Os recém-nascidos que começaram a amamentar
entre duas e 23 horas após o nascimento tiveram um risco 33% maior de morrer do
que os que mamaram na primeira hora
A Organização
Pan-Americana da Saúde/Organização Mundial da Saúde (OPAS/OMS) recomenda que a amamentação
inicie na primeira hora de vida do bebê, continue de maneira exclusiva até os
seis meses e, de maneira completar, até os dois anos. No entanto, segundo um relatório
lançado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF) e pela
Organização Mundial da Saúde (OMS), cerca de 78 milhões de recém-nascidos (3 em
cada 5) não são amamentados em sua primeira hora de vida. Fato que aumenta o risco
de morte e doença, tornando-os menos predispostos a continuar amamentando.
De acordo com o
documento, os bebês que mamam na primeira hora de vida são significativamente
mais propensos a sobreviver. Mesmo um atraso de algumas horas após o nascimento
pode representar consequências com risco de vida. O contato “pele a pele” e a
amamentação estimulam a produção do leite materno, inclusive o “colostro”,
também chamado de "primeira vacina" do bebê, que é extremamente rico
em nutrientes e anticorpos.
“Quando se trata do
início da amamentação, o timing é tudo. Em muitos países, pode até ser uma
questão de vida ou morte”, diz Henrietta H. Fore, diretora executiva do UNICEF.
“No entanto, todos os anos, milhões de recém-nascidos perdem os benefícios da
amamentação precoce e as razões – com demasiada frequência – são coisas que
podemos mudar. As mães simplesmente não recebem apoio suficiente para amamentar
dentro daqueles minutos cruciais após o nascimento, mesmo do pessoal médico das
unidades de saúde.”
Estudos anteriores,
citados no relatório, mostram que os recém-nascidos que começaram a amamentar
entre duas e 23 horas após o nascimento tiveram um risco 33% maior de morrer do
que aqueles que começaram a amamentar dentro de uma hora após o nascimento.
Entre os recém-nascidos que começaram a amamentar depois de um dia ou mais, o risco
mais do que dobrou.
A iniciativa Global Breastfeeding Collective, da OMS
e do UNICEF, também lançou o Global Breastfeeding Scorecard 2018, que acompanha
o progresso das políticas e programas de amamentação. A publicação incentiva os
países a promoverem políticas e programas que ajudem todas as mães a iniciar a
amamentação na primeira hora da vida de seus filhos e a continuar pelo tempo
que quiserem.
O relatório “Capture the Moment”, que analisa dados
de 76 países, descobre que, apesar da importância do início precoce da
amamentação, muitos recém-nascidos ficam esperando por muito tempo e por
diferentes razões, incluindo:
Alimentos
e bebidas para recém-nascidos, incluindo fórmula: Práticas
comuns, como descartar o colostro, dar mel ao bebê e profissionais de saúde que
dão ao recém-nascido um líquido específico, como água com açúcar ou fórmula
infantil, atrasam o primeiro contato essencial do bebê com sua mãe.
O
aumento das cesarianas eletivas: no Egito, as taxas de
cesáreas mais que dobraram entre 2005 e 2014, aumentando de 20% para 52%.
Durante o mesmo período, as taxas de início precoce da amamentação diminuíram
de 40% para 27%. Um estudo realizado em 51 países observa que as taxas de
início precoce do aleitamento são significativamente menores entre os
recém-nascidos nascidos por cesariana. No Egito, apenas 19% dos bebês nascidos
por cesariana foram amamentados na primeira hora após o nascimento, em
comparação com 39% dos bebês nascidos por parto natural.
Lacunas
na qualidade dos cuidados prestados às mães e aos recém-nascidos:
de acordo com o relatório, a presença de uma parteira qualificada não parece
afetar as taxas de amamentação precoce. Em 58 países, entre 2005 e 2017, os partos
nas instituições de saúde cresceram 18% pontos percentuais, enquanto as taxas
de início precoce aumentaram 6 pontos percentuais. Em muitos casos, os bebês
são separados de suas mães imediatamente após o nascimento e a orientação dos
profissionais de saúde é limitada. Na Sérvia, as taxas aumentaram 43 pontos
percentuais de 2010 a 2014, devido aos esforços para melhorar os cuidados
recebidos pelas mães no nascimento do bebê.
Fonte:
OMS
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