Macapá (AP)
Manaus (AM)
Goiânia (GO)
Fonte: Ministério da Saúde

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