quarta-feira, 4 de julho de 2018

Brasil em alerta com o baixo índice de vacinação contra a poliomielite


312 municípios têm cobertura vacinal abaixo dos 50%
A baixa cobertura vacinal contra a poliomielite nas cidades brasileiras foi tema de discussão entre o Ministério da Saúde e representantes de estados e municípios, durante a reunião da Comissão Intergestores Tripartite (CIT), na última quinta-feira (28/06). A doença foi erradicada no país desde 1990 e o risco da volta da doença é um retrocesso que tem preocupado as autoridades. Em 1994, o Brasil recebeu a certificação de área livre de circulação do poliovírus selvagem da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS).

De acordo com o Ministério da Saúde, 312 municípios estão com o índice de imunização abaixo de 50% para a doença, sobretudo entre as crianças menores de cinco anos. Em Pernambuco, apenas 5 cidades integram a lista, Cortês, Palmares, Frei Miguelinho, Correntes e Jaboatão dos Guararapes.

Carla Domingues, coordenadora do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde (PNI), alerta para a importância de alcançar e manter cobertura vacinal contra poliomielite maior ou igual a 95% em todas as cidades.

"O risco existe para todos os municípios que estão com coberturas abaixo de 95%. Temos que ter em mente que a vacinação é a única forma de prevenção da Poliomielite e de outras doenças que não circulam mais no país. Todas as crianças menores de cinco anos de idade devem ser vacinadas, conforme esquema de vacinação de rotina e na campanha nacional anual. É uma questão de responsabilidade social”, reforça a coordenadora do PNI.

A orientação é para que os locais que estão abaixo da meta adotem políticas para facilitar o acesso, como  readequar horários mais compatíveis com a rotina da população, reforçar as parcerias com as creches e escolas, além de manterem os sistemas de informação devidamente atualizados. O Ministério reforça ainda que é responsabilidade dos pais a manutenção das cadernetas dos filhos em dia.

Carla Domingues ressalta que as vacinas são oferecidas gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS) durante o ano inteiro, a única exceção é a vacina da gripe que só é oferecida durante a campanha. "As vacinas ofertadas pelo SUS estão disponíveis durante todo o ano, exceto a da gripe que faz parte de uma campanha e exige um período específico de proteção, que é antes do inverno", enfatizou. 

O Ministério da Saúde enfatiza ainda que as vacinas que integram o calendário nacional de vacinação são seguras e eficazes. O esquema é composto por três doses da vacina inativada poliomielite (VIP), administradas aos dois, quatro e seis meses, além da vacina oral poliomielite (VOP) aos 15 meses e aos 4 anos. A próxima campanha nacional de vacinação contra a poliomielite acontecerá no período de 6 a 31 de agosto de 2018.

Recentemente, a Organização Pan Americana de Saúde (OPAS) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmaram casos de paralisia flácida aguda (AFP) na Venezuela e emitiu alerta aos países membros para reforçarem a cobertura vacinal contra o poliovírus. De acordo com a OMS, três países ainda são considerados endêmicos, Paquistão, Nigéria e Afeganistão.

Poliomielite
A Poliomielite é uma doença viral altamente contagiosa que acomete, principalmente, crianças pequenas. O vírus é transmitido através de alimentos e água contaminados e se multiplica no intestino, podendo invadir o sistema nervoso. Muitas pessoas infectadas não apresentam sintomas, mas espalham o vírus através de suas fezes e, com isso, podem disseminar a infecção. 
Os sintomas iniciais da poliomielite incluem febre, fadiga, dor de cabeça, vômitos, rigidez do pescoço e dor nos membros. Em alguns casos, a doença causa paralisia, que geralmente é permanente e a única maneira de prevenir é através da imunização. A falta de saneamento, as más condições habitacionais e a higiene pessoal precária constituem fatores que favorecem a transmissão do poliovírus.

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