quarta-feira, 5 de setembro de 2018

Gastrite atinge cerca de 70% dos brasileiros



Por Rebeka Gonçalves
Já comeu algo e sentiu aquela queimação na barriga, pode ser gastrite. De acordo com a Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED), cerca de 70% da população brasileira é acometida pela gastrite. A doença tem um conceito amplo, mas pode ser compreendida como um grupo heterogêneo de alterações macro e microscópicas da mucosa do estômago, que pode durar por pouco tempo, no caso da gastrite aguda, ou durar meses e até mesmo anos, no caso da crônica.  
Segundo Gerson Brasil, gastroenterologista e presidente da SOBED-PE, as causas da gastrite são variadas: “as mais comuns da forma aguda são medicamentosas (anti-inflamatórios, antibióticos), além do álcool e estresse metabólico (cirurgias, traumas, sepse - complicação potencialmente fatal de uma infecção). Já a forma crônica tem como principal causa a infecção pelo Helicobacter pylori ou H. pylori”, explica. 
Os sintomas da gastrite aguda mais comuns são dor e queimação na região epigástrica – parte superior do abdome – e surgem de maneira súbita, possuem curta duração e desaparecem sem deixar sequelas. Enquanto a crônica normalmente não causa sintomas. O diagnóstico deve ser feito através do exame de endoscopia digestiva alta, realizando a biópsia da mucosa do estômago. 
A estudante Maria Luiza Barroso explica como convive com a gastrite até hoje: “Descobri aos 12 anos durante uma crise com muitas náuseas, desencadeada por ansiedade e nervosismo. Fui ao médico e fiz exames, até que fui diagnosticada com gastrite nervosa. Passei a tomar medicamento todos os dias, por recomendação médica, mas hoje em dia controlo basicamente pela alimentação e com chás naturais. Também evito comida muito ácida ou gordurosa”, relata. 
O tratamento da gastrite depende da causa específica e consiste no uso de medicamentos que diminuem a acidez do estômago e dos inibidores da bomba de prótons, como omeprazol e pantoprazol. Já o tratamento da bactéria H. pylori é feito através de antibióticos. Mas, qualquer terapêutica deve ser feita por orientação médica. 
A prevenção deve ser realizada através de hábitos saudáveis, não exagerando no consumo de bebidas alcoólicas, não fumando e não utilizando drogas, pois essas substâncias tóxicas causam irritação ao estômago e podem causar gastrite. Quanto à gastrite por H. pylori, o especialista faz outras recomendações: “não está claro ainda o que pode levar a uma pessoa contrair a bactéria, mas estudos apontam que ela possa ser transmitida de pessoa para pessoa e por meio do consumo de água e comida contaminados. Dessa forma, para evitar infecções, mantenha sempre sua higiene pessoal em dia. Lave as mãos frequentemente e não leve as mãos à boca quando estiver na rua”, alerta Gerson Brasil.  
Caso a doença não seja tratada de forma correta, pode provocar úlceras e câncer de estômago, principalmente os portadores da forma crônica ocasionada pelo H. pylori. A gastrite não tem cura, mas o tratamento, na maioria das vezes, é bem-sucedido. O importante é iniciar logo para evitar complicações mais graves. 

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