Um estudo do Ministério
da Saúde indica que houve um aumento de 54,3% de mulheres diagnosticadas com
diabetes em Recife, nos últimos 11 anos. Em 2006, o percentual de mulheres que
tinham a doença era de 5,7%, em 2017, o índice subiu para 8,8%. Os dados
são da Pesquisa de Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças
Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel). O objetivo é monitorar os índices,
fatores de risco e proteção para doenças crônicas que darão subsídios para a
formulação e reformulação de políticas públicas.
Recife teve o terceiro
maior percentual da doença entre as mulheres, ficando atrás apenas do Rio de
Janeiro e de Vitória. Já o público masculino recifense ocupou a sétima menor
taxa da enfermidade no país em 2017. Mas o percentual de homens com diagnóstico
de diabetes também aumentou 8% no mesmo período. De maneira global, a capital
pernambucana é uma das capitais com o maior número de portadores da doença, com
7,3%.
De acordo com o Sistema
de Informações sobre Mortalidade (SIM), o diabetes foi responsável por 25.869 mortes
em Pernambuco entre 2010 e 2016. Esse número representa uma alta de 13,7%, foram
3.595 óbitos em 2010 e 4.090 em 2016. Já o número de internações caiu quase 30%
no mesmo período, segundo dados do Sistema de Informações Hospitalares (SIH).
Atualmente, mais de 13
milhões de pessoas convivem com a diabetes no Brasil, o que representa cerca de
7% da população. Segundo a Sociedade Brasileira de Diabetes, esse número vem
crescendo e a demora no diagnóstico pode agravar o quadro do paciente.
Diabetes
O diabetes é uma doença
crônica decorrente da deficiência da insulina no organismo, hormônio produzido
pelo pâncreas que tem como função regular a quantidade de glicose no sangue. É
também responsável por outras complicações, como a doença cardiovascular, a
diálise por insuficiência renal crônica e as cirurgias para amputações dos
membros inferiores.
O paciente diabético não
produz insulina adequadamente e, consequentemente, não consegue controlar o
nível de açúcar, o que ocasiona o aumento da substância no corpo, a chamada hiperglicemia.
O endocrinologista Fábio
Moura explica que muitos portadores da doença não apresentam sintomas, o que
pode dificultar o diagnóstico precoce. “50% dos pacientes com diabetes são
assintomáticos. A outra metade pode ter perda de peso involuntária, urinar
muito, beber muita água, ter uma coceira sem causa óbvia, vários sintomas
específicos”, esclarece.
O diagnóstico pode ser
feito através de um simples exame de sangue para aferir o nível de glicose no
organismo. A glicemia normal em jejum não deve ultrapassar os 100 mg/dL e, duas
horas após a refeição, não deve ser maior que 140 mg/dl.
O tratamento e controle
pode ser feito por meio de um monitor de glicemia, medicações e, às vezes, por
injeções de insulina. Contudo, só o médico poderá indicar qual o melhor
tratamento para cada caso. Vale ressaltar que nem sempre o uso de medicamentos
é necessário, algumas vezes a mudança no estilo de vida pode ser suficiente.
Segundo Fábio Moura, já
existem avanços em relação ao tratamento e controle da diabetes. “Existem
drogas com maior capacidade de diminuição da glicemia, de causar perda de peso
e não causar hipoglicemia, além de equipamentos mais modernos para monitorar a
glicose”, afirma o especialista.
O paciente diabético
precisa adotar hábitos saudáveis como praticar atividade física, evitar o fumo,
manter o peso ideal e ter uma alimentação balanceada, regulando a quantidade de
doces e gordura consumidos. Exercícios regulares ajudam a reduzir as taxas de
açúcar no sangue, pois exigem uma queima maior de energia.
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