O Ministério da Saúde
fechou um convênio com o Centro de Valorização da Vida (CVV) para passar a
disponibilizar de maneira gratuita o acesso ao 188, telefone pelo qual oferece apoio
aos cidadãos em momentos de crise para tentar evitar o suicídio. A gratuidade passa
a valer a partir desse mês para todo o país. Com a parceria, o CVV receberá um
repasse de R$ 500 mil do Governo Federal.
As ligações sem cobranças
já vinham sendo feitas desde o ano passado e os últimos estados que passaram a
ter acesso ao serviço foram Bahia, Maranhão, Pará e Paraná. No ano
passado, a linha recebeu 2 milhões de ligações em busca de ajuda, o dobro do
registrado em 2016. O centro oferece ajuda por e-mail, chat e voip 24 horas,
todos os dias, e também nos 87 postos de atendimento.
Segundo o Ministério da
Saúde, o Brasil tem uma taxa média de suicídio de 5,5 para cada 100 mil
habitantes, em todas as idades, ou seja, cerca de 11 mil pessoas tiram a própria
vida por ano no Brasil. Os idosos são os que mais preocupam, com o índice de 8,9
mortes para cada 100 mil, nos últimos seis anos. Entre os principais meios
estão o envenenamento e a intoxicação. Os homens são os que mais se suicidam e
60% são solteiros. As regiões com os índices mais altos são Sul e Sudeste, com
23% e 38% respectivamente.
Quirino Cordeiro, coordenador
de Saúde Mental do Ministério, fala
sobre o perfil dos cidadãos que buscam ajuda no CVV. “Geralmente procuram o
centro pessoas em sofrimento, seja por solidão, ou porque estão em desespero,
ou porque não se identificam com o meio em que vivem”, explica.
A Organização Mundial da
Saúde (OMS) pretende atingir meta de reduzir em 10% os óbitos por suicídio até
2020. No Brasil, o Ministério da Saúde está investindo em estratégias como ampliação
da assistência e ferramentas de comunicação. Os seis estados com maiores taxas
de suicídio receberam o suporte extra de R$ 2 milhões para atuar com planos
locais de prevenção, são eles: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso
do Sul, Roraima, Piauí e Amazonas.
A pasta lançou uma série
de folhetos informativos sobre o tema para que a população possa identificar sinais
de alerta, como o que fazer e o que não fazer diante de uma pessoa em risco de
suicídio. Os profissionais de saúde, contam com um documento que alerta a
importância da notificação compulsória da tentativa de suicídio em até 24h e
que traz informações técnicas sobre acolhimento na rede pública de saúde.
O CVV é uma associação
civil sem fins lucrativos que trabalha com prevenção ao suicídio e conta com
2.400 voluntários que recebem uma capacitação de 40 horas para atuar no serviço.
As chamadas acontecem em total sigilo, em um espaço de escuta acolhedor e
seguro e que alivia a ansiedade e o desespero.
Além desse serviço, as
pessoas que precisam de ajuda podem recorrer aos 2.555 Centros de Atenção
Psicossocial (CAPS), que atendem questões como transtornos psíquicos,
dependência de álcool e outras drogas, e se necessário, podem ser encaminhadas aos
leitos de saúde mental dos hospitais gerais.
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