sexta-feira, 5 de outubro de 2018

Recife sedia simpósio para discutir os avanços na cirurgia bariátrica


Relatório da FAO e OPAS aponta que mais da metade dos brasileiros estão com sobrepeso
Os principais nomes da cirurgia bariátrica do País estão reunidos hoje (05/10), no Recife, para o I Simpósio de Cirurgia Bariátrica Robótica do Hospital Esperança, no Hotel Luzeiros. A primeira palestra será ministrada pelo cirurgião Carlos Domene (SP), que irá falar sobre "Cirurgia do Futuro 4.0", onde o robô estará apto a comandar uma cirurgia, com menos participação do médico. Duas cirurgias também serão mostradas e comentadas, para que sejam debatidos os principais métodos utilizados na bariátrica. Além de Carlos Domene, participam ainda os cirurgiões Alexandre Elias (SP), Carlos Saboya (RJ), Walter França (PE), Álvaro Ferraz (PE).
A primeira será apresentada pelo cirurgião Carlos Saboya, com o método Sleeve, ou Gastrectomia Vertical. Nesse procedimento, o estômago do paciente é grampeado, ganhando um formato de tubo, que vai do esôfago ao duodeno. O tamanho do órgão é reduzido em cerca de 80%. A redução do apetite se dá pela retirada de uma parte do estômago que produz um hormônio chamado grelina, responsável pela sensação de fome. Assim, o paciente tem o apetite reduzido. O Sleeve é indicado para pacientes com obesidade 3 que possuem problemas intestinais e anemia.
A segunda cirurgia será a do método Bypass, pelo cirurgião Alexandre Elias. Esse método consiste num desvio do intestino delgado, levando o paciente a absorver menos gordura. O intestino continua funcionando normalmente, preservando a absorção de vitaminas e minerais. Esse tipo de cirurgia é mais indicado para os pacientes diabéticos. A perda de peso varia, em média, de 40%.
"Nossa ideia é que a plateia possa opinar a partir dos pontos que forem apresentados. Será bastante interativo", informa o cirurgião bariátrico do Hospital Esperança Recife, Walter França. O evento, que é realizado em parceria com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica, também é aberto a outros profissionais da equipe multidisciplinar que acompanham pacientes antes e após a cirurgia bariátrica, como psicólogos, nutricionistas e endocrinologistas.
Obesidade
Dados de um relatório conjunto da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) e a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), divulgado em janeiro de 2017, apontam que mais da metade da população brasileira está com sobrepeso. O sobrepeso em adultos subiu de 51,1% em 2010 para 54,1% em 2014. Em 2010, 17,8% da população era obesa e em 2014 o índice chegou a 20%. A prevalência é maior entre as mulheres, com 22,7%. 
Entre as principais doenças ligadas à obesidade, estão problemas cardíacos, diabetes, colesterol alto, depressão, câncer e dermatites, além de incontinência urinária, apneia do sono e disfunção hormonal e erétil (nos homens), refluxo gástrico e doenças articulares.  
Cirurgia robótica
A cirurgia robótica permite intervenções menos invasivas, com menor risco de hemorragias e infecções, menor dor pós-operatória, uma recuperação mais rápida e o retorno mais cedo às atividades cotidianas e ao trabalho. O procedimento garante ao cirurgião a execução dos movimentos de forma precisa, através da manipulação de um console, enquanto os braços do robô fazem movimentos que simulam as mãos do cirurgião. Os braços contêm câmeras que mostram imagens em 3D dos órgãos, garantindo maior precisão dos movimentos aos médicos.
Em julho deste ano, o Hospital Esperança alcançou a marca de 500 cirurgias robóticas realizadas, sendo líder nesse tipo de procedimento nas regiões Norte e Nordeste. No hospital, são realizadas cirurgias robóticas urológicas, bariátricas, colorretais, torácicas e ginecológicas.

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