quarta-feira, 25 de julho de 2018

Documento alerta para risco de descontrole do HIV no mundo por falta de investimento


Cientistas afirmam que a escassez de recursos é uma barreira para atingir a meta da ONU de controle da doença até 2020
Uma pesquisa publicada na revista científica The Lancet sobre o vírus HIV alerta para o risco de descontrole da Aids no mundo. O estudo, realizado por 47 especialistas no assunto, conclui que a carência de investimentos em pesquisas e campanhas está prejudicando os esforços para conter o avanço da doença.
No relatório, os especialistas afirmam que os recursos investidos no combate ao HIV estabilizou em aproximadamente R$ 74 bilhões nos últimos anos, R$ 27 bilhões a menos do que seria preciso para atingir a meta da UNAids de restringir as novas infecções anuais a 500 mil até 2020. "Apesar do progresso extraordinário na resposta ao HIV, a situação ficou estagnada na última década", disse Linda-Gail Bekker, presidente da Sociedade Internacional de Aids.
A comissão de pesquisadores reforça a necessidade de mudanças urgentes no tratamento e controle da doença, além de enfatizar a importância da colaboração entre profissionais de saúde. Eles defendem, por exemplo, que o teste de HIV seja incluído entre os testes para doenças não contagiosas como diabetes e hipertensão.
A publicação ressalta ainda que a infecção continua persistente em grupos marginalizados, como jovens, especialmente mulheres, e nos países em desenvolvimento. Esses públicos também encontram mais dificuldade de acesso ao tratamento. Segundo o Ministério da Saúde, os maiores registros de casos da doença estão entre os jovens homossexuais brasileiros.
De acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 37 milhões de pessoas convivem com o vírus HIV/Aids em todo o mundo. Anualmente, surgem 1,8 milhões de novos casos da enfermidade. No Brasil, a doença já atinge mais de 880 mil pessoas e registra cerca de 40 mil novas ocorrências a cada ano, segundo dados do último Boletim Epidemiológico de HIV/Aids do Ministério da Saúde, publicado em dezembro de 2017. 

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