quinta-feira, 31 de maio de 2018

Campanha alerta para a relação entre fumo e doenças cardíacas




Com o tema Tabaco e Doença Cardíaca, a Organização Mundial da Saúde (OMS) lança campanha para marcar o Dia Mundial Sem Tabaco, comemorado em 31 de maio, e o Dia Nacional de Combate ao Fumo celebrado em 29 de agosto. O tema deste ano tem o intuito de alertar para a ligação entre tabaco e doenças cardiovasculares (DCV), incluindo acidentes vasculares cerebrais (AVC) que são as principais causas de morte do mundo, acometendo 17,7 milhões de pessoas por ano. 
O slogan da campanha desse ano “Com o coração não se brinca. Faça a melhor escolha para a sua vida: não fume!” pretende divulgar a relação direta que existe entre o fumo e as doenças cardíacas, uma vez que o tabagismo é uma das principais causas de infarto, angina e acidente vascular cerebral. 
De acordo com a OMS, 7 milhões de pessoas morrem anualmente pelo tabaco, destas 900 mil são vítimas de fumo passivo. A pessoa que apenas inala a fumaça do tabaco tem o risco aumentado de desenvolver doenças cardíacas em 25 a 30%.
Existe uma relação direta entre o tabagismo e as doenças cardiovasculares, como infarto do miocárdio, doença vascular periférica, doenças da aorta, aneurisma da aorta e acidente vascular cerebral. Além disso, o fumo pode causar dependência física, psicológica e comportamental semelhante ao que ocorre com o uso de outras drogas.
A DCV é causada por um bloqueio que impede o sangue de seguir para o coração ou para o cérebro. O tabagismo é um fator de risco para a ocorrência dessas doenças porque forma placas de gordura nos vasos sanguíneos, aumentando a pressão arterial e a frequência cardíaca. Além disso, ele induz a resistência à insulina e produz inflamação e trombose. 
Segundo a OMS, as doenças cardiovasculares são as principais causas de morte em todo o mundo, levando 17,7 milhões de pessoas a óbito todos os anos. No Brasil, o índice representa quase 30% dos óbitos registrados, sendo mais frequentes em pessoas com idade entre 35 e 64 anos.
João Cavalcanti Wanderley, cardiologista do Instituto do Coração (Incor), ressalta que parar de fumar implica numa redução significativa do risco de ter uma complicação cardíaca. “Já se sabe que a suspensão do uso do fumo reduz consideravelmente o risco de doenças cardiovasculares, por exemplo, reduziria em cerca de 50% o risco de infarto do miocárdio”, enfatizou. O especialista destacou ainda que é fundamental tratar as outras comorbidades (associação de duas ou mais doenças no mesmo paciente) que aumentam o risco de DCV, como controlar o peso, a diabetes e a pressão arterial.
“Outra doença que se relaciona com a parte vascular é a impotência sexual, porque depende muito da irrigação da região do pênis, e quando você tem ateroesclerose, você pode ter impotência sexual que está diretamente ligada ao problema vascular e ao cigarro”, afirmou o cardiologista. 
O Ministério da Saúde divulgou o resultado de uma pesquisa que aponta que a frequência do consumo do tabaco entre os fumantes nas capitais brasileiras reduziu em 36%, no período de 2006 a 2017. Os dados indicam que o número de fumantes diminuiu de 15,7% para 10,1% nesse período. 
A pesquisa registrou ainda que, em 2017, a frequência de fumantes é maior no sexo masculino (13,2%) do que no feminino (7,5%). Se analisado por faixa etária, a frequência de fumantes é menor entre os adultos com 65 anos e mais (7,3%). Já as faixas etárias de 18 a 24 anos (8,5%) e 35 a 44 anos (11,7%) apresentaram um pequeno aumento em relação ao ano anterior, quando foram registrados 7,4% e 10%, respectivamente.
“As campanhas existem, mas precisam ser muito mais enfatizadas e chamar a atenção do público. O cigarro traz um maléficio enorme e um risco muito aumentado de se ter doenças cardiovasculares, sobretudo infarto do miocário, AVC e doença vascular periferica, que muita gente não dá importância, mas que pode levar a amputação de um membro e outras coisas mais”, concluiu João Cavalcanti.

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