Na última sexta-feira
(11/05), a Organização Mundial de Saúde (OMS) informou que a situação do ebola
na República Democrática do Congo é preocupante e está se preparando para o 'pior
cenário'. O país registrou 32 casos da doença e 18 mortes entre 4 de abril e 9
de maio deste ano.
Segundo a OMS, o risco de
disseminação do vírus é muito elevado. "Estamos muito preocupados e nos
preparamos para todos os cenários, incluindo o pior possível", declarou o
diretor do programa de resposta de emergências da OMS, Peter Salama, em uma
entrevista coletiva em Genebra.
Salama ressalta que a
grande preocupação é porque trata-se de uma doença letal e com uma taxa de
mortalidade de 20% a 90%, além do fato do vírus já ter sido identificado em
três áreas distintas do país, tendo inclusive atingido funcionários da área de
saúde, o que pode ser um facilitador para uma epidemia. Ele destaca ainda a
dificuldade que médicos e voluntários encontram para ter acesso à região mais
afetada. Bikoro fica na região noroeste, a 280 quilômetros da capital
provincial e com infraestrutura muito pobre.
De acordo com o boletim
divulgado, a OMS enviará material sanitário para Bikoro e aguarda autorização
do governo local para distribuir uma vacina experimental contra a doença. No
momento, 8 países vizinhos estão em estado de alerta por causa da proximidade. Em
2017, o Congo teve um pequeno surto da doença e quatro pessoas morreram.
O ebola foi
registrado pela primeira vez, em 1976, no Congo, que na época se chamava Zaire.
A enfermidade tem como principal sintoma a febre hemorrágica, que causa
sangramentos, e é transmitida por um vírus através do contato físico com
líquidos corporais infectados ou pelo consumo de carne de animais silvestres.
EPIDEMIA
A maior epidemia ocorreu
no oeste da África, entre 2013 e 2016, com 29 mil casos e 11.300 mortos, a
maioria em Guiné, Libéria e Serra Leoa. Na época, a OMS foi criticada por
ter demorado a declarar estado de emergência para a saúde pública. Provavelmente,
nas duas epidemias, o vírus se espalhou devido à tradição de lavar e beijar os
mortos em grandes funerais.
"Temos medo de que o
surto se expanda a Bandaka, a capital provincial, com 1 milhão de habitantes.
Se chegar a essa cidade, teremos um surto maior e um desafio muito grande,
porque sabemos da nossa experiência na África Ocidental que quando o ebola
chega à grande cidade, e especialmente a áreas de favelas, é muito difícil
deter a doença", afirmou Salama.
O diretor da OMS
enfatizou ainda que é essencial informar à população local sobre os riscos de ficar
em contato direto com a pessoa contaminada, uma vez que o vírus do ebola é
transmitido pela secreção da pele e pelas mucosas, inclusive após a morte do
doente.
Com
informações da OMS
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