quinta-feira, 2 de agosto de 2018

Doença mão-pé-boca: crianças em idade escolar são vítimas mais frequentes



De origem viral, a doença mão-pé-boca é uma enterovirose que pode ser causada por mais de um tipo de vírus, na maioria das vezes pelo Coxsackie. Pode ocorrer durante o ano inteiro, no entanto, com a chegada do outono/inverno, o número de casos da doença aumenta. As chuvas e a queda da temperatura fazem com que as pessoas fiquem mais em ambientes fechados, o que faz com que as salas de escolas e creches se tornem espaços propícios para a proliferação do vírus.
As crianças em idade escolar são as mais acometidas, mas adolescentes ou até adultos também podem contrair a doença. A transmissão pode ser via secreções (tosse, espirros, fezes), contato físico e com objetos contaminados. 
Em geral, os sintomas iniciais são febre, falta de apetite, cansaço, vômitos e diarreia. Em seguida, surgem manchas vermelhas e bolhas na boca, faringe e amídalas, que podem se romper e gerar pequenas feridas. Essas lesões surgem também nos pés, mãos e nádegas. Às vezes, também surgem aftas dentro da boca, que causam dor ao comer e beber. Esse quadro pode durar de 7 a 10 dias e é um processo autolimitado.
Mônica Coentro, pediatra e coordenadora da pediatria do Imip, explica quais os cuidados em caso de infecção. “Não há tratamento específico, controlamos os sintomas como por exemplo a febre. O importante é manter o paciente bem hidratado, em repouso relativo, ou seja, em casa respeitando a disposição da criança. Manter uma boa alimentação também deve ser orientado. Porém, por vezes o paciente se queixa de dor durante a alimentação por causa das lesões da boca”, esclarece.
O diagnóstico é realizado através de avaliação clínica, ou seja, a história e o exame físico do paciente são suficientes para definir a doença. O leucograma (exame de sangue) pode sugerir infecção viral e a sorologia pode confirmar o agente causador, mas na maioria das vezes não é necessário que sejam feitos. 
A pediatra orienta ainda como se prevenir contra a enfermidade. “A principal orientação lavar sempre as mãos principalmente após utilizar o banheiro. Esse vírus pode ser eliminado nas fezes por até 4 semanas após a doença. Evitar o contato com outras crianças para diminuir a chance de transmissão”, enfatiza a médica.
Outra recomendação é manter a criança doente em casa enquanto durarem os sintomas, uma vez que ela costuma colocar as mãos na boca e, em seguida, tocar em brinquedos ou objetos compartilhados com outras crianças. Com isso, evita-se que o vírus se espalhe no ambiente escolar. Vale destacar que, por ser causada por mais de um tipo de vírus, a doença mão-pé-boca não dá imunidade ao paciente contra outras ocorrências. 

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