Especialista
explica como o procedimento é feito e desmistifica algumas questões
Diariamente, milhares de pessoas
se submetem a procedimentos e cirurgias que precisam do uso de anestesia. No
entanto, muitos pacientes ainda têm receio em relação à segurança e efeitos colaterais
causados pelos anestésicos. Muitos mitos ainda circulam como verdadeiros, gerando
ainda mais insegurança. Por isso, o Blog Saúde e Bem Estar entrevistou a
anestesista do Real Instituto de Cirurgia Oncológica, Raíssa Casado, para esclarecer
sobre o procedimento e desmistificar algumas questões.
SBE:
Porque a anestesia ainda causa tanto medo nos pacientes?
Raíssa
Casado: Antes a anestesia era realizada sem
monitorização adequada e com drogas com maiores efeitos colaterais. Hoje existe
uma formação médica de qualidade para se tornar anestesista (no total 9 anos),
drogas cada vez mais seguras e monitorização continua do paciente enquanto está
sendo anestesiado.
SBE:
O que é anestesia?
Raíssa
Casado: Etimologicamente anestesia é a ausência de
sensação. Na nossa prática médica, a anestesia é o bloqueio da sensibilidade e/ou
consciência através do uso de drogas com o objetivo de promover um ato
cirúrgico.
SBE:
Quais os tipos de anestesia que existem e qual a função de cada uma delas?
Raíssa
Casado: A anestesia pode ser classificada em geral,
regional ou local. Na anestesia geral, há a perda de consciência e a
analgesia (ausência da dor) é sistêmica. Na anestesia regional, a
analgesia se limita a uma região do corpo; como acontece nas anestesias
raquidianas e peridurais. Já a anestesia local se restringe a uma pequena
área.
SBE:
Quantas horas em média o paciente fica dormindo?
Raíssa
Casado: É variável conforme o tempo do procedimento.
Planeja-se o tipo de anestesia, quantidade e tipo de medicamento para
satisfazer esta necessidade.
SBE:
Quais são os riscos de uma anestesia?
Raíssa
Casado: Cada anestesia tem um risco associado. Desde uma
reação alérgica, alterações hemodinâmicas, dor de cabeça, disfunção cognitiva
no pós-operatório, entre outras. Mas, com o avanço dos recursos de monitorização
do paciente durante a cirurgia, esses efeitos têm ocorrido com baixa
frequência.
SBE:
Existe teste para saber se o paciente é alérgico à anestesia?
Raíssa
Casado: Não
SBE:
Como devem proceder os pacientes que tiveram reações alérgicas a medicamentos?
Raíssa
Casado: Evitam-se as medicações durante o procedimento
ou drogas similares.
SBE:
Como devem proceder os pacientes portadores de doenças como asma, diabetes,
hipertensão arterial, bronquite e problemas cardíacos?
Raíssa
Casado: Todos devem estar compensados de suas
comorbidades, sendo necessário o parecer de cada especialista liberando para o
ato anestésico-cirúrgico.
SBE:
O paciente pode acordar no meio da cirurgia? Caso acorde, o que pode acontecer?
Raíssa
Casado: Nas sedações leves o paciente pode acordar e
interagir com o seu anestesista. No caso da anestesia geral, o despertar intra-operatório
será observado pelo anestesista através de alterações nos aparelhos de
monitorização, mudanças hemodinâmicas e/ou motoras. Neste caso, a anestesia
será aprofundada novamente.
SBE:
É normal sonhar durante a anestesia?
Raíssa
Casado: Sim. Os pacientes inclusive relatam após o
despertar.
SBE:
O que o paciente pode sentir após a cirurgia?
Raíssa
Casado: O planejamento do bem estar do paciente logo
após o fim da cirurgia também está associado ao ato anestésico. Será traçado um
plano para evitar que o paciente apresente dor, náuseas, vômitos, hipotermia,
alterações respiratórias e circulatórias.
SBE:
Quem deve esclarecer o paciente sobre a anestesia antes do procedimento?
Raíssa
Casado: O anestesista. Poderá ser realizado uma consulta
pré-anestésica em um consultório dias antes do ato cirúrgico, que pode ser
feita por um anestesista que irá anestesiar o paciente ou não. Ou ainda no
leito do paciente antes deste acessar o centro cirúrgico, no dia da
cirurgia.
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