Diante da confirmação do
surto de sarampo nos estados de Roraima e Amazonas pelo Ministério da Saúde, a Secretaria
Estadual de Saúde de Pernambuco (SES/PE) está reforçando com os municípios e a
população em geral a importância da vacinação contra a doença. De acordo com a
SES/PE, a intenção é intensificar as ações de imunização para evitar a reintrodução
do vírus no Estado, que não registra casos da enfermidade desde 2014.
Segundo George Dimech, diretor
geral de Controle de Doenças Transmissíveis, o trânsito de pessoas entre países
pode facilitar a reintrodução da doença no país. “Hoje, o fluxo de pessoas
entre países pode facilitar a introdução de vírus em territórios que ele não
esteja presente. Precisamos chamar a atenção dos pernambucanos para que eles
verifiquem se sua situação vacinal está atualizada, não apenas para o sarampo,
mas para outras enfermidades que possam ser evitadas com as vacinas disponibilizadas
pelo SUS”, reforça.
Este ano, a Organização
Mundial de Saúde (OMS) já confirmou casos em países da Europa e África. Nas
Américas, há registros de sarampo nos Estados Unidos e na Venezuela. Já no
Brasil, o Ministério da Saúde confirmou 263 casos no Amazonas e 200 em Roraima,
até o dia 20 de junho. Em Pernambuco, foram registrados 199 casos de sarampo em
2013 e 27 em 2014, além de 1 caso importado em 2012. Anteriormente, o último
registro tinha sido em 1999.
“Até a sexta, estamos
encaminhando uma nota informativa para reforçar com os municípios as ações de
controle e de vigilância do sarampo, para detecção e notificação precoce de um
caso suspeito, possibilitando a tomada de todas as medidas de controle. Também
estamos indicando que haja um reforço de informação para os profissionais de
saúde, para o público que for viajar para áreas com ocorrência da doença e
indivíduos que tenham maior possibilidade de contato com viajantes, tais como
os profissionais do setor de turismo, transporte de passageiros, caminhoneiros
e trabalhadores do sexo”, afirma a gerente de Prevenção de Doenças
Imunopreveníveis da SES, Ana Antunes.
Além da imunização, o
governo está adotando medidas para impedir que o vírus volte a circular de
forma sustentada no Brasil, por meio de treinamentos de equipes técnicas nos
dois estados. Além disso, o governo tem capacitado os profissionais de saúde
sobre a doença e ações de vigilância epidemiológica. O objetivo é orientar
as ações para o enfrentamento da situação, bem como torná-los aptos a atuarem
em casos suspeitos.
A única forma de
prevenção é a vacina. A indicação é utilizar a vacina tríplice viral, que evita
também a rubéola e a caxumba. Ela deve ser aplicada em crianças com 12 meses,
com um reforço aos 15 meses com a tetra viral (sarampo, caxumba, rubéola e
varicela). Crianças acima de 2 anos, jovens e adultos até os 29 anos e profissionais
de saúde não vacinados anteriormente ou que não lembram se foram imunizados,
devem tomar duas doses da tríplice viral, com intervalo de 30 dias entre elas.
Já os adultos entre 30 e 49 anos, na mesma situação, devem tomar uma dose da
tríplice.
Sarampo
O sarampo é uma doença
infecciosa aguda, transmitida por vírus e extremamente contagiosa. O paciente
com a enfermidade pode apresentar os seguintes sintomas: febre, tosse,
irritação ocular, corrimento do nariz, manchas avermelhadas no rosto, que avançam
em direção aos pés. Também pode causar infecção nos ouvidos, pneumonia, ataques
(convulsões e olhar fixo), lesão cerebral e morte. Além disso, o vírus pode
atingir as vias respiratórias, causar diarreias e até infecções no encéfalo. Mais
comum na infância, o sarampo pode se desenvolver de maneira mais grave em recém-nascidos,
desnutridos, gestantes e pessoas portadoras de imunodeficiências.
A transmissão se dá por
meio do contato direto através de tosse, espirros, fala, secreções
respiratórias ou da boca. O contágio ocorre na fase em que o doente apresenta
febre alta, mal-estar, coriza, irritação ocular, tosse e falta de apetite e
dura até quatro dias após o aparecimento das manchas vermelhas.
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