Relatório da FAO e OPAS aponta que mais
da metade dos brasileiros estão com sobrepeso
Os
principais nomes da cirurgia bariátrica do País estão reunidos hoje (05/10), no Recife, para o I Simpósio de Cirurgia Bariátrica Robótica do Hospital
Esperança, no Hotel Luzeiros. A primeira palestra será ministrada pelo
cirurgião Carlos Domene (SP), que irá falar sobre "Cirurgia do Futuro
4.0", onde o robô estará apto a comandar uma cirurgia, com menos
participação do médico. Duas cirurgias também serão mostradas e comentadas,
para que sejam debatidos os principais métodos utilizados na bariátrica. Além
de Carlos Domene, participam ainda os cirurgiões Alexandre Elias (SP), Carlos
Saboya (RJ), Walter França (PE), Álvaro Ferraz (PE).
A
primeira será apresentada pelo cirurgião Carlos Saboya, com o método Sleeve, ou
Gastrectomia Vertical. Nesse procedimento, o estômago do paciente é grampeado,
ganhando um formato de tubo, que vai do esôfago ao duodeno. O tamanho do órgão
é reduzido em cerca de 80%. A redução do apetite se dá pela retirada de uma
parte do estômago que produz um hormônio chamado grelina, responsável pela
sensação de fome. Assim, o paciente tem o apetite reduzido. O Sleeve é indicado
para pacientes com obesidade 3 que possuem problemas intestinais e anemia.
A
segunda cirurgia será a do método Bypass, pelo cirurgião Alexandre Elias. Esse
método consiste num desvio do intestino delgado, levando o paciente a absorver
menos gordura. O intestino continua funcionando normalmente, preservando a
absorção de vitaminas e minerais. Esse tipo de cirurgia é mais indicado para os
pacientes diabéticos. A perda de peso varia, em média, de 40%.
"Nossa
ideia é que a plateia possa opinar a partir dos pontos que forem apresentados.
Será bastante interativo", informa o cirurgião bariátrico do Hospital
Esperança Recife, Walter França. O evento, que é realizado em parceria com a
Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica, também é aberto a outros
profissionais da equipe multidisciplinar que acompanham pacientes antes e após
a cirurgia bariátrica, como psicólogos, nutricionistas e endocrinologistas.
Obesidade
Dados
de um relatório conjunto da Organização das Nações Unidas para Alimentação e
Agricultura (FAO) e a Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS), divulgado em
janeiro de 2017, apontam que mais da metade da população brasileira está com
sobrepeso. O sobrepeso em adultos subiu de 51,1% em 2010 para 54,1% em 2014. Em
2010, 17,8% da população era obesa e em 2014 o índice chegou a 20%. A
prevalência é maior entre as mulheres, com 22,7%.
Entre
as principais doenças ligadas à obesidade, estão problemas cardíacos, diabetes,
colesterol alto, depressão, câncer e dermatites, além de incontinência
urinária, apneia do sono e disfunção hormonal e erétil (nos homens), refluxo
gástrico e doenças articulares.
Cirurgia robótica
A
cirurgia robótica permite intervenções menos invasivas, com menor risco de
hemorragias e infecções, menor dor pós-operatória, uma recuperação mais rápida
e o retorno mais cedo às atividades cotidianas e ao trabalho. O procedimento
garante ao cirurgião a execução dos movimentos de forma precisa, através da
manipulação de um console, enquanto os braços do robô fazem movimentos que
simulam as mãos do cirurgião. Os braços contêm câmeras que mostram imagens em
3D dos órgãos, garantindo maior precisão dos movimentos aos médicos.
Em
julho deste ano, o Hospital Esperança alcançou a marca de 500 cirurgias
robóticas realizadas, sendo líder nesse tipo de procedimento nas regiões Norte
e Nordeste. No hospital, são realizadas cirurgias robóticas urológicas,
bariátricas, colorretais, torácicas e ginecológicas.
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