Por Rebeka Gonçalves
Artur
Luís Barros dos Santos, de 9 anos, foi encontrado pela família desacordado e
pendurado por um cordão em uma árvore no quintal da casa em que morava com os
pais no bairro do Cordeiro, Zona Oeste do Recife. A família desconfia que a
criança tenha sido vítima do desafio do jogo online Momo.
Segundo
a mãe de Artur, a professora Jane Nascimento, o menino costumava usar o celular
diariamente. Um dia antes do ocorrido, ela havia guardado o celular do filho
por notar que ele estava muito dependente do aparelho. “Ele queria o tempo todo
o celular. Eu tive que guardar o celular num dia e no outro dia aconteceu isso.
As mães têm que ficar mais ligadas. Eu fiquei, eu olhava, acompanha tudo, mas
em algum momento alguma coisa aconteceu”, relata Jane no depoimento que prestou
ao Departamento de Proteção à Criança e ao Adolescente (DPCA).
Quem é a Momo?
Alguém
de um país de língua espanhola tirou a foto, criou uma conta de WhatsApp e
espalhou os rumores para contactar a Momo. Dessa conta, envia mensagens e
imagens inquietantes a quem escreve para ela, e também insinua que tem
informações pessoais sobre a pessoa.
O
youtuber ReignBot, que tem mais de 500 mil inscritos em seu canal, publicou um
vídeo visto por milhões de pessoas em que explica que é difícil encontrar o
usuário de WhatsApp que criou a Momo, mas sabe-se que está vinculado a pelo
menos três números de telefone que começam com 81, código do Japão, e dois
latino-americanos, um da Colômbia (52) e outro do México (57). Talvez por isso
tenha ficado especialmente conhecida na América Latina.
Rodrigo
Nejm, da ONG Safernet alerta para os riscos: “É mais uma isca usada por
criminosos para roubar dados e extorquir pessoas na internet”, diz.
A
origem da Momo é japonesa. Pertence a uma escultura de uma mulher-pássaro que
foi exposta em 2016 numa galeria de arte em Ginza, um luxuoso distrito de
Tóquio, e que fez parte de uma exposição sobre fantasmas e espectros.
O que os pais podem fazer
“Pais
devem orientar seus filhos de que é mais um golpe e deixar claro para eles que
é importante proteger seus dados pessoais na internet”, orienta o especialista da
Safernet.
Nejm
diz que, se alguém estiver “conversando” com a Momo e ela pedir algo indevido (se
houver uma extorsão ou um pedido de foto, por exemplo), deve-se salvar a
conversa e procurar uma autoridade. Ele adverte que não basta dar “print” na
conversa. É preciso exportar a conversa para nós mesmos. O WhatsApp tem uma
ferramenta que permite isso.
Ele
também sugere que pais consultem o canal de ajuda da ONG (canaldeajuda.org.br)
que orienta as pessoas sobre o que fazer em situações de violência online.
O
jogo da Momo, assim como o da Baleia azul – que se tornou viral em abril de
2017 incitando o suicídio- se popularizou através do jogo Minecraft, que tem
mais de mil jogadores por dia.
Veja cinco razões para não escrever
para o jogo Momo:
-
Roubo de informações pessoais - Incitação ao suicídio ou à violência
- Assédio
- Extorsão (é o ato de obrigar alguém a tomar um determinado comportamento, por meio de ameaça ou violência, com a intenção de obter vantagem, recompensa ou lucro. É crime tipificado no artigo 158 do Código Penal Brasileiro)
- Transtornos físicos e psicológicos (ansiedade, depressão, insônia, etc.)
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