Por
Rebeka Gonçalves
Dor
na ‘boca do estômago’ e vômitos podem ir muito além de uma simples virose, pode
ser pancreatite. Essa doença é uma inflamação do pâncreas, órgão localizado no
abdômen por trás do estômago, que é responsável pela produção de enzimas
digestivas e insulina. Essa inflamação pode ser aguda ou crônica, dependendo do
tempo e duração.
Estima-se
que a pancreatite aguda atinge de 5 a 35 pessoas em cada 100 mil indivíduos por
ano, de acordo com a Associação Brasileira de Pancreatite. E os principais
fatores de risco são os cálculos de vesícula biliar, o alcoolismo e as
infecções virais, bacterianas e/ou parasitárias.
Segundo
Bernardo Times de Carvalho, gastroenterologista do Hospital das Clínicas de
Pernambuco, o diagnóstico é realizado através da avaliação dos sintomas do
paciente. “Além de exames de sangue onde se detectam aumento nas enzimas
digestivas produzidas no pâncreas conhecidas como amilase e lipase”. Os
sintomas podem ir além, como explica o especialista: “dependendo da causa da
inflamação, o paciente pode apresentar icterícia – amarelidão da pele e olhos,
além de febre”, acrescenta.
O
especialista esclarece as duas principais causas da pancreatite. “A principal
são os cálculos de vesícula biliar, e muitas vezes a pancreatite aguda é a
primeira manifestação da doença calculosa biliar. Por isso, deve ser feita a
retirada da vesícula biliar – colecistectomia – para a prevenção de novas
complicações. A segunda causa é o alcoolismo, logo a abstinência é a melhor
forma de se prevenir da doença”, explica.
A
funcionária pública Socorro Oliveira relata como descobriu a enfermidade. “Tudo
começou nos exames preliminares, na emergência, quando o médico examinou e
disse que era um problema de vesícula, mas que agravou-se devido a uma pedra
que migrou para o pâncreas, sendo diagnosticado pancreatite. Então fiquei
internada com dieta zero, uma vez que a taxa normal da amilase é em torno de
150 e a minha era de 5.000. Passei por um procedimento invasivo, uma
Papilotomia, dez dias antes da cirurgia para fazer a limpeza total da área. Meu
médico disse que eu tinha renascido”, relembra.
O
tratamento da pancreatite aguda é feito através do controle da dor e repouso do
órgão, através do jejum por dois a três dias. Entretanto, algumas situações
exigem o uso de antibióticos, prescritos pelo médico.
A
pancreatite crônica não tem cura, mas quanto mais cedo o diagnóstico e o
tratamento forem realizados, melhor será a qualidade de vida do paciente. Também
é importante parar de fumar, de ingerir bebida alcoólica e manter uma dieta
rica em proteína magra, frutas, vegetais e, principalmente, bastante água.
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