O Ministério da Saúde instituiu
esse ano a Semana Nacional de Mobilização pela Saúde das Mulheres no Sistema
Único de Saúde (SUS). A portaria foi publicada no Diário Oficial da União do
dia 30 de abril. A semana marca o Dia Internacional de Luta pela Saúde da
Mulher e Dia Nacional de Redução da Mortalidade Materna celebrado no dia 28 de
maio.
O objetivo é fortalecer a
promoção de ações para a saúde da mulher na atenção básica à saúde, garantir
mais acesso ao sistema de saúde e disseminar mais informações à respeito da
temática. Em 28 de maio de 2017, a Organização Mundial de Saúde (OMS) apresentou
dados que comprovam que a hipertensão e a hemorragia estão entre as principais
causas da mortalidade materna no Brasil e no mundo, e ocorrem principalmente
pela má qualidade da assistência no pré-natal e no parto.
Confira
as principais ações que estão sendo implantadas pelo órgão:
Pré-natal
deve começar o mais cedo possível
A morte materna é
qualquer morte que ocorre durante a gestação, parto ou até 42 dias após o
parto. Ela pode ser decorrente de qualquer causa relacionada ou agravada pela
gravidez, porém não devida a causas acidentais ou incidentais. Em torno de 92%
das mortes maternas são por causas evitáveis e ocorrem, principalmente, por
hipertensão, hemorragia ou infecções. Daí a importância de a gestante procurar
uma unidade de saúde para iniciar o pré-natal o mais precocemente possível,
sendo avaliada por um profissional que possa identificar a necessidade de
assistência mais especializada e de maior complexidade.
Durante a gravidez, é
importante também que as mulheres estejam atentas aos sinais de dor de cabeça
ou dor na nuca, visão turva, sangramento pela vagina ou febre. Nestes casos, é
necessário buscar com rapidez uma unidade de saúde mais próxima. Outros sinais
que também devem alertar a gestante a procurar assistência, a fim de diminuir
os riscos para si própria como para o bebê, são inchaço nas pernas ou braços,
corrimento ou secreção vaginal com odor desagradável, ardor ao urinar.
Rede
Cegonha acompanha a saúde da mulher
As unidades de saúde
públicas contam com a estratégia Rede Cegonha, que acompanha a mulher desde a
concepção, no pré-natal (atenção básica), até o parto e pós-parto, bem como a
criança, no seu desenvolvimento e crescimento até completar dois anos de vida.
Em incentivos vinculados a Rede Cegonha, são repassados, em média, R$ 1 bilhão
por ano. Segundo dados da análise Saúde Brasil 2017 do Ministério da Saúde, o
acesso ao pré-natal foi adequado ou mais que adequado para cerca 70% das
mulheres.
Atualmente, a Rede
Cegonha está presente em mais de 1.600 maternidades (públicas ou conveniadas)
ao SUS. Este número engloba as unidades que fazem mais de 1.000 partos por ano.
Portanto, as ações da Rede Cegonha se estendem a um grande número de
maternidades pelas diversas regiões do país. Existem, atualmente, 23 Centros de
Parto Normal e 18 Casas da Gestante, Bebê e Puérpera, com investimentos em
curso para melhoria da ambiência das maternidades e adequação do local de parto
para um atendimento mais humanizado (RDC 36/2008).
Redução
da taxa de cesárea no Brasil
A Rede Cegonha trabalha
também no sentido de aconselhar as gestantes sobre os benefícios do parto
normal, destacando que a cesárea deverá ser realizada somente quando for
necessária. As ações do Ministério, com vistas à mudança do modelo de atenção
ao parto e nascimento com práticas baseadas em evidências científicas e a
valorização do protagonismo da mulher na hora do parto, têm contribuído para
reduzir a taxa de cesárea no Brasil. Desde 2000, as taxas de cesárea
apresentavam uma tendência de aumento alcançando 57% em 2014 com redução para
55,5% em 2015.
Para fortalecer as ações
em curso com vistas à diminuição das taxas de cesárea, o Ministério da Saúde,
lançou no dia 8 de março deste ano, o Projeto Parto Cuidadoso, que visa, entre
outros objetivos, a implementação de critério para avaliar, monitorar e
comparar as taxas de cesáreas ao longo do tempo em um mesmo hospital e entre
diferentes hospitais.
Cursos
qualificam o atendimento
Está em andamento o
projeto de Aprimoramento e Inovação no Cuidado e Ensino em
Obstetrícia e Neonatologia (Apice On) importante ferramenta da Rede
Cegonha, que tem entre as principais ações, a de qualificar o ensino e o
exercício da obstetrícia e neonatologia, com base nas melhores evidências
científicas, segurança e garantia de direitos; promover a incorporação das “Diretrizes Nacionais para o
Parto Normal” e as “Diretrizes de Atenção à Gestante: a operação
cesariana”.
Outra iniciativa, em
conjunto com a Organização Pan-Americana da Saúde (Opas),
é o Projeto Zero Morte Materna por Hemorragia que tem, entre os objetivos, o de
qualificar as equipes de saúde para o manejo clínico da hemorragia pós-parto
direcionado (farmacológico e não-farmacológico), bem como discutir a situação
da hemorragia obstétrica e da organização da rede de atenção materno-infantil
em cada Estado.
Existem ainda cursos
voltados para qualificação e formação de enfermeiras na área obstétrica,
incluindo residência, especialização e aprimoramento, para atuarem na atenção
ao parto e nascimento de risco habitual. Esta medida é reconhecida
internacionalmente como importante estratégia de qualificação da atenção
materno-infantil. Nos dois últimos anos participaram desta iniciativa
aproximadamente 4 mil profissionais.
Fonte:
Ministério da Saúde
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