Mais
4 estados brasileiros já confirmaram casos da doença
O Ministério da Saúde
atualizou nesta quarta-feira (18/07) os dados sobre o sarampo no Brasil. Os
dados foram informados pelas secretarias estaduais de saúde. Até o dia 17 de
julho, 3.586 casos foram notificados, desses 677 confirmados, 2.724 sob
investigação e 185 descartados. Apenas os estados de Roraima e Amazonas
enfrentam situação de surto da doença. No entanto, foi comprovado que o genótipo
do vírus (D8), que foi identificado nesses estados, é o mesmo que circula na
Venezuela. Com isso, os especialistas concluem que trata-se de uma epidemia
importada.
No Amazonas, foram
confirmados 444 casos de sarampo, 2.529 permanecem em investigação e 147 foram
descartados. Roraima confirmou 216 ocorrências, 160 continuam em investigação e
38 foram descartados. Além disso, alguns casos isolados foram identificados nos
estados de São Paulo (1), Rio Grande do Sul (8), Rondônia (1) e Rio de Janeiro
(7).
O Ministério da Saúde esclarece
que está acompanhando a situação e prestando o apoio necessário. Medidas de
bloqueio de vacinação, mesmo em casos suspeitos, estão sendo realizadas em
todos os estados.
Ações
de combate à doença
A pasta antecipou a
campanha de vacinação contra sarampo nos estados de Roraima e Amazonas para os
meses de março e abril deste ano, a ação estava prevista apenas para agosto em
todo território nacional. De janeiro a junho deste ano, foram enviadas 711,4
mil doses da vacina tríplice viral (sarampo, caxumba e rubéola) para atender a
demanda de rotina e para a realização de campanhas, ações de controle e
prevenção nesses estados.
Além da imunização, o
governo está adotando medidas para impedir que o vírus volte a circular de
forma sustentada no Brasil, por meio de treinamentos de equipes técnicas nos
dois estados. Além disso, o governo tem capacitado os profissionais de saúde
sobre a doença e ações de vigilância epidemiológica. Também foi realizada
intensificação vacinal nos estrangeiros presentes no posto da Polícia Federal,
em Roraima. O objetivo é orientar as ações para o enfrentamento da situação,
bem como torná-los aptos a atuarem em casos suspeitos.
Foi elaborado, ainda, um
plano de fortalecimento da vigilância epidemiológica do sarampo no estado do
Amazonas, considerando eixos prioritários de atuação: municípios com mais de 75
mil habitantes, Região Metropolitana de Manaus, Municípios Sede de DSEI,
Municípios de fronteira com outros países, Municípios Polo e Comunicação. Para
o enfrentamento da situação do sarampo no estado do Amazonas, estão em
andamento o bloqueio vacinal, a intensificação vacinal, a varredura (vacinação
casa a casa), assim como estratégias de isolamento de casos
suspeitos/confirmados durante o período de transmissibilidade.
Entre 2013 e 2015, foram
registrados 1.310 casos da enfermidade no Brasil, decorrentes de pacientes
vindos de outros países, a maioria deles nos estados de Pernambuco e Ceará. Em
2016, o país recebeu o certificado de eliminação da circulação do vírus do
sarampo da Organização Pan-Americana da Saúde (OPAS). O governo brasileiro vem
atuando de maneira enérgica através do fortalecimento da vigilância
epidemiológica, da rede laboratorial e de estratégias de imunização para manter
o certificado.
Campanha
de Vacinação
Entre os dias 6 e 31 de
agosto, será realizada a Campanha Nacional de Vacinação contra Sarampo, com o
Dia D no dia 18. A iniciativa é do Ministério da Saúde e o objetivo é imunizar
95% do público-alvo, que são crianças entre 1 ano e menores de 5 (4 anos, 11
meses e 29 dias), independentemente da situação vacinal. Em 2017, dados
preliminares apontam que a cobertura no Brasil foi de 85,21% na primeira dose
(tríplice viral) e de 69,95% na segunda dose (tetra viral).
Sarampo
O sarampo é uma doença
infecciosa aguda, transmitida por vírus e extremamente contagiosa. O paciente
com a enfermidade pode apresentar os seguintes sintomas: febre, tosse,
irritação ocular, corrimento do nariz, manchas avermelhadas no rosto, que
avançam em direção aos pés. Também pode causar infecção nos ouvidos, pneumonia,
ataques (convulsões e olhar fixo), lesão cerebral e morte. Além disso, o vírus
pode atingir as vias respiratórias, causar diarreias e até infecções no
encéfalo. Mais comum na infância, o sarampo pode se desenvolver de maneira mais
grave em recém-nascidos, desnutridos, gestantes e pessoas portadoras de
imunodeficiências.
A transmissão se dá por
meio do contato direto através de tosse, espirros, fala, secreções
respiratórias ou da boca. O contágio ocorre na fase em que o doente apresenta
febre alta, mal-estar, coriza, irritação ocular, tosse e falta de apetite e
dura até quatro dias após o aparecimento das manchas vermelhas.
A única forma de
prevenção é a vacina e os principais grupos de risco são pessoas de seis meses
a 39 anos de idade. Na fase adulta, os mais suscetíveis são trabalhadores de
portos e aeroportos, hotelaria e profissionais do sexo, devido à maior
exposição a indivíduos de outros países. As crianças devem tomar duas doses da
vacina combinada contra rubéola, sarampo e caxumba, conhecida como tríplice
viral, a primeira dose com um ano e a segunda entre quatro e seis anos.
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