De origem viral, a doença
mão-pé-boca é uma enterovirose que pode ser causada por mais de um tipo de
vírus, na maioria das vezes pelo Coxsackie. Pode ocorrer durante o ano inteiro,
no entanto, com a chegada do outono/inverno, o número de casos da doença aumenta.
As chuvas e a queda da temperatura fazem com que as pessoas fiquem mais em
ambientes fechados, o que faz com que as salas de escolas e creches se tornem espaços
propícios para a proliferação do vírus.
As crianças em idade
escolar são as mais acometidas, mas adolescentes ou até adultos também podem
contrair a doença. A transmissão pode ser via secreções (tosse, espirros, fezes),
contato físico e com objetos contaminados.
Em geral, os sintomas
iniciais são febre, falta de apetite, cansaço, vômitos e diarreia. Em seguida,
surgem manchas vermelhas e bolhas na boca, faringe e amídalas, que podem se
romper e gerar pequenas feridas. Essas lesões surgem também nos pés, mãos e nádegas.
Às vezes, também surgem aftas dentro da boca, que causam dor ao comer e beber. Esse
quadro pode durar de 7 a 10 dias e é um processo autolimitado.
Mônica Coentro, pediatra
e coordenadora da pediatria do Imip, explica quais os cuidados em caso de
infecção. “Não há tratamento específico, controlamos os sintomas como por
exemplo a febre. O importante é manter o paciente bem hidratado, em
repouso relativo, ou seja, em casa respeitando a disposição da criança. Manter
uma boa alimentação também deve ser orientado. Porém, por vezes o paciente se
queixa de dor durante a alimentação por causa das lesões da boca”, esclarece.
O diagnóstico é realizado
através de avaliação clínica, ou seja, a história e o exame físico do paciente
são suficientes para definir a doença. O leucograma (exame de sangue) pode
sugerir infecção viral e a sorologia pode confirmar o agente causador, mas na
maioria das vezes não é necessário que sejam feitos.
A pediatra orienta ainda
como se prevenir contra a enfermidade. “A principal orientação lavar sempre as
mãos principalmente após utilizar o banheiro. Esse vírus pode ser eliminado nas
fezes por até 4 semanas após a doença. Evitar o contato com outras crianças
para diminuir a chance de transmissão”, enfatiza a médica.
Outra recomendação é
manter a criança doente em casa enquanto durarem os sintomas, uma vez que ela
costuma colocar as mãos na boca e, em seguida, tocar em brinquedos ou objetos compartilhados
com outras crianças. Com isso, evita-se que o vírus se espalhe no ambiente
escolar. Vale destacar que, por ser causada por mais de um tipo de vírus, a
doença mão-pé-boca não dá imunidade ao paciente contra outras ocorrências.
0 comentários:
Postar um comentário
Deixe aqui seu comentário