A tireoide é uma glândula
responsável por regular a função de órgãos vitais como o coração, o cérebro, o
fígado e os rins. Ela garante o equilíbrio do organismo através da produção dos
hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina), tendo o papel de reguladora do
metabolismo do corpo humano.
De acordo com Fábio
Moura, endocrinologista do MCor, as doenças da tireoide acometem entre 5% e 8%
da população no mundo e a comunidade científica tem discutido muito se há algum
fator que possa estar ocasionando o aumento do número de casos, tanto de
hipotireoidismo como de hipertireoidismo mas, principalmente, de câncer de
tireoide.
“Estamos vivendo um
momento de crescimento significativo na detecção das doenças na tireoide.
Existem várias interrogações sobre o motivo desse aumento, podendo ser devido
ao fato de estar se investigando mais, mas não apenas por isso. Certamente
existe algum outro fator que ainda não se sabe qual, pode ser ambiental,
alimentar, a ciência ainda está investigando”, afirmou o especialista.
Os problemas mais comuns
são o hipotireoidismo, que é quando a glândula produz menos hormônio do que
deveria, o hipertireoidismo, que é o oposto, ou seja, a produção excessiva de
hormônio, e o nódulo de tireoide, que pode estar associado com o câncer. Essas
doenças podem ocorrer em qualquer etapa da vida e são simples de se diagnosticar,
devido ao aumento do volume da glândula.
Os nódulos não apresentam
sintomas e atingem cerca de 60% da população brasileira, em algum momento da
vida. O que não significa que sejam malignos, apenas 5% dos casos são
cancerosos. O reconhecimento precocemente pode salvar a vida da pessoa e a
palpação da tireoide é fundamental para isso. “O nódulo pode estar associado
com um câncer, mas não necessariamente será um. Na maioria dos casos, não será
câncer, mas é preciso investigar essa possibilidade”, enfatizou.
Localizada na parte anterior
do pescoço, logo abaixo do pomo de adão, a tireoide uma das maiores glândulas do
corpo e pode chegar a pesar até 25 gramas em um adulto. Ela atua diretamente no
crescimento e desenvolvimento de crianças e adolescentes, na regulação dos
ciclos menstruais, na fertilidade, no peso, na memória, na concentração, no
humor e no controle emocional. O hipotireoidismo dificulta o emagrecimento e
está associado ao ganho de peso.
“Muitas pessoas usam o
hormônio da tireoide para acelerar a perda de peso, mas isso é um risco, porque
quando você tomar esse hormônio de forma desnecessária você aumenta a arritmia
cardíaca, aumenta a osteoporose e, principalmente, você causa uma perda de peso
as custas de massa magra, ou seja, músculo e osso, e a longo prazo é péssimo
para a saúde”, alertou Fábio Moura.
Em geral, o tratamento do
hipotireoidismo consiste na reposição do hormônio através de medicação. Já para
o hipertireoidismo, mais grave e associado com um maior índice de mortalidade, a
terapêutica pode ser feita com remédios, com iodo radioativo e, em casos mais
raros, com cirurgia. No caso do nódulo, dependerá do tamanho e aspecto do
mesmo, contudo, na maioria dos casos o tratamento é cirúrgico.
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