O Instituto de Medicina
Integral Professor Fernando Figueira (Imip) foi uma das entidades selecionadas
para prestação de serviços complementares na área de atenção à saúde indígena.
A informação foi divulgada pelo Ministério da Saúde, após a publicação do resultado
do chamamento público nº 11/2018, no Diário Oficial da União (DOU), na última
quarta-feira.
A publicação definiu as oito
instituições que serão responsáveis pela assistência em 33 Distritos Sanitários
Especiais Indígenas (DSEIs) e na Casa de Saúde Indígena do Distrito Federal. O objetivo é garantir a continuidade da assistência à saúde dos
povos indígenas e atender às recomendações dos órgãos de controle externo. Desde 2013, a Secretaria Especial de Saúde
Indígena do Ministério da Saúde (Sesai/MS) adotou a
política de entregar a gestão dos DSEIs para
organizações sociais como forma de descentralizar e otimizar o atendimento
a estas populações.
De acordo
com Ruben Maggi, pediatra e supervisor técnico da saúde indígena do Imip, o hospital
já tinha um histórico de colaboração com o Ministério da Saúde e outras
organizações no atendimento a grupos indígenas. A escolha da instituição
configura o reconhecimento pelo trabalho realizado e traz um novo desafio pela
necessidade de sair do âmbito estadual e levar um modelo de gestão e assistência
a outros estados.
“O Imip desenvolve
atividades de supervisão técnica aos médicos que trabalham atendendo estas
comunidades. Desta forma, é possível prestar assistência à população indígena
com ações de prevenção e educação nos municípios de origem, até a atenção
especializada no complexo hospitalar do Imip, respeitando as necessidades e
crenças destes pacientes, incluindo o objetivo de resolver o maior número possível
das demandas de saúde no local de moradia, visto o enorme apego que estas comunidades
têm com seu território”, relatou Maggi.
Participaram do certame 17 instituições,
mas apenas oito foram habilitadas para a execução das
atividades. “O Imip ficará responsável pelo
atendimento a quase toda a região Nordeste, desde o Maranhão até a Bahia. No
contexto do estado de Pernambuco, a maioria dos grupos indígenas estão
localizados no Agreste, com destaque para os municípios de Pesqueira (etnia
xucuru, a mais populosa do estado) e Águas Belas (etnia fulni-ô), e os demais no
sertão do estado”, complementou o supervisor técnico.
O chamamento é uma
modalidade de convênio ou de contrato para o repasse de recursos para as instituições
selecionadas, que deverão desenvolver suas atividades de acordo com a Política
Nacional de Atenção à Saúde dos Povos Indígenas (PNASPI), sob a coordenação da Sesai/MS
e dos DSEIs, em conformidade com as normas previstas no edital de seleção. “É um trabalho que requer a parceria permanente com muitos
atores, a exemplo do DSEI e as secretarias municipais de saúde onde as aldeias
estão localizadas, as próprias organizações comunitárias, além do apoio e
divulgação deste trabalho através dos meios de comunicação”, concluiu.
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