terça-feira, 14 de agosto de 2018

Projeto reduz em 54% a mortalidade materna no Hospital Agamenon Magalhães



Após um ano de implementação, o projeto Redução de Mortalidade Materna (RMM) registrou grandes avanços no Hospital Agamenon Magalhães (HAM), localizado na capital pernambucana. O projeto-piloto, que tinha como objetivo inicial uma diminuição de 30% na taxa de mortalidade materna no referido hospital, superou a expectativa e atingiu 54,23% de redução em sua conclusão.
De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), morte materna é considerada aquela ocorrida durante ou até 42 dias após o término da gravidez, independentemente da duração e local, por qualquer causa relacionada ou agravada pela gestação ou sua gestão, mas não devido a causas acidentais ou incidentais. No Brasil, os números de mortalidade materna são de 60 óbitos maternos a cada 100 mil nascidos vivos, segundo dados do Ministério da Saúde de 2015. 
O projeto foi liderado pela Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein, em parceria com a farmacêutica MSD – por meio de sua iniciativa global MSD para Mães – e as Secretarias de Saúde de Pernambuco e Recife.
"Nosso objetivo foi reconhecer o risco existente para aquelas mães, melhorar o tratamento oferecido e o encaminhamento precoce, além de adequar o pré-natal para que os períodos de gestação, parto e pós-parto sejam assistidos de maneira segura", afirma Cláudia Garcia de Barros, diretora executiva de Prática Assistencial, Qualidade, Segurança e Meio Ambiente da Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein. 
“Acreditamos em projetos que possam ter um impacto positivo e melhorar a qualidade de vida da população. E isso somente pode ser feito em parceria, alinhando visões comuns, conhecimento técnico e trabalho árduo, como foi o caso do projeto-piloto realizado em Recife, junto com o Einstein”, afirma Guilherme Leser, diretor de Relações Governamentais e Comunicação da MSD Brasil. “Em cinco anos, o programa MSD para Mães já permitiu que sete milhões de mulheres tivessem mais acesso à saúde de qualidade, com a implementação de 50 programas em 30 países, incluindo o Brasil”, declara Leser.
As ações iniciaram em 2016 com as primeiras avaliações diagnósticas e capacitações das lideranças do HAM, que envolveram mais de 90 profissionais, e treinamento de mais de 215 profissionais assistenciais, incluindo o uso do Centro de Simulação Realística do Einstein.
Em maio de 2017, as mudanças institucionais começaram a ser colocadas em prática, como a implantação de protocolos assistenciais para as principais condições ameaçadoras à vida das gestantes (sepse, prevenção de tromboembolismo venoso, hemorragia, hipertensão, por exemplo); processos de análise de eventos adversos; reestruturação do comitê de óbitos; análise de custos envolvidos com o atendimento subótimo das gestantes e/ou com uma morte materna, dentre outras medidas.
Além disso, por se tratar de uma maternidade de referência para todo o estado de Pernambuco, mais de 200 gestores e profissionais de outras unidades de saúde da rede de assistência estadual também foram capacitados para identificar os casos mais graves e com risco de morte para as gestantes, agindo adequadamente para que elas tivessem um parto seguro e sem consequências negativas também para os bebês. Assim, o projeto teve uma repercussão positiva também a nível estadual, com a replicação de boas práticas e capacitação de profissionais de toda a rede.
“Através desta parceria, foi possível conhecer e reconhecer a visão dos profissionais de saúde inseridos no serviço de obstetrícia do Hospital Agamenon Magalhães sobre a morte materna e sua relação com o acompanhamento de pré-natal e acesso ao serviço de saúde, analisando como as variáveis relacionadas com o serviço de assistência obstétrica interferem na ocorrência do óbito materno. A redução da mortalidade materna depende, além da vontade política, da capacitação dos profissionais de saúde para um diagnóstico precoce de vulnerabilidade e acionamento de medidas que evitem a ocorrência de morte materna. Por sermos um serviço de referência de alto risco gestacional, hoje podemos ser considerados como excelência no reconhecimento precoce de condições potencialmente ameaçadoras à vida, bem como capazes de evitarmos a morte materna”, afirma Cláudia Miranda, diretora do Hospital Agamenon Magalhães.
A Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES/PE) ainda ressalta a importância do projeto Redução de Mortalidade Materna (RMM) para a rede estadual de saúde, já que gestores de outras unidades também foram capacitados, reforçando a assistência materno-infantil como um todo. Também é importante destacar que, desde 2015, a Gerência Estadual de Atenção à Saúde da Mulher da SES-PE também tem atuado em capacitações voltadas à saúde desse público, abordando temas como boas práticas na obstetrícia e na atenção ao parto e nascimento, planejamento reprodutivo, pré-natal de alto risco, assistência ao parto humanizado, entre outros, totalizando mais de 5,5 mil profissionais participantes.
Sobre a Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein
A Sociedade Beneficente Israelita Brasileira Albert Einstein (SBIBAE) é uma sociedade civil sem fins lucrativos. Tem mais de 60 anos de história e atua nas áreas de assistência à saúde, educação e ensino, pesquisa e inovação e responsabilidade social. Conta com uma equipe de 13,2 mil colaboradores, 9.415 médicos e está sediada em São Paulo. A SBIBAE possui o Certificado de Entidade Beneficente de Assistência Social (CEBAS) e é qualificada como Organização Social da Saúde para atuar na prestação de serviços no Sistema Único de Saúde (SUS). Seu compromisso com o desenvolvimento amplo da assistência à saúde se traduz na busca de oportunidades de melhoria e na construção de novos modelos de trabalho ajustados aos desafios do setor. O Einstein integra fóruns nacionais e internacionais de discussão e participa ativamente de iniciativas conjuntas com o poder público, órgãos reguladores, hospitais, operadoras de planos de saúde e entidades setoriais.

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