Após
um ano de implementação, o projeto Redução de Mortalidade Materna (RMM) registrou
grandes avanços no Hospital Agamenon Magalhães (HAM), localizado na capital
pernambucana. O projeto-piloto, que tinha como objetivo inicial uma diminuição
de 30% na taxa de mortalidade materna no referido hospital, superou a
expectativa e atingiu 54,23% de redução em sua conclusão.
De
acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), morte materna é considerada
aquela ocorrida durante ou até 42 dias após o término da gravidez,
independentemente da duração e local, por qualquer causa relacionada ou
agravada pela gestação ou sua gestão, mas não devido a causas acidentais ou
incidentais. No Brasil, os números de mortalidade materna são de 60 óbitos
maternos a cada 100 mil nascidos vivos, segundo dados do Ministério da Saúde de
2015.
O
projeto foi liderado pela Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert
Einstein, em parceria com a farmacêutica MSD – por meio de sua iniciativa
global MSD para Mães – e as Secretarias de Saúde de Pernambuco e Recife.
"Nosso
objetivo foi reconhecer o risco existente para aquelas mães, melhorar o
tratamento oferecido e o encaminhamento precoce, além de adequar o pré-natal
para que os períodos de gestação, parto e pós-parto sejam assistidos de maneira
segura", afirma Cláudia Garcia de Barros, diretora executiva de Prática
Assistencial, Qualidade, Segurança e Meio Ambiente da Sociedade Beneficente
Israelita Brasileira Albert Einstein.
“Acreditamos
em projetos que possam ter um impacto positivo e melhorar a qualidade de vida
da população. E isso somente pode ser feito em parceria, alinhando visões
comuns, conhecimento técnico e trabalho árduo, como foi o caso do
projeto-piloto realizado em Recife, junto com o Einstein”, afirma Guilherme
Leser, diretor de Relações Governamentais e Comunicação da MSD Brasil. “Em
cinco anos, o programa MSD para Mães já permitiu que sete milhões de mulheres
tivessem mais acesso à saúde de qualidade, com a implementação de 50 programas
em 30 países, incluindo o Brasil”, declara Leser.
As
ações iniciaram em 2016 com as primeiras avaliações diagnósticas e capacitações
das lideranças do HAM, que envolveram mais de 90 profissionais, e treinamento
de mais de 215 profissionais assistenciais, incluindo o uso do Centro de
Simulação Realística do Einstein.
Em
maio de 2017, as mudanças institucionais começaram a ser colocadas em prática,
como a implantação de protocolos assistenciais para as principais condições
ameaçadoras à vida das gestantes (sepse, prevenção de tromboembolismo venoso,
hemorragia, hipertensão, por exemplo); processos de análise de eventos
adversos; reestruturação do comitê de óbitos; análise de custos envolvidos com
o atendimento subótimo das gestantes e/ou com uma morte materna, dentre outras
medidas.
Além
disso, por se tratar de uma maternidade de referência para todo o estado de
Pernambuco, mais de 200 gestores e profissionais de outras unidades de saúde da
rede de assistência estadual também foram capacitados para identificar os casos
mais graves e com risco de morte para as gestantes, agindo adequadamente para
que elas tivessem um parto seguro e sem consequências negativas também para os
bebês. Assim, o projeto teve uma repercussão positiva também a nível estadual,
com a replicação de boas práticas e capacitação de profissionais de toda a
rede.
“Através
desta parceria, foi possível conhecer e reconhecer a visão dos profissionais de
saúde inseridos no serviço de obstetrícia do Hospital Agamenon Magalhães sobre
a morte materna e sua relação com o acompanhamento de pré-natal e acesso ao
serviço de saúde, analisando como as variáveis relacionadas com o serviço de
assistência obstétrica interferem na ocorrência do óbito materno. A redução da
mortalidade materna depende, além da vontade política, da capacitação dos
profissionais de saúde para um diagnóstico precoce de vulnerabilidade e
acionamento de medidas que evitem a ocorrência de morte materna. Por sermos um
serviço de referência de alto risco gestacional, hoje podemos ser considerados
como excelência no reconhecimento precoce de condições potencialmente
ameaçadoras à vida, bem como capazes de evitarmos a morte materna”, afirma Cláudia
Miranda, diretora do Hospital Agamenon Magalhães.
A
Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES/PE) ainda ressalta a importância do
projeto Redução de Mortalidade Materna (RMM) para a rede estadual de saúde, já
que gestores de outras unidades também foram capacitados, reforçando a
assistência materno-infantil como um todo. Também é importante destacar que,
desde 2015, a Gerência Estadual de Atenção à Saúde da Mulher da SES-PE também
tem atuado em capacitações voltadas à saúde desse público, abordando temas como
boas práticas na obstetrícia e na atenção ao parto e nascimento, planejamento
reprodutivo, pré-natal de alto risco, assistência ao parto humanizado, entre
outros, totalizando mais de 5,5 mil profissionais participantes.
Sobre a Sociedade Beneficente
Israelita Brasileira Albert Einstein
A
Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein (SBIBAE) é uma
sociedade civil sem fins lucrativos. Tem mais de 60 anos de história e atua nas
áreas de assistência à saúde, educação e ensino, pesquisa e inovação e
responsabilidade social. Conta com uma equipe de 13,2 mil colaboradores, 9.415
médicos e está sediada em São Paulo. A SBIBAE possui o Certificado de Entidade
Beneficente de Assistência Social (CEBAS) e é qualificada como Organização
Social da Saúde para atuar na prestação de serviços no Sistema Único de Saúde
(SUS). Seu compromisso com o desenvolvimento amplo da assistência à saúde se
traduz na busca de oportunidades de melhoria e na construção de novos modelos
de trabalho ajustados aos desafios do setor. O Einstein integra fóruns
nacionais e internacionais de discussão e participa ativamente de iniciativas
conjuntas com o poder público, órgãos reguladores, hospitais, operadoras de
planos de saúde e entidades setoriais.
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