sexta-feira, 11 de maio de 2018

Cremepe sedia curso de capacitação para disgnóstico de morte encefálica



Com o intuito de capacitar médicos para realizar o diagnóstico de morte encefálica, o Conselho Regional de Medicina de Pernambuco (Cremepe) e a Central de Transplantes de Pernambuco (CT-PE) promoverão um curso de capacitação no dia 19 de maio, na sede do Conselho. O curso será voltado para médicos neurologistas, intensivistas e urgentistas que tenham pelo menos um ano de experiência em acompanhamento de pacientes em coma.
Ministrado pelas médicas Claudia Vilela, neurologista e Karina Monteiro, intensivista, o curso abordará o conceito de morte encefálica, metodologia de determinação desse tipo de óbito e discussão prática de casos. Além dos fundamentos éticos e legais na determinação da morte encefálica e as condutas adequadas para a comunicação de má notícia (comunicação voltada aos familiares e retirada do suporte vital).
De acordo com André Bezerra, coordenador médico da CT-PE, esse curso vem para atender uma exigência da nova resolução nº 2.173/17 que substitui a de nº 1.480/97 e atende o que determina a lei nº 9.434/97, que regulamenta o transplante de órgãos no Brasil. Ela estabelece que os procedimentos para a determinação da morte encefálica devem ser iniciados em todos os pacientes que apresentem coma não perceptivo, ausência de reatividade supra espinhal e apneia persistente.
“O curso tem o objetivo de capacitar o maior número possível de profissionais para a realização desse procedimento no estado. Segundo a nova resolução, publicada em dezembro do ano passado, os profissionais que podem fazer o diagnóstico são médicos neurologistas, intensivistas e urgentistas que preencham o critério de exigência de 1 ano de atuação no acompanhamento de pacientes em coma”, enfatizou André Bezerra.
Em 2017, cerca de 44% das famílias de potenciais doadores não autorizaram a doação dos órgãos em Pernambuco. Noemy Gomes, coordenadora da CT-PE, relatou que esse alto índice de negativa se deve, principalmente, à falta de acolhimento e do fornecimento de informações adequadas aos familiares no decorrer do internamento. Outra causa comum também está relacionada com questões culturais e religiosas das famílias.
Até o mês de julho, estão previstos mais dois cursos sendo um em Petrolina e outro em Caruaru. As inscrições estão sendo realizadas através do e-mail: edu.ctpe@gmail.com
CRITÉRIOS PARA O DIAGNÓSTICO
De acordo com Conselho Federal de Medicina (CFM), a nova resolução atualiza os critérios para a definição de morte encefálica. Um deles é que agora o diagnóstico pode ser dado por mais especialistas, além do neurologista. A captação de tecidos, órgãos ou partes do corpo humano destinados a transplante só deve ser realizada após constatado o diagnóstico de morte encefálica, verificado por dois médicos que não façam parte das equipes de remoção e de transplante, mediante a utilização de critérios clínicos e tecnológicos definidos por resolução do CFM.
O paciente deve apresentar quadro clínico com presença de lesão encefálica de causa conhecida e irreversível, ausência de fatores que possam ser tratados, temperatura corporal superior a 35 graus e saturação arterial de acordo com critérios estabelecidos. Além disso, ele deve ser tratado e observado por um período mínimo de seis horas e ser submetido a teste de apneia e a exames complementares, como angiografia cerebral, eletroencefalograma, doppler transcraniano e cintilografia. O exame clínico precisa ser feito por dois médicos diferentes, com um intervalo mínimo de uma hora entre o primeiro e o segundo.

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