Por
Rebeka Gonçalves
Já
comeu algo e sentiu aquela queimação na barriga, pode ser gastrite. De acordo
com a Sociedade Brasileira de Endoscopia Digestiva (SOBED), cerca de 70% da
população brasileira é acometida pela gastrite. A doença tem um conceito amplo,
mas pode ser compreendida como um grupo heterogêneo de alterações macro e
microscópicas da mucosa do estômago, que pode durar por pouco tempo, no caso da
gastrite aguda, ou durar meses e até mesmo anos, no caso da crônica.
Segundo
Gerson Brasil, gastroenterologista e presidente da SOBED-PE, as causas da
gastrite são variadas: “as mais comuns da forma aguda são medicamentosas
(anti-inflamatórios, antibióticos), além do álcool e estresse metabólico
(cirurgias, traumas, sepse - complicação potencialmente fatal de uma infecção).
Já a forma crônica tem como principal causa a infecção pelo Helicobacter pylori
ou H. pylori”, explica.
Os
sintomas da gastrite aguda mais comuns são dor e queimação na região
epigástrica – parte superior do abdome – e surgem de maneira súbita, possuem
curta duração e desaparecem sem deixar sequelas. Enquanto a crônica normalmente
não causa sintomas. O diagnóstico deve ser feito através do exame de endoscopia
digestiva alta, realizando a biópsia da mucosa do estômago.
A
estudante Maria Luiza Barroso explica como convive com a gastrite até hoje:
“Descobri aos 12 anos durante uma crise com muitas náuseas, desencadeada por
ansiedade e nervosismo. Fui ao médico e fiz exames, até que fui diagnosticada
com gastrite nervosa. Passei a tomar medicamento todos os dias, por
recomendação médica, mas hoje em dia controlo basicamente pela alimentação e
com chás naturais. Também evito comida muito ácida ou gordurosa”, relata.
O
tratamento da gastrite depende da causa específica e consiste no uso de
medicamentos que diminuem a acidez do estômago e dos inibidores da bomba de
prótons, como omeprazol e pantoprazol. Já o tratamento da bactéria H. pylori é
feito através de antibióticos. Mas, qualquer terapêutica deve ser feita por
orientação médica.
A
prevenção deve ser realizada através de hábitos saudáveis, não exagerando no
consumo de bebidas alcoólicas, não fumando e não utilizando drogas, pois essas
substâncias tóxicas causam irritação ao estômago e podem causar gastrite.
Quanto à gastrite por H. pylori, o especialista faz outras recomendações: “não
está claro ainda o que pode levar a uma pessoa contrair a bactéria, mas estudos
apontam que ela possa ser transmitida de pessoa para pessoa e por meio do
consumo de água e comida contaminados. Dessa forma, para evitar infecções,
mantenha sempre sua higiene pessoal em dia. Lave as mãos frequentemente e não
leve as mãos à boca quando estiver na rua”, alerta Gerson Brasil.
Caso
a doença não seja tratada de forma correta, pode provocar úlceras e câncer de
estômago, principalmente os portadores da forma crônica ocasionada pelo H.
pylori. A gastrite não tem cura, mas o tratamento, na maioria das vezes, é
bem-sucedido. O importante é iniciar logo para evitar complicações mais graves.
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