Cientistas
afirmam que a escassez de recursos é uma barreira para atingir a meta da ONU de
controle da doença até 2020
Uma pesquisa publicada na
revista científica The Lancet sobre o vírus HIV alerta para o
risco de descontrole da Aids no mundo. O estudo, realizado por 47 especialistas
no assunto, conclui que a carência de investimentos em pesquisas e campanhas está
prejudicando os esforços para conter o avanço da doença.
No relatório, os
especialistas afirmam que os recursos investidos no combate ao HIV estabilizou em
aproximadamente R$ 74 bilhões nos últimos anos, R$ 27 bilhões a menos do que seria
preciso para atingir a meta da UNAids de restringir as novas infecções anuais a
500 mil até 2020. "Apesar do progresso extraordinário na resposta ao HIV,
a situação ficou estagnada na última década", disse Linda-Gail Bekker,
presidente da Sociedade Internacional de Aids.
A comissão de
pesquisadores reforça a necessidade de mudanças urgentes no tratamento e
controle da doença, além de enfatizar a importância da colaboração entre
profissionais de saúde. Eles defendem, por exemplo, que o teste de HIV seja
incluído entre os testes para doenças não contagiosas como diabetes e
hipertensão.
A publicação ressalta
ainda que a infecção continua persistente em grupos marginalizados, como jovens,
especialmente mulheres, e nos países em desenvolvimento. Esses públicos também
encontram mais dificuldade de acesso ao tratamento. Segundo o Ministério da
Saúde, os maiores registros de casos da doença estão entre os jovens
homossexuais brasileiros.
De acordo com a
Organização das Nações Unidas (ONU), cerca de 37 milhões de pessoas convivem
com o vírus HIV/Aids em todo o mundo. Anualmente, surgem 1,8 milhões de novos
casos da enfermidade. No Brasil, a doença já atinge mais de 880 mil pessoas e
registra cerca de 40 mil novas ocorrências a cada ano, segundo dados do último
Boletim Epidemiológico de HIV/Aids do Ministério da Saúde, publicado em dezembro
de 2017.
0 comentários:
Postar um comentário
Deixe aqui seu comentário