segunda-feira, 2 de julho de 2018

Datafolha: 89% dos brasileiros consideram a saúde no país péssima, ruim ou regular


O resultado de uma pesquisa realizada pelo Datafolha revela que 89% dos entrevistados consideram a saúde como péssima, ruim ou regular no país. O levantamento, encomendado pelo Conselho Federal de Medicina (CFM), foi feito no início de maio e ouviu 2.087 pessoas, 59% delas das cidades do interior. A amostra foi composta por homens e mulheres, com mais de 16 anos. 
Os dados revelam que 55% dos brasileiros avaliam a saúde como péssima ou ruim, 34% como regular e apenas 10% consideram boa. A avaliação foi compartilhada por 94% dos usuários de plano de saúde e por 87% dos que dependem do Sistema Único de Saúde (SUS). 
Segundo o levantamento, a avaliação mais negativa no SUS está relacionada com o tempo de espera por consulta (82%), por um exame de imagem (80%) e por cirurgia (79%). Os piores índices de acesso foram consultas com médicos especialistas (74%), cirurgias (68%), internação em leitos de UTI (64%), exames de imagem (63%), atendimento com profissionais não médicos, como psicólogos, nutricionistas e fisioterapeutas (59%), e procedimentos específicos como diálises, quimioterapia e radioterapia (58%).
Outros tópicos que também foram criticados pelos entrevistados são a falta de recursos financeiros para o SUS (15%), a má gestão administrativa e operacional do sistema (12%), a falta de médicos (10%) e a dificuldade para marcar ou agendar consultas, cirurgias e procedimentos (10%). Além disso, 83% dos participantes avaliam que os recursos públicos são mal administrados, 73% julgam que o atendimento não é igual para todos, e 62% acham que a gestão do SUS não é eficiente. 
O Datafolha também abordou questões sobre a expectativa dos brasileiros sobre a atuação dos próximos governantes e parlamentares em relação à assistência médica. Sobre essa temática os resultados foram os seguintes: 26% dos entrevistados esperam que os políticos eleitos devem adotar medidas de combate à corrupção na saúde; 18% querem uma redução no tempo de espera por consultas, exames, cirurgias e outros procedimentos; 13% uma melhora na fiscalização dos serviços na rede pública; 11% querem a construção de mais postos e hospitais; e 9% esperam melhores condições de trabalho e de remuneração para médicos e profissionais da área.
De acordo com o presidente do CFM, Carlos Vital, os resultados confirmam a insatisfação da sociedade brasileira com os serviços de saúde e precisam ser levados em conta pelos candidatos ao pleito de outubro. “Esses números falam por si só. Precisamos ter mais sensibilidade política, financiamento mais adequado, gestão mais eficiente”, concluiu.
Os três itens que tiveram avaliação positiva foram os serviços de vacina, os exames laboratoriais, e o atendimento no posto de saúde e acesso a remédios distribuídos pela rede pública (87%, 65% e 62% de aprovação respectivamente). Mesmo com os altos índices de descontentamento, 88% dos entrevistados avaliam que o SUS deve ser mantido no país como modelo de assistência de acesso universal, integral e gratuito para brasileiros, conforme previsto em seus princípios e diretrizes legais, contudo, deve ser mais valorizado através de políticas públicas mais eficientes. 















Confira aqui o resultado completo da pesquisa


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