A Organização Mundial da
Saúde (OMS) divulgou um relatório que revela que países pobres podem ganhar US$
350 bilhões até 2030 se aumentarem o investimento na prevenção e tratamento de
doenças crônicas não transmissíveis, como doenças cardiovasculares, câncer,
diabetes, doenças respiratórias crônicas e transtornos mentais. Além disso,
essas ações salvariam mais de 8 milhões de vidas no mesmo período.
O relatório Saving lives, spending less: a strategic response to
NCDs (Salvando vidas, gastando menos: uma resposta estratégica
às DCNTs, tradução livre), que foi divulgado na última quarta-feira (16/05), apresenta
as necessidades financeiras e os retornos de políticas rentáveis e viáveis para
evitar esse tipo de enfermidade, que são as principais causas de doenças e
mortes no mundo.
Um dos resultados
apresentados no documento é que para cada US$ 1 investido em ações para tratar enfermidades
crônicas em países de baixa e baixa-média renda, haverá um retorno à sociedade
de pelo menos US$ 7 em aumento de empregos, produtividade e longevidade. "A
mensagem abrangente deste novo e poderoso relatório da OMS é otimista. (...) Combater
as DCNTs é uma oportunidade para melhorar a saúde e as economias”, ressaltou Tedros
Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS.
As doenças crônicas não
transmissíveis tendem a ser de longa duração e são resultado de uma combinação
de fatores genéticos, fisiológicos, ambientais e comportamentais. Elas são
responsáveis pela morte de 41 milhões de pessoas a cada ano, representando um
total de 72% de todas as mortes no mundo. Segundo o documento, se os países seguissem
essa recomendação, o mundo se aproximaria significativamente do Objetivo de
Desenvolvimento Sustentável 3.4, que tem como finalidade a redução de mortes
prematuras por DCNTs em um terço até 2030.
Entre as ações com melhor
custo-benefício estão o aumento dos impostos sobre o tabaco e o álcool, a
redução da ingestão de sal por meio da reformulação de produtos alimentares, vacinação
de meninas com idades entre 9 e 13 anos contra o papilomavírus humano (HPV), rastreio
de mulheres com idade entre 30 e 49 anos para prevenção de câncer do colo do
útero, administração de terapia medicamentosa e aconselhamento para pessoas que
tiveram ataques cardíacos ou acidentes vasculares cerebrais.
Para
US$ 1 investido em cada área de política, foram documentados os seguintes
retornos:
US$ 12.82 de promoção de
dietas saudáveis;
US$ 9,13 de redução do
uso nocivo do álcool;
US$ 7,43 de redução de
consumo do tabaco;
US$ 3,29 por fornecer
terapia medicamentosa para doença cardiovascular;
US$ 2,80 do aumento de
atividade física;
US$ 2,74 de gerenciamento
do câncer.
Fonte: OPAS/OMS
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