terça-feira, 22 de maio de 2018

Causas do aumento dos casos de doenças da tireoide ainda são desconhecidas





A tireoide é uma glândula responsável por regular a função de órgãos vitais como o coração, o cérebro, o fígado e os rins. Ela garante o equilíbrio do organismo através da produção dos hormônios T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina), tendo o papel de reguladora do metabolismo do corpo humano.
De acordo com Fábio Moura, endocrinologista do MCor, as doenças da tireoide acometem entre 5% e 8% da população no mundo e a comunidade científica tem discutido muito se há algum fator que possa estar ocasionando o aumento do número de casos, tanto de hipotireoidismo como de hipertireoidismo mas, principalmente, de câncer de tireoide.
“Estamos vivendo um momento de crescimento significativo na detecção das doenças na tireoide. Existem várias interrogações sobre o motivo desse aumento, podendo ser devido ao fato de estar se investigando mais, mas não apenas por isso. Certamente existe algum outro fator que ainda não se sabe qual, pode ser ambiental, alimentar, a ciência ainda está investigando”, afirmou o especialista.
Os problemas mais comuns são o hipotireoidismo, que é quando a glândula produz menos hormônio do que deveria, o hipertireoidismo, que é o oposto, ou seja, a produção excessiva de hormônio, e o nódulo de tireoide, que pode estar associado com o câncer. Essas doenças podem ocorrer em qualquer etapa da vida e são simples de se diagnosticar, devido ao aumento do volume da glândula.
Os nódulos não apresentam sintomas e atingem cerca de 60% da população brasileira, em algum momento da vida. O que não significa que sejam malignos, apenas 5% dos casos são cancerosos. O reconhecimento precocemente pode salvar a vida da pessoa e a palpação da tireoide é fundamental para isso. “O nódulo pode estar associado com um câncer, mas não necessariamente será um. Na maioria dos casos, não será câncer, mas é preciso investigar essa possibilidade”, enfatizou.
Localizada na parte anterior do pescoço, logo abaixo do pomo de adão, a tireoide uma das maiores glândulas do corpo e pode chegar a pesar até 25 gramas em um adulto. Ela atua diretamente no crescimento e desenvolvimento de crianças e adolescentes, na regulação dos ciclos menstruais, na fertilidade, no peso, na memória, na concentração, no humor e no controle emocional. O hipotireoidismo dificulta o emagrecimento e está associado ao ganho de peso.
“Muitas pessoas usam o hormônio da tireoide para acelerar a perda de peso, mas isso é um risco, porque quando você tomar esse hormônio de forma desnecessária você aumenta a arritmia cardíaca, aumenta a osteoporose e, principalmente, você causa uma perda de peso as custas de massa magra, ou seja, músculo e osso, e a longo prazo é péssimo para a saúde”, alertou Fábio Moura.
Em geral, o tratamento do hipotireoidismo consiste na reposição do hormônio através de medicação. Já para o hipertireoidismo, mais grave e associado com um maior índice de mortalidade, a terapêutica pode ser feita com remédios, com iodo radioativo e, em casos mais raros, com cirurgia. No caso do nódulo, dependerá do tamanho e aspecto do mesmo, contudo, na maioria dos casos o tratamento é cirúrgico.

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