Horário estendido permite atendimento
dos pacientes entre 17h e 21h, e aos sábados
“Saio
de casa para trabalhar quase de madrugada, logo cedo, há 14 anos, qual o tempo
que tenho de ir ao médico?”. A realidade de José Erick, de 47 anos, que
trabalha como motorista de ônibus, é quase unânime entre os pacientes do SUS.
Pelo menos nas unidades de saúde da capital pernambucana o cenário começou a
mudar, graças a iniciativa da Prefeitura do Recife de estender o horário de
atendimento na rede. Ao longo do mês, a ação acontece em diversas unidades,
cujo calendário está disponível no portal da prefeitura – www.recife.pe.gov.br.
O
terceiro turno é uma das estratégias para aproximar os homens do serviço de
saúde. O atendimento acontece das 17h às 21h, nos dias de semana, e das 8h às
12h, aos sábados. “Os homens têm em média uma expectativa de vida de sete anos
a menos do que as mulheres. Além disso, vários estudos mostram que os homens
procuram menos os serviços de saúde para prevenção e promoção. Um dos
obstáculos que eles mais falam é a questão do acesso, o horário das unidades”,
afirmou o secretário municipal de Saúde, Jailson Correia.
Oportunidade
que possibilitou o mestre de obras Valdir Alves, de 51 anos, de fazer o
tratamento contra a tuberculose. “Dá tempo de sair do trabalho e ainda passar
em casa, para tomar um banho, antes de vir para o médico”, relatou. Na Unidade
de Saúde da Família José Bonifácio, localizada no Morro da Conceição, onde
mora, foi o local onde Seu Valdir teve o diagnóstico e realiza o tratamento da
doença. “Quando ele chegou aqui, ele estava muito adoentado. Fiquei
impressionada com a assiduidade dele. Talvez porque aqui a gente possibilite
que ele venha ao posto à noite, porque é mais tranquilo, mais discreto”, contou
a enfermeira Robécia Assunção.
Durante
as consultas, o usuário recebe o Cartão do Homem, uma ferramenta criada no
Recife, onde fica registrado o histórico da visita dele ao serviço. “É uma
forma de fazer com que o homem se sinta parte do processo de cuidado”, explicou
a coordenadora da Política de Saúde do Homem, Rafaela Marques. De acordo com
ela, além do acolhimento e atendimento clínico, os pacientes podem ser
atendidos pelo dentista, fazer atualização do cartão vacinal, aferição de
pressão arterial e testes rápidos de HIV, sífilis e hepatites.
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