segunda-feira, 23 de abril de 2018

Brasil usará drones no combate ao Aedes aegypti



O Brasil ganhará um novo aliado na batalha contra o Aedes aegypti. A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) anunciou que drones serão usados em estratégias de controle dos mosquitos. A informação, que foi divulgada na última quinta-feira (19/04), é que os testes realizados com essa nova tecnologia foram concluídos com sucesso.
De acordo com a agência da Organização das Nações Unidas (ONU), os veículos aéreos transportam insetos tornados estéreis por meio de radiação e os liberam no meio ambiente para conter sua proliferação. A técnica, conhecida pela sigla SIT, em inglês, desenvolve em cativeiro a criação de machos do Aedes aegypti, que ficam incapacitados de se reproduzir ao serem expostos à radiação gama. Como eles são estéreis, o acasalamento não gerará novos mosquitos, o que reduzirá ao longo do tempo a presença da espécie.
Um dos obstáculos encontrados no uso dessa estratégia era a fragilidade do Aedes aegypti. Quando liberado em altitudes elevadas, o mosquito podia ter suas asas e pernas danificadas, o que inviabilizaria sua difusão. Além disso, os mosquitos também precisavam suportar temperaturas mais frias.
Durante todo o ano de 2017, a agência trabalhou conjuntamente com a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO) e com o grupo suíço-americano WeRobotics para desenvolver um protótipo de aeronave capaz de transportar em segurança os Aedes modificados. 
De acordo com Jeremy Bouyer, entomologista médico da Divisão Conjunta da FAO e da AIEA de Técnicas Nucleares na Alimentação e Agricultura, o mecanismo de liberação dos mosquitos era a grande preocupação na aplicação da SIT. Contudo, o resultado dos testes realizados demonstraram uma mortalidade de menos de 10% dos insetos ao longo de todo o processo de resfriamento, transporte e liberação aérea.
Segundo o especialista, a vantagem do uso da nova técnica é a possibilidade de tratar 20 hectares em apenas cinco minutos. Além disso, essas aeronaves têm capacidade para carregar 50 mil mosquitos estéreis por voo. Com o resultado bem sucedido, o Brasil planeja usar os drones a partir de janeiro do próximo ano, tanto em zonas urbanas quanto rurais, durante o pico do verão e da estação dos mosquitos.
Atualmente, a AIEA está tentando reduzir o peso das aeronaves e aumentar sua capacidade, para transportar até 150 mil mosquitos por voo. O desenvolvimento do veículo aéreo teve o apoio financeiro da Agência dos Estados Unidos para o Desenvolvimento Internacional (USAID). A SIT é uma tecnologia usada há mais de 50 anos no combate às pestes na produção agrícola, mas só recentemente conseguiu ser adaptada para o controle de mosquitos transmissores de doenças.
Fonte: ONU

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