segunda-feira, 14 de maio de 2018

OMS em alerta com novo surto de ebola no Congo



Na última sexta-feira (11/05), a Organização Mundial de Saúde (OMS) informou que a situação do ebola na República Democrática do Congo é preocupante e está se preparando para o 'pior cenário'. O país registrou 32 casos da doença e 18 mortes entre 4 de abril e 9 de maio deste ano.
Segundo a OMS, o risco de disseminação do vírus é muito elevado. "Estamos muito preocupados e nos preparamos para todos os cenários, incluindo o pior possível", declarou o diretor do programa de resposta de emergências da OMS, Peter Salama, em uma entrevista coletiva em Genebra.
Salama ressalta que a grande preocupação é porque trata-se de uma doença letal e com uma taxa de mortalidade de 20% a 90%, além do fato do vírus já ter sido identificado em três áreas distintas do país, tendo inclusive atingido funcionários da área de saúde, o que pode ser um facilitador para uma epidemia. Ele destaca ainda a dificuldade que médicos e voluntários encontram para ter acesso à região mais afetada. Bikoro fica na região noroeste, a 280 quilômetros da capital provincial e com infraestrutura muito pobre.
De acordo com o boletim divulgado, a OMS enviará material sanitário para Bikoro e aguarda autorização do governo local para distribuir uma vacina experimental contra a doença. No momento, 8 países vizinhos estão em estado de alerta por causa da proximidade. Em 2017, o Congo teve um pequeno surto da doença e quatro pessoas morreram.
O ebola foi registrado pela primeira vez, em 1976, no Congo, que na época se chamava Zaire. A enfermidade tem como principal sintoma a febre hemorrágica, que causa sangramentos, e é transmitida por um vírus através do contato físico com líquidos corporais infectados ou pelo consumo de carne de animais silvestres.
EPIDEMIA
A maior epidemia ocorreu no oeste da África, entre 2013 e 2016, com 29 mil casos e 11.300 mortos, a maioria em Guiné, Libéria e Serra Leoa. Na época, a OMS foi criticada por ter demorado a declarar estado de emergência para a saúde pública. Provavelmente, nas duas epidemias, o vírus se espalhou devido à tradição de lavar e beijar os mortos em grandes funerais.
"Temos medo de que o surto se expanda a Bandaka, a capital provincial, com 1 milhão de habitantes. Se chegar a essa cidade, teremos um surto maior e um desafio muito grande, porque sabemos da nossa experiência na África Ocidental que quando o ebola chega à grande cidade, e especialmente a áreas de favelas, é muito difícil deter a doença", afirmou Salama.
O diretor da OMS enfatizou ainda que é essencial informar à população local sobre os riscos de ficar em contato direto com a pessoa contaminada, uma vez que o vírus do ebola é transmitido pela secreção da pele e pelas mucosas, inclusive após a morte do doente.
Com informações da OMS

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