Por
Rebeka Gonçalves
O
Dia Nacional de Combate ao Fumo, comemorado em 29 de agosto, foi criado em
1986. O objetivo é dar visibilidade à prevenção e ao controle do tabagismo.
Além da formação de profissionais para a sensibilização e oferta de tratamento
para fumantes no Sistema Único de Saúde (SUS).
Criado
pela Lei Federal nº 7.488, a data inaugura a normatização voltada para o
controle do tabagismo como problema de saúde coletiva. A Organização Mundial de
Saúde (OMS) considera o fumo uma epidemia global, responsável por cerca de 6
milhões de mortes anuais, das quais mais de 600 mil por exposição involuntária
à fumaça do tabaco, denominada tabagismo passivo. O órgão argumenta ainda que
mais de 80% dessas mortes poderiam ser evitadas.
Há
uma tendência histórica de queda na taxa de prevalência de fumantes no mundo
todo. No Brasil, esse dado é comprovado pelo Ministério da Saúde. Em 1989,
cerca de 32% da população fumava. A pneumologista do Hospital das Clínicas de Pernambuco,
Kamila Dias, explica que um bom acompanhamento profissional é fundamental para quem
quer parar de fumar, além de muita força de vontade. “Pouquíssimos pacientes
conseguem parar de fumar somente com medicação, por isso recomendo a ida aos
Centros de Atenção Psicossocial, pois encontrará suporte psicólogo e
psiquiátrico, mas essa decisão tem que partir do doente”, recomenda.
Viver bem sem tabagismo
A
prefeitura de Tuparetama, município localizado no sertão de Pernambuco, em
parceria com o governo do Estado, criou o grupo Viver Bem sem Tabagismo. O
primeiro grupo reuniu 15 participantes, entre mulheres e homens, no qual uma
equipe com profissionais de saúde de diversas especialidades, a partir de uma
entrevista e depois utilizando o teste de fagerstrom, que servia para medir o
limiar da dependência, encaminhavam o paciente para o tratamento, nem sempre
medicamentoso.
Clarissa
Siqueira, farmacêutica e organizadora do projeto, explica como se deu esse
processo: “Todos os participantes do grupo tinham a vontade de parar de fumar.
Então, avaliávamos individualmente cada paciente para ver a necessidade ou não
do medicamento pelo teste e fizemos o acompanhamento deles. Foram três meses de
acompanhamento, o primeiro mês, mensal, segundo mês quinzenal e o terceiro mês
um encontro só no mês. Mas os participantes preferiram que os encontros
ficassem sendo semanais, pois segundo relatos daria mais segurança. Então,
fomos fazendo o acompanhamento odontológico, psicológico, de fisioterapia, era
uma equipe multidisciplinar. E cada semana um profissional diferente
participava das reuniões, ou ensinando técnicas de relaxamento, ou uma
atividade física, ou uma alimentação diferente, que ajudava a combater a
fissura pela vontade de fumar”, relata.
O
grupo teve um resultado muito positivo e ajudou diversas pessoas, como relata a
dona de casa, Severina Maria: “Quando surgiu esse tratamento, eu me inscrevi
logo. A primeira semana ainda fumei muito, mesmo tomando remédio. Um dia falei
chega e hoje vai ser o último dia que eu vou fumar e consegui graças à Deus.
Não é só o remédio que faz com que paramos de fumar, nós precisamos também ter
força de vontade, porque senão não tem jeito. Parei de fumar dia 1º de abril e
até hoje não fumei mais. Estou me sentindo muito melhor graças à Deus, por dois
motivos, o primeiro pela minha saúde e o segundo pelo bolso, que só de cigarro
eram quase 400 reais por mês. As meninas que sempre estavam na reunião conosco,
dando palestra são ótimas, muito bem capacitadas, e souberam nos levar com toda
paciência, dando-nos total apoio”, lembra.
Segundo
a organizadora do projeto, 12 participantes abandonaram o tabaco 100% e outros três
diminuíram cerca de 80% da quantidade que faziam uso. “Então, foi um grupo que
teve um resultado muito bom e a procura hoje no município é muito grande para a
formação desses grupos pelo resultado desse primeiro”, conclui Clarissa
Siqueira.
CAPS
Segundo
o Ministério da Saúde, os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) são pontos de
atenção estratégicos da RAPS: serviços de saúde de caráter aberto e comunitário
constituído por equipe multiprofissional e que atua sobre a ótica
interdisciplinar e realiza prioritariamente atendimento às pessoas com
sofrimento ou transtorno mental, incluindo aquelas com necessidades decorrentes
do uso de álcool e outras drogas, em sua área territorial, seja em situações de
crise ou nos processos de reabilitação psicossocial e são substitutivos ao
modelo asilar. Caso o seu município não tenho o CAPS, deve procurar a Rede de
Atenção à Saúde.
Acesse
aqui para mais informações sobre o CAPS
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