Muitas receitas usam
ervas como tratamento para diversos problemas que afetam a saúde das pessoas,
como constipação intestinal, gastrite, redução da retenção de líquidos, entre
outros. No entanto, o consumo dessas ervas pode causar sérios danos ao fígado,
como hepatite crônica e cirrose.
A Organização Mundial da
Saúde (OMS) tem estimulado os países a adotarem políticas de uso de
medicamentos fitoterápicos e plantas medicinais com finalidade de tratamento,
cura e prevenção de diversas enfermidades. Em geral, são comercializadas como
alternativas menos tóxicas que os convencionais. O uso das ervas como terapêutica
de doenças já é uma prática antiga e pode trazer alguns benefícios, no entanto,
deve ser usado com orientação médica para evitar efeitos prejudiciais à saúde,
pois nem todas trazem resultados positivos.
“Alguns usuários acham
que as ervas só têm efeitos favoráveis, mas o fato é que algumas delas podem
causar doenças hepáticas graves”, explica Fábio Moura, cirurgião do aparelho
digestivo e transplante de fígado do Real Instituto de Cirurgia Oncológica.
Estudos já evidenciaram
que algumas ervas medicinais contêm alcaloides de pirrolizidina, substâncias
químicas hidrossolúveis derivadas de determinasdas ervas, que podem lesionar o
fígado. Algumas ervas usadas para o preparo de chás contêm esses alcaloides e,
às vezes, o leite, o mel e os cereais também podem estar contaminados com a
substância. Eles podem agredir o fígado gradualmente se pequenas quantidades
forem consumidas por um período de tempo prolongado.
O fígado é o alvo
principal para lesões, porque tem o papel de metabolizar os alimentos
absorvidos pelo organismo. Entre as ervas que podem trazer consequências
danosas estão sacaca (Croton cajucara benth), kava-kava (Piper methysticum) e
erva-de-São-João (Hypericum perforatum). Além de algumas de origem chinesa como
zi cao (Radix arnabiae), kuan dong hua (tussilago), qian li guang (raiz da
vida) e pei lan (Eupatorium).
Outras ervas maléficas ao
órgão são atractylis gummifera, camellia sinensis (usada para fazer chá preto e
chá verde), celandina ("major"), chaparral, teucrium, jin bu huan, ma
huang (éfedra), visgo, óleo de poejo (usado para fazer chás) e syo-saiko-to
(uma mistura de ervas). As pessoas afetadas apresentam dor abdominal e podem
vomitar. Em geral, o líquido se acumula no abdômen e nas pernas, podendo levar
à cirrose e insuficiência hepática.







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