Em
2017, apenas 69% das crianças de 1 ano tomaram a segunda dose da vacina no
Estado
A Secretaria Estadual de
Saúde (SES/PE) está investigando 5 possíveis casos de sarampo no Estado. Dois
deles já foram notificados e têm quadro clínico compatível com a doença. Um
deles é um homem de 27 anos, residente no Recife, com histórico de viagem para
Manaus, região já considerada com epidemia da enfermidade. Segundo relato do
paciente, ele teve contato com um caso suspeito durante a estada na capital do
Amazonas. O outro caso é sua sobrinha de 2 anos, com quem teve contato ao
voltar para a capital pernambucana. A menina não tem histórico vacinal da
tríplice viral. Ambos apresentaram sintomas da doença e estão sendo
investigados pelo município do Recife com o apoio do Estado. As outras
três pessoas sob suspeita são relacionadas aos dois pacientes e também estão
sendo acompanhadas.
Após a notificação dos
dois casos, foi realizada a coleta de sangue de ambos, entre os dias 01 e 02 de
agosto, e encaminhadas para o Laboratório Central de Pernambuco (Lacen-PE). Os
resultados, preliminares e não conclusivos, foram sugestivos para a doença.
Contudo, de acordo com as normas do Ministério da Saúde, para confirmar os
casos é necessário o envio das amostras para realização de novas análises no
laboratório nacional de referência, localizado na Fiocruz/RJ. O envio será
realizado já nesta segunda-feira (06/08). Todas as ações de vigilância e
controle estão sendo realizadas, independente do resultado laboratorial.
A SES/PE, em parceria com
os municípios do Recife, de residência dos pacientes, e Jaboatão dos
Guararapes, onde o homem de 27 anos trabalha, está realizando todas as ações de
investigação, vigilância e bloqueio para evitar novos casos. As ações buscam identificar
e monitorar todas as pessoas que tiveram contato com esses pacientes,
imunizando aqueles sem histórico vacinal ou que não estão adequadamente
vacinados, além de verificar a possibilidade da existência de novos casos. Durante
a averiguação, foram identificados, no mesmo grupo familiar, três outros casos
suspeitos, sendo um adolescente de 13 anos, uma jovem de 19 e uma mulher de 42
anos.
“O trânsito de pessoas
entre Estados e países intensifica o risco da reintrodução desses vírus em
Pernambuco. Além disso, estamos vivenciando um período de baixa cobertura
vacinal em todo o Brasil. Precisamos chamar a atenção do público para a
vacinação, que é a melhor maneira de proteger nossa população contra essas e
outras enfermidades, muitas delas potencialmente graves. Essa campanha é
importante para ampliarmos nossas coberturas e continuarmos sem a circulação
do sarampo e da poliomielite em nossas cidades”, afirma Ana Catarina
de Melo, coordenadora do Programa Estadual de Imunização.
A notificação desses
casos em Pernambuco só reforça a importância da população manter a caderneta de
vacinação corretamente atualizada. No caso do sarampo, a prevenção pode ser
feita através da vacina tríplice viral, que previne também contra rubéola e
caxumba. Ela deve ser aplicada em crianças com 12 meses, com um reforço aos 15
meses com a tetra viral (sarampo, caxumba, rubéola e varicela). Crianças acima
de 2 anos, jovens e adultos até os 29 anos e profissionais de saúde não
vacinados anteriormente ou que não lembram se foram imunizados, devem tomar
duas doses da tríplice viral, com intervalo de 30 dias entre elas. Já os
adultos entre 30 e 49 anos, na mesma situação, devem tomar uma dose da
tríplice.
Em 2017, 99% das crianças
de 1 ano tomaram a primeira dose da vacina tríplice viral em Pernambuco.
Contudo, apenas 69% fizeram a segunda dose, completando o esquema. A meta
mínima para prevenir a circulação da doença é de 95%. No Estado, foram
confirmados 199 casos de sarampo em 2013 e 27 em 2014, além de 1 caso
importado em 2012. Anteriormente, o último registro tinha sido em 1999, com 240
casos.
SARAMPO
O sarampo é uma doença
infecciosa aguda, transmitida por vírus e extremamente contagiosa. O paciente
com a enfermidade pode apresentar os seguintes sintomas: febre, tosse,
irritação ocular, corrimento do nariz, manchas avermelhadas no rosto, que
avançam em direção aos pés. Também pode causar infecção nos ouvidos, pneumonia,
ataques (convulsões e olhar fixo), lesão cerebral e morte. Além disso, o vírus
pode atingir as vias respiratórias, causar diarreias e até infecções no
encéfalo. Mais comum na infância, o sarampo pode se desenvolver de maneira mais
grave em recém-nascidos, desnutridos, gestantes e pessoas portadoras de
imunodeficiências.
A transmissão se dá por
meio do contato direto através de tosse, espirros, fala, secreções
respiratórias ou da boca. O contágio ocorre na fase em que o doente apresenta
febre alta, mal-estar, coriza, irritação ocular, tosse e falta de apetite e
dura até quatro dias após o aparecimento das manchas vermelhas.
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