Por
Rebeka Gonçalves
O mês de junho tem como
característica as festas juninas, principalmente na região nordeste do Brasil.
Mas, além da diversão, essas comemorações trazem a preocupação com o aumento do
número de pessoas que chegam aos hospitais com queimaduras. Com o objetivo de
conscientizar sobre os riscos dessas queimaduras, o Ministério da Saúde instituiu
o dia 6 de junho como o Dia Nacional de Luta contra Queimaduras.
Segundo o Ministério da
Saúde, queimadura é uma lesão causada por calor, eletricidade, substâncias
químicas, atrito ou radiação. Pode afetar a pele de maneira superficial até
camadas mais profundas como músculos, ossos e tendões. De acordo com o órgão, cerca
de um milhão de pessoas sofrem queimaduras anualmente no país, as principais
vítimas são crianças e pessoas de baixa renda.
Gustavo Lima, clínico geral
do Hospital da Restauração, destaca as principais medidas preventivas. “Fazer
fogueiras baixas, porque reduz o risco de desmoronamentos que espalhem as
brasas; não acender fogueiras jogando líquidos inflamáveis, como álcool,
gasolina ou solventes; comprar fogos de artifício com procedência garantida e
ler o rótulo antes de manipulá-los; e não deixar as crianças participarem dos
processos de acender fogueiras ou soltar fogos, além de mantê-las há pelo menos
cinco metros das fogueiras”, afirma o médico.
As queimaduras trazem
consequências físicas, emocionais e/ou sociais que podem ser temporárias ou
permanentes dependendo da gravidade, como aconteceu com Renata Teixeira,
assistente administrativa: “Aos cinco anos levei uma queimadura. A chaleira
estava fervendo e, devido a inocência de criança, fui olhar o que tinha dentro,
e a chaleira virou sobre mim, minha mãe ficou desesperada e correu comigo para
o hospital, por Deus, tive queimaduras de segundo grau, mas as cicatrizes ainda
estão até hoje”, explicou a jovem.
Elas são classificadas conforme
a profundidade e tamanho, sendo avaliadas de acordo com o percentual da área
corporal atingida. As queimaduras de primeiro grau, também chamadas de superficiais,
são as que acometem apenas a epiderme, ou seja, a parte mais superficial da
pele. A lesão de 1º grau é seca e não produz bolhas. Os sintomas são dor e
vermelhidão local e, em geral, melhoram no intervalo de 3 a 6 dias e não deixam
sequelas.
Já a de 2º grau envolve a
epiderme e uma parte da derme. Os sintomas são os mesmos da queimadura de 1º
grau, porém há o surgimento de bolhas e uma aparência úmida da lesão. A cura pode
levar até 3 semanas e costuma deixar a área afetada mais clara e/ou com cicatriz.
Nas lesões de 3º grau ou queimaduras profundas, além da derme, os tecidos
subcutâneos, nervos, ossos, músculos e vasos sanguíneos podem ser atingidos,
que normalmente não curam sem apoio cirúrgico, necessitando de enxertos.
Confira
algumas dicas de cuidados e primeiros socorros
Primeiros
socorros
1.
Em caso de acidente envolvendo
queimaduras, o primeiro cuidado é extinguir a fonte de calor, ou seja, impedir
que permaneça o contato do corpo com o fogo, líquidos e superfícies aquecidas,
entre outras causas do acidente.
2.
Em seguida, procure lavar o local atingido
com água corrente em temperatura ambiente, de preferência por tempo suficiente
até que a área queimada seja resfriada.
3.
Também é importante buscar o auxílio de um
profissional de saúde no posto de atendimento mais próximo do local do
acidente, para que sejam tomadas as providências necessárias para o sucesso da
recuperação e também para evitar o agravamento da lesão.
4.
Se não houver Posto de Saúde nas
proximidades, deve-se acionar os serviços de socorro do SAMU e do Corpo de
Bombeiros ou procurar uma Emergência hospitalar.
5.
Os contatos para ligação gratuita
são: Samu 192 e Bombeiros 193.
Cuidados
1.
Não passe no local atingido nenhum produto
ou receita caseira. Qualquer substância que seja passada sobre a pele queimada
vai irritá-la. Há também o alto risco de infecção por bactérias, fungos e vírus
presentes nesses produtos, já que a barreira natural do organismo – a pele –
está danificada.
2.
Não passe nenhuma pomada no local
atingido. A pele fica extremamente sensível após uma queimadura e as pomadas,
ainda que adquiridas em farmácias, machucam ainda mais as células cutâneas e
podem irritar a pele e gerar infecções.
3.
Não tente estourar as bolhas provocadas
pela queimadura. Elas se manifestam nas queimaduras de segundo grau e devem ser
manuseadas apenas por um profissional especializado. Ou seja, não devem ser
rompidas, estouradas ou mesmo esvaziadas com uma agulha.
4.
Ao retirar esse curativo natural em casa,
o ferimento estará exposto a instrumentos possivelmente contaminados e pode
infeccionar. Se houver necessidade de cobrir o ferimento a caminho do serviço
de Saúde, o indicado é envolvê-lo num pedaço de pano limpo.
5.
Tecidos ou materiais que grudam no
ferimento, como o algodão, devem ser evitados. O paciente queimado não deve
retirar a roupa que estiver usando, ainda que houver sido atingida pelo fogo. O
ideal é molhar a vestimenta e permanecer assim até a chegada ao pronto-socorro,
para evitar que as bolhas estourem e que a pele seja arrancada.
6.
Outro cuidado é retirar acessórios, como
pulseiras e anéis, pois o corpo incha naturalmente após uma queimadura e esses
objetos podem ficar presos.
Saiba
onde procurar ajuda especializada em caso de acidente
Unidade
de Queimados do Hospital São Marcos
Av. Portugal, 52, Boa Vista. CEP: 52.010-010Recife – PE – Brasil
(81) 3217-4589
Unidade
de Queimaduras do Hospital da Restauração
Av. Agamenon Magalhães, s/n – Derby. CEP: 52.010-040
Recife – PE – Brasil
(81) 3421-5444
Real
Hospital Português
Avenida Governador Agamenon Magalhães, Nº 4760. CEP: 52010-902
Recife – PE – Brasil
(81) 3416-1019 / (81) 99972-6699
Fonte:
Sociedade Brasileira de Queimaduras
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