domingo, 13 de maio de 2018

Mãe por vocação: Conheça a emocionante história de Aline em busca da maternidade



Entre adotivos e biológico, ser mãe vai além da questão sanguínea
Aline Moreira é advogada e, assim como muitas outras mulheres, sempre quis realizar-se como mãe. Em 2008, ela descobriu que o desejo não se concretizaria tão facilmente. Após um ano sem conseguir engravidar, Aline e seu esposo, Guilherme Moreira, resolveram investigar o motivo e descobriram que a qualidade do sêmen de Guilherme seria o grande entrave. A médica que acompanhou a averiguação inicial afirmou que se não fizessem fertilização, ela só conseguiria engravidar por um milagre.
Mas o casal não desanimou e, em seguida, realizou todos os procedimentos necessários em busca da realização desse sonho. Após a implantação de 3 embriões em seu útero, através de uma fertilização in Vitro, Aline descobriu que estava grávida de trigêmeos. O choque foi grande, mas a felicidade foi maior ainda, e eles começaram todos os preparativos para receber os três filhos. A gestação não foi fácil, a advogada teve pressão alta e acabou dando à luz antes do tempo previsto. Com 29 semanas, uma ultrassonografia indicou que os bebês estavam entrando em sofrimento e o parto teve que ser antecipado.
No dia 26 de maio de 2010, Carlos Henrique, João Guilherme e Ana Júlia nasceram trazendo muita alegria, mas também muita preocupação para a família. Carlos nasceu com problema cardíaco e no sistema digestivo, e teve que ser submetido à uma cirurgia nos primeiros dias de vida. Alguns dias após o procedimento, ele não resistiu e faleceu.
Dias depois, João Guilherme contraiu uma infecção pelo cateter e também veio a óbito. Cerca de 10 dias após o falecimento de João, a pequena Ana Júlia foi vítima da mesma infecção que o irmão e também não resistiu. Após 1 mês e meio da chegada dos tão sonhados filhos, Aline e seu esposo estavam novamente de braços vazios. A família inteira estava inconsolada com as perdas e o casal passou por momentos muito difíceis.
No entanto, a vocação pela maternidade falava mais alto. No final de 2011, após tentarem mais duas vezes a fertilização sem sucesso, resolveram se inscrever no cadastro de adoção. Em fevereiro do ano seguinte, a pequena Laura chegou e preencheu o vazio que há muito maltratava a todos. “Laura era a sensação da família porque todos ficaram muito fragilizados com a perda dos trigêmeos”, recordou Aline.
Quando Laura completou 2 anos, receberam uma ligação do juizado para falar sobre um menino, com 6 meses, que também se chamava Guilherme. “Eu lembro que estávamos até num momento difícil financeiramente, mas quando chegamos ao Lar do Neném e o vimos, não pensamos nem duas vezes, e corremos para resolver toda a papelada para levá-lo logo conosco”, relembrou a mãe.
Exatos 10 dias após a chegada do segundo filho, Aline comentou com sua irmã que estava com a menstruação atrasada, fez um teste de farmácia e deu positivo. Ela não conseguiu acreditar e, no dia seguinte, foi ao laboratório fazer o exame de sangue para confirmar a notícia. A família ganharia mais um membro, Frederico estava a caminho. “Eu não precisava de nenhum exame pra saber que era um menino. A frase que eu mais falei e ouvi quando perdi os trigêmeos foi ‘o que Deus me tirou, Ele vai me dar de volta e do mesmo jeitinho’, e foi exatamente o que aconteceu, Ele nos deu nossos 2 meninos e nossa menininha de volta”, relatou.
Hoje, Aline se orgulha e enche a boca para falar aos 4 ventos que é “mãe de três”. Exemplo de superação, ela mostra que ser mãe é uma vocação e vai muito além de questões biológicas, sociais, culturais ou religiosas.
ADOÇÃO EM PERNAMBUCO
Pernambuco permanece entre os cinco estados que mais promovem adoções no Brasil, segundo o último levantamento do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), ao lado do Paraná, de São Paulo, do Rio Grande do Sul e de Minas Gerais. Do total de 1.971 crianças e adolescentes adotados por meio do Cadastro Nacional de Adoção (CNA) no país, em 2017, 132 foram de Pernambuco. Os números foram divulgados no mês em que se comemora o Dia Nacional da Adoção, 25 de maio.
No estado, o destaque continua sendo o percentual de adoções tardias, de crianças e adolescentes de 3 a 17 anos. Dos 132 adotados no ano passado, 93 pertencem a essa faixa etária, o que corresponde a 70,4% do geral. Pernambuco já havia passado por um crescimento importante do percentual de adoções tardias, entre 2015 e 2016, saindo de 45 para 87, ou seja, um aumento de 93,3%.
Os dados também representam avanço em relação à adoção de crianças e adolescentes pardos e negros no estado. Dos 132 adotados, em 2017, 105 estão nessa classificação, representando 79,5% do total.
Apesar de manter os avanços, Pernambuco, assim como o restante do país, tem uma conta que não fecha. O estado possui hoje 1.200 pretendentes à adoção e 334 crianças e adolescentes inseridos no cadastro. O principal motivo para o número de candidatos a pais e mães ser 5 vezes maior que o número de crianças à espera de um novo lar, no Brasil, está no perfil preferido pelos pretendentes. Segundo dados do CNJ, 91% dos adotantes só aceitam crianças com menos de seis anos de idade. Em contrapartida, 92% dos cadastrados para adoção têm entre 7 e 17 anos.
Com informações do Tribunal de Justiça de Pernambuco

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