100%
dos municípios pernambucanos possuem pontos de coleta
A Secretaria Estadual de
Saúde (SES/PE) anuncia que, a partir de julho, Pernambuco contará com um novo
sistema on-line do Programa Nacional de Triagem Neonatal do Ministério da
Saúde. O sistema estará disponível para todos os pontos de coleta do teste do pezinho,
que terão acesso aos resultados do exame de forma mais rápida.
Pelo Sistema Único de
Saúde (SUS), o teste pode diagnosticar, precocemente, quatro doenças raras (hipotireoidismo
congênito, fenilcetonúria, doença falciforme e outras hemoglobinopatias e
fibrose cística) e deve ser realizado entre o 3º e 5º dia de vida do
recém-nascido.
De acordo com a SES/PE, cerca
de 75% dos nascidos vivos são triados no Estado, porém apenas 22% fazem o exame
no tempo ideal. No ano passado, 97.228 crianças realizaram o teste em Pernambuco.
Contudo, o objetivo do órgão é atingir a meta de 100% dos recém-nascidos.
“Os pais ou responsáveis
precisam ser estimulados pelas equipes de saúde que acompanham a gestação a
realizar o teste do pezinho no tempo oportuno. Além disso, é importante que o
resultado seja apresentado nas consultas de puericultura”, afirma Telma Costa, coordenadora
de Triagem Neonatal da SES/PE.
Atualmente, Pernambuco oferta
o exame em todos os municípios, contando com 262 pontos de coleta, em 184
cidades. Para fazer o teste do pezinho, os pais ou responsáveis devem procurar
um dos pontos portando documento de identificação com foto, a certidão de
nascimento da criança ou declaração de nascido vivo entregue pela maternidade
na alta (via amarela) e o comprovante de residência.
Entre 2014 e 2017, 265
crianças foram diagnosticadas com uma das quatro doenças triadas pelo teste do
pezinho. A maior parte dos casos foi para doença falciforme e outras
hemoglobinopatias: 154. Em seguida, vieram o hipotireoidismo congênito com 84
casos, a fibrose cística com 21 e a fenilcetonúria com apenas 6 casos.
Quando algum
recém-nascido tem resultado positivo para alguma dessas doenças, ele é
encaminhado para um dos serviços de referência em triagem neonatal credenciado
pelo Ministério da Saúde. Todos os estados da federação contam com esse tipo de
serviço, que dispõe de médicos especialistas e equipe multidisciplinar para
atender todas as crianças diagnosticadas com as doenças antes mesmo do
aparecimento dos sintomas.
Em Pernambuco, o
acompanhamento e tratamento dessas enfermidades pode ser feito no Hospital
Barão de Lucena (fenilcetonúria e hipotireoidismo congênito), no Hemope (doença
falciforme e outras hemoglobinopatias) e no Imip (fibrose cística).
Saiba
mais sobre as doenças detectadas através do teste do pezinho
Doença
Falciforme – É uma doença genética e hereditária, ou seja,
passada de pais para filhos. Teve sua origem na África e por isso está
relacionada intimamente com a afrodescendência. Ela é causada por um defeito na
cadeia beta da hemoglobina que está dentro das hemácias, que é responsável pela
cor vermelha do sangue e pelo transporte do oxigênio por todo o corpo. Tal
mutação leva as hemácias a assumirem uma forma parecida com uma foice ou meia
lua impedindo o seu funcionamento normal. A doença provoca dores, anemias e
atraso no crescimento.
Fenilcetonúria
– É uma doença genética causada pela ausência ou diminuição da atividade de uma
enzima que metaboliza o aminoácido fenilalanina presente no leite e em outros
alimentos proteicos. Sem essa enzima, os níveis de fenilalanina aumentam no
organismo, se acumulam e causam lesão cerebral, ocasionando retardo mental
irreversível. A base do tratamento é o controle da quantidade de fenilalanina
que pode ser ingerida para manter os níveis deste aminoácido dentro de valores
não prejudiciais ao cérebro.
Hipotireoidismo
Congênito – É causado pela incapacidade da glândula tireoide do
recém-nascido produzir quantidades adequadas de hormônios tireoidianos, o que
resulta numa redução generalizada dos processos metabólicos. As crianças que
não realizam o teste do pezinho, e consequentemente, não são tradas
precocemente, terão o crescimento e o desenvolvimento seriamente comprometidos.
Fibrose
Cística – Doença hereditária que afeta especialmente os
pulmões e o pâncreas, num processo obstrutivo causado pelo aumento da
viscosidade do muco. Nos pulmões, esse aumento na viscosidade bloqueia as vias
aéreas propiciando a proliferação bacteriana, o que leva infecção crônica, à
lesão pulmonar e ao óbito por disfunção respiratória. No pâncreas, quando os
ductos estão obstruídos pela secreção espessa, há uma perda de enzimas
digestivas, levando à má nutrição.
Fonte:
SES/PE
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