312
municípios têm cobertura vacinal abaixo dos 50%
A baixa cobertura vacinal
contra a poliomielite nas cidades brasileiras foi tema de discussão entre o Ministério
da Saúde e representantes de estados e municípios, durante a reunião da
Comissão Intergestores Tripartite (CIT), na última quinta-feira (28/06). A doença
foi erradicada no país desde 1990 e o risco da volta da doença é um retrocesso
que tem preocupado as autoridades. Em 1994, o Brasil recebeu a certificação de
área livre de circulação do poliovírus selvagem da Organização Pan-Americana da
Saúde (OPAS).
De acordo com o Ministério
da Saúde, 312 municípios estão com o índice de imunização abaixo de 50% para a
doença, sobretudo entre as crianças menores de cinco anos. Em Pernambuco, apenas 5
cidades integram a lista, Cortês, Palmares, Frei Miguelinho, Correntes e Jaboatão
dos Guararapes.
Carla Domingues, coordenadora
do Programa Nacional de Imunizações do Ministério da Saúde (PNI), alerta para a
importância de alcançar e manter cobertura vacinal contra poliomielite maior ou
igual a 95% em todas as cidades.
"O risco existe para
todos os municípios que estão com coberturas abaixo de 95%. Temos que ter em
mente que a vacinação é a única forma de prevenção da Poliomielite e de outras
doenças que não circulam mais no país. Todas as crianças menores de cinco anos
de idade devem ser vacinadas, conforme esquema de vacinação de rotina e na
campanha nacional anual. É uma questão de responsabilidade social”, reforça a
coordenadora do PNI.
A orientação é para que
os locais que estão abaixo da meta adotem políticas para facilitar o acesso,
como readequar horários mais compatíveis
com a rotina da população, reforçar as parcerias com as creches e escolas, além
de manterem os sistemas de informação devidamente atualizados. O Ministério reforça
ainda que é responsabilidade dos pais a manutenção das cadernetas dos filhos em
dia.
Carla Domingues ressalta que
as vacinas são oferecidas gratuitamente pelo Sistema Único de Saúde (SUS)
durante o ano inteiro, a única exceção é a vacina da gripe que só é oferecida
durante a campanha. "As vacinas ofertadas pelo SUS estão disponíveis
durante todo o ano, exceto a da gripe que faz parte de uma campanha e exige um
período específico de proteção, que é antes do inverno", enfatizou.
O Ministério da Saúde
enfatiza ainda que as vacinas que integram o calendário nacional de vacinação
são seguras e eficazes. O esquema é composto por três doses da vacina inativada
poliomielite (VIP), administradas aos dois, quatro e seis meses, além da vacina
oral poliomielite (VOP) aos 15 meses e aos 4 anos. A próxima campanha nacional
de vacinação contra a poliomielite acontecerá no período de 6 a 31 de agosto de
2018.
Recentemente, a Organização
Pan Americana de Saúde (OPAS) e a Organização Mundial da Saúde (OMS) confirmaram
casos de paralisia flácida aguda (AFP) na Venezuela e emitiu alerta aos países
membros para reforçarem a cobertura vacinal contra o poliovírus. De acordo com a
OMS, três países ainda são considerados endêmicos, Paquistão, Nigéria e Afeganistão.
Poliomielite
A Poliomielite é uma
doença viral altamente contagiosa que acomete, principalmente, crianças
pequenas. O vírus é transmitido através de alimentos e água contaminados e se
multiplica no intestino, podendo invadir o sistema nervoso. Muitas pessoas
infectadas não apresentam sintomas, mas espalham o vírus através de suas fezes
e, com isso, podem disseminar a infecção.
Os sintomas iniciais da
poliomielite incluem febre, fadiga, dor de cabeça, vômitos, rigidez do pescoço
e dor nos membros. Em alguns casos, a doença causa paralisia, que geralmente é
permanente e a única maneira de prevenir é através da imunização. A falta de
saneamento, as más condições habitacionais e a higiene pessoal precária
constituem fatores que favorecem a transmissão do poliovírus.
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