quarta-feira, 6 de junho de 2018

Dia Nacional de Luta contra Queimaduras é comemorado com divulgação de medidas preventivas


Por Rebeka Gonçalves
O mês de junho tem como característica as festas juninas, principalmente na região nordeste do Brasil. Mas, além da diversão, essas comemorações trazem a preocupação com o aumento do número de pessoas que chegam aos hospitais com queimaduras. Com o objetivo de conscientizar sobre os riscos dessas queimaduras, o Ministério da Saúde instituiu o dia 6 de junho como o Dia Nacional de Luta contra Queimaduras. 
Segundo o Ministério da Saúde, queimadura é uma lesão causada por calor, eletricidade, substâncias químicas, atrito ou radiação. Pode afetar a pele de maneira superficial até camadas mais profundas como músculos, ossos e tendões. De acordo com o órgão, cerca de um milhão de pessoas sofrem queimaduras anualmente no país, as principais vítimas são crianças e pessoas de baixa renda. 
Gustavo Lima, clínico geral do Hospital da Restauração, destaca as principais medidas preventivas. “Fazer fogueiras baixas, porque reduz o risco de desmoronamentos que espalhem as brasas; não acender fogueiras jogando líquidos inflamáveis, como álcool, gasolina ou solventes; comprar fogos de artifício com procedência garantida e ler o rótulo antes de manipulá-los; e não deixar as crianças participarem dos processos de acender fogueiras ou soltar fogos, além de mantê-las há pelo menos cinco metros das fogueiras”, afirma o médico. 
As queimaduras trazem consequências físicas, emocionais e/ou sociais que podem ser temporárias ou permanentes dependendo da gravidade, como aconteceu com Renata Teixeira, assistente administrativa: “Aos cinco anos levei uma queimadura. A chaleira estava fervendo e, devido a inocência de criança, fui olhar o que tinha dentro, e a chaleira virou sobre mim, minha mãe ficou desesperada e correu comigo para o hospital, por Deus, tive queimaduras de segundo grau, mas as cicatrizes ainda estão até hoje”, explicou a jovem. 
Elas são classificadas conforme a profundidade e tamanho, sendo avaliadas de acordo com o percentual da área corporal atingida. As queimaduras de primeiro grau, também chamadas de superficiais, são as que acometem apenas a epiderme, ou seja, a parte mais superficial da pele. A lesão de 1º grau é seca e não produz bolhas. Os sintomas são dor e vermelhidão local e, em geral, melhoram no intervalo de 3 a 6 dias e não deixam sequelas.
Já a de 2º grau envolve a epiderme e uma parte da derme. Os sintomas são os mesmos da queimadura de 1º grau, porém há o surgimento de bolhas e uma aparência úmida da lesão. A cura pode levar até 3 semanas e costuma deixar a área afetada mais clara e/ou com cicatriz. Nas lesões de 3º grau ou queimaduras profundas, além da derme, os tecidos subcutâneos, nervos, ossos, músculos e vasos sanguíneos podem ser atingidos, que normalmente não curam sem apoio cirúrgico, necessitando de enxertos.

Confira algumas dicas de cuidados e primeiros socorros
Primeiros socorros

1.      Em caso de acidente envolvendo queimaduras, o primeiro cuidado é extinguir a fonte de calor, ou seja, impedir que permaneça o contato do corpo com o fogo, líquidos e superfícies aquecidas, entre outras causas do acidente.

2.      Em seguida, procure lavar o local atingido com água corrente em temperatura ambiente, de preferência por tempo suficiente até que a área queimada seja resfriada.

3.      Também é importante buscar o auxílio de um profissional de saúde no posto de atendimento mais próximo do local do acidente, para que sejam tomadas as providências necessárias para o sucesso da recuperação e também para evitar o agravamento da lesão.

4.      Se não houver Posto de Saúde nas proximidades, deve-se acionar os serviços de socorro do SAMU e do Corpo de Bombeiros ou procurar uma Emergência hospitalar.

5.      Os contatos para ligação gratuita são: Samu 192 e Bombeiros 193.

Cuidados

1.      Não passe no local atingido nenhum produto ou receita caseira. Qualquer substância que seja passada sobre a pele queimada vai irritá-la. Há também o alto risco de infecção por bactérias, fungos e vírus presentes nesses produtos, já que a barreira natural do organismo – a pele – está danificada.

2.      Não passe nenhuma pomada no local atingido. A pele fica extremamente sensível após uma queimadura e as pomadas, ainda que adquiridas em farmácias, machucam ainda mais as células cutâneas e podem irritar a pele e gerar infecções.

3.      Não tente estourar as bolhas provocadas pela queimadura. Elas se manifestam nas queimaduras de segundo grau e devem ser manuseadas apenas por um profissional especializado. Ou seja, não devem ser rompidas, estouradas ou mesmo esvaziadas com uma agulha.

4.      Ao retirar esse curativo natural em casa, o ferimento estará exposto a instrumentos possivelmente contaminados e pode infeccionar. Se houver necessidade de cobrir o ferimento a caminho do serviço de Saúde, o indicado é envolvê-lo num pedaço de pano limpo.

5.      Tecidos ou materiais que grudam no ferimento, como o algodão, devem ser evitados. O paciente queimado não deve retirar a roupa que estiver usando, ainda que houver sido atingida pelo fogo. O ideal é molhar a vestimenta e permanecer assim até a chegada ao pronto-socorro, para evitar que as bolhas estourem e que a pele seja arrancada.

6.      Outro cuidado é retirar acessórios, como pulseiras e anéis, pois o corpo incha naturalmente após uma queimadura e esses objetos podem ficar presos.

Saiba onde procurar ajuda especializada em caso de acidente 

Unidade de Queimados do Hospital São Marcos
Av. Portugal, 52, Boa Vista. CEP: 52.010-010
Recife – PE – Brasil
(81) 3217-4589

Unidade de Queimaduras do Hospital da Restauração
Av. Agamenon Magalhães, s/n – Derby. CEP: 52.010-040
Recife – PE – Brasil
(81) 3421-5444

Real Hospital Português
Avenida Governador Agamenon Magalhães, Nº 4760. CEP: 52010-902
Recife – PE – Brasil
(81) 3416-1019 / (81) 99972-6699
Fonte: Sociedade Brasileira de Queimaduras


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