Com o tema Tabaco e
Doença Cardíaca, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lança campanha para
marcar o Dia Mundial Sem Tabaco, comemorado em 31 de maio, e o Dia Nacional de
Combate ao Fumo celebrado em 29 de agosto. O tema deste ano tem o intuito de
alertar para a ligação entre tabaco e doenças cardiovasculares (DCV), incluindo
acidentes vasculares cerebrais (AVC) que são as principais causas de morte do
mundo, acometendo 17,7 milhões de pessoas por ano.
O slogan da campanha desse
ano “Com o coração não se brinca. Faça a melhor escolha para a sua vida: não
fume!” pretende divulgar a relação direta que existe entre o fumo e as doenças
cardíacas, uma vez que o tabagismo é uma das principais causas de infarto,
angina e acidente vascular cerebral.
De acordo com a OMS, 7
milhões de pessoas morrem anualmente pelo tabaco, destas 900 mil são vítimas de
fumo passivo. A pessoa que apenas inala a fumaça do tabaco tem o risco aumentado
de desenvolver doenças cardíacas em 25 a 30%.
Existe uma relação direta
entre o tabagismo e as doenças cardiovasculares, como infarto do miocárdio, doença
vascular periférica, doenças da aorta, aneurisma da aorta e acidente vascular
cerebral. Além disso, o fumo pode causar dependência física, psicológica e
comportamental semelhante ao que ocorre com o uso de outras drogas.
A DCV é causada por um bloqueio
que impede o sangue de seguir para o coração ou para o cérebro. O tabagismo é
um fator de risco para a ocorrência dessas doenças porque forma placas de
gordura nos vasos sanguíneos, aumentando a pressão arterial e a frequência
cardíaca. Além disso, ele induz a resistência à insulina e produz inflamação e
trombose.
Segundo a OMS, as doenças
cardiovasculares são as principais causas de morte em todo o mundo, levando 17,7
milhões de pessoas a óbito todos os anos. No Brasil, o índice representa quase 30%
dos óbitos registrados, sendo mais frequentes em pessoas com idade entre 35 e
64 anos.
João
Cavalcanti Wanderley, cardiologista do Instituto do Coração (Incor), ressalta
que parar de fumar implica numa redução significativa do risco de ter uma
complicação cardíaca. “Já se sabe que a suspensão do uso do fumo reduz
consideravelmente o risco de doenças cardiovasculares, por exemplo, reduziria em
cerca de 50% o risco de infarto do miocárdio”, enfatizou. O especialista
destacou ainda que é fundamental tratar as outras comorbidades (associação de
duas ou mais doenças no mesmo paciente) que aumentam o risco de DCV, como controlar
o peso, a diabetes e a pressão arterial.
“Outra doença que se relaciona
com a parte vascular é a impotência sexual, porque depende muito da irrigação
da região do pênis, e quando você tem ateroesclerose, você pode ter impotência sexual que está
diretamente ligada ao problema vascular e ao cigarro”, afirmou o cardiologista.
O Ministério da Saúde
divulgou o resultado de uma pesquisa que aponta que a frequência do consumo do
tabaco entre os fumantes nas capitais brasileiras reduziu em 36%, no período de
2006 a 2017. Os dados indicam que o número de fumantes diminuiu de 15,7% para
10,1% nesse período.
A pesquisa registrou
ainda que, em 2017, a frequência de fumantes é maior no sexo masculino (13,2%)
do que no feminino (7,5%). Se analisado por faixa etária, a frequência de
fumantes é menor entre os adultos com 65 anos e mais (7,3%). Já as faixas
etárias de 18 a 24 anos (8,5%) e 35 a 44 anos (11,7%) apresentaram um pequeno
aumento em relação ao ano anterior, quando foram registrados 7,4% e 10%,
respectivamente.
“As campanhas existem,
mas precisam ser muito mais enfatizadas e chamar a atenção do público. O
cigarro traz um maléficio enorme e um risco muito aumentado de se ter doenças
cardiovasculares, sobretudo infarto do miocário, AVC e doença vascular
periferica, que muita gente não dá importância, mas que pode levar a amputação
de um membro e outras coisas mais”, concluiu João Cavalcanti.
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