O resultado de uma
pesquisa realizada pelo Datafolha revela que 89% dos entrevistados consideram a
saúde como péssima, ruim ou regular no país. O levantamento, encomendado pelo
Conselho Federal de Medicina (CFM), foi feito no início de maio e ouviu 2.087
pessoas, 59% delas das cidades do interior. A amostra foi composta por homens e
mulheres, com mais de 16 anos.
Os dados revelam que 55%
dos brasileiros avaliam a saúde como péssima ou ruim, 34% como regular e apenas
10% consideram boa. A avaliação foi compartilhada por 94% dos usuários de plano
de saúde e por 87% dos que dependem do Sistema Único de Saúde (SUS).
Segundo o levantamento, a
avaliação mais negativa no SUS está relacionada com o tempo de espera por
consulta (82%), por um exame de imagem (80%) e por cirurgia (79%). Os piores
índices de acesso foram consultas com médicos especialistas (74%), cirurgias
(68%), internação em leitos de UTI (64%), exames de imagem (63%), atendimento
com profissionais não médicos, como psicólogos, nutricionistas e
fisioterapeutas (59%), e procedimentos específicos como diálises, quimioterapia
e radioterapia (58%).
Outros tópicos que também
foram criticados pelos entrevistados são a falta de recursos financeiros para o
SUS (15%), a má gestão administrativa e operacional do sistema (12%), a falta
de médicos (10%) e a dificuldade para marcar ou agendar consultas, cirurgias e
procedimentos (10%). Além disso, 83% dos participantes avaliam que os recursos
públicos são mal administrados, 73% julgam que o atendimento não é igual para
todos, e 62% acham que a gestão do SUS não é eficiente.
O Datafolha também
abordou questões sobre a expectativa dos brasileiros sobre a atuação dos
próximos governantes e parlamentares em relação à assistência médica. Sobre
essa temática os resultados foram os seguintes: 26% dos entrevistados esperam
que os políticos eleitos devem adotar medidas de combate à corrupção na saúde; 18%
querem uma redução no tempo de espera por consultas, exames, cirurgias e outros
procedimentos; 13% uma melhora na fiscalização dos serviços na rede pública;
11% querem a construção de mais postos e hospitais; e 9% esperam melhores
condições de trabalho e de remuneração para médicos e profissionais da área.
De acordo com o
presidente do CFM, Carlos Vital, os resultados confirmam a insatisfação da
sociedade brasileira com os serviços de saúde e precisam ser levados em conta
pelos candidatos ao pleito de outubro. “Esses números falam por si só.
Precisamos ter mais sensibilidade política, financiamento mais adequado, gestão
mais eficiente”, concluiu.
Os três itens que tiveram
avaliação positiva foram os serviços de vacina, os exames laboratoriais, e o
atendimento no posto de saúde e acesso a remédios distribuídos pela rede
pública (87%, 65% e 62% de aprovação respectivamente). Mesmo com os altos
índices de descontentamento, 88% dos entrevistados avaliam que o SUS deve ser
mantido no país como modelo de assistência de acesso universal, integral e
gratuito para brasileiros, conforme previsto em seus princípios e diretrizes
legais, contudo, deve ser mais valorizado através de políticas públicas mais eficientes.
Confira aqui o resultado completo da pesquisa
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