segunda-feira, 16 de julho de 2018

Ingestão de ervas e chás pode causar danos ao fígado



Muitas receitas usam ervas como tratamento para diversos problemas que afetam a saúde das pessoas, como constipação intestinal, gastrite, redução da retenção de líquidos, entre outros. No entanto, o consumo dessas ervas pode causar sérios danos ao fígado, como hepatite crônica e cirrose.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) tem estimulado os países a adotarem políticas de uso de medicamentos fitoterápicos e plantas medicinais com finalidade de tratamento, cura e prevenção de diversas enfermidades. Em geral, são comercializadas como alternativas menos tóxicas que os convencionais. O uso das ervas como terapêutica de doenças já é uma prática antiga e pode trazer alguns benefícios, no entanto, deve ser usado com orientação médica para evitar efeitos prejudiciais à saúde, pois nem todas trazem resultados positivos.
“Alguns usuários acham que as ervas só têm efeitos favoráveis, mas o fato é que algumas delas podem causar doenças hepáticas graves”, explica Fábio Moura, cirurgião do aparelho digestivo e transplante de fígado do Real Instituto de Cirurgia Oncológica.
Estudos já evidenciaram que algumas ervas medicinais contêm alcaloides de pirrolizidina, substâncias químicas hidrossolúveis derivadas de determinasdas ervas, que podem lesionar o fígado. Algumas ervas usadas para o preparo de chás contêm esses alcaloides e, às vezes, o leite, o mel e os cereais também podem estar contaminados com a substância. Eles podem agredir o fígado gradualmente se pequenas quantidades forem consumidas por um período de tempo prolongado. 
O fígado é o alvo principal para lesões, porque tem o papel de metabolizar os alimentos absorvidos pelo organismo. Entre as ervas que podem trazer consequências danosas estão sacaca (Croton cajucara benth), kava-kava (Piper methysticum) e erva-de-São-João (Hypericum perforatum). Além de algumas de origem chinesa como zi cao (Radix arnabiae), kuan dong hua (tussilago), qian li guang (raiz da vida) e pei lan (Eupatorium).
Outras ervas maléficas ao órgão são atractylis gummifera, camellia sinensis (usada para fazer chá preto e chá verde), celandina ("major"), chaparral, teucrium, jin bu huan, ma huang (éfedra), visgo, óleo de poejo (usado para fazer chás) e syo-saiko-to (uma mistura de ervas). As pessoas afetadas apresentam dor abdominal e podem vomitar. Em geral, o líquido se acumula no abdômen e nas pernas, podendo levar à cirrose e insuficiência hepática.

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