Coceira,
vermelhidão, tosse, falta de ar, são alguns dos sintomas que aparecem quando a
pessoa ingere algum alimento que tem alergia.
Por Rebeka Gonçalves
O Ministério da Saúde
estima que cerca de 6% das crianças até 3 anos de idade e 3,5% dos adultos sejam
alérgicos a algum alimento. Os dados sobre prevalência das alergias alimentares
são variáveis pelo mundo, pois depende da idade, hábitos alimentares e
culturais da população.
A alergia alimentar é uma
reação adversa, uma resposta exagerada do organismo a determinado alimento e/ou
seus componentes, através de um mecanismo imunológico. Os sintomas são
variados, desde reações leves até mais graves que podem comprometer a vida.
“Os sinais e sintomas
surgem mais comumente na pele, na parte respiratória e gastrointestinal. As
reações na pele podem ocorrer coceira, vermelhidão e inchaço, já na parte
respiratória, aparece tosse, rouquidão, falta de ar e chiado no peito. Os
sintomas gastrointestinais têm enjoos, vômitos, diarreia e dores na barriga”,
explica Luiz Alexandre da Rocha, alergologista do Hospital das Clínicas de
Pernambuco.
O diagnóstico é clínico,
através de dados e informações relatadas pelo paciente, além do exame físico.
Os testes alérgicos são complementares e, normalmente, são realizados na pele
do paciente ou a partir de exames de sangue. O tratamento consiste em evitar o
alimento alergênico e seus derivados até que o problema seja superado.
“Em determinados casos, o
tratamento com dessensibilização pode ser uma alternativa, e consiste em expor
o paciente gradativamente ao alimento que causa alergia. Mas essa modalidade
não é feita de rotina, tem indicações precisas e só é realizada em centros
médicos de referência e por alergologistas capacitados”, acrescenta o
especialista.
O design gráfico Pedro
Queiroz relata como descobriu que era alérgico. “Descobri há 10 anos, quando
estava no restaurante e pedir um chop suey (comida chinesa). Minha garganta
fechou e fiquei cheio de manchas e caroços no corpo. Fui ao hospital e descobri
que era alérgico a camarão. Fiquei com um certo receio e, por isso, perdi o
gosto por ele, hoje nem gosto de camarão”, relembra.
“De modo geral, fatores
como herança genética, privação de aleitamento materno, alteração nociva da
flora intestinal e tratamento ruim de outras doenças alérgicas podem contribuir
para o desenvolvimento das alergias alimentares”, ressalta Luiz Alexandre. O
especialista explica ainda que a prevenção deve ser feita através da adoção de
hábitos saudáveis, do estímulo à amamentação, evitar exposição ao tabaco, além
do tratamento de doenças alérgicas, como asma e doenças de pele.
Confira os 5 alimentos que mais
causam alergia:
1.
Leite
A alergia à caseína,
proteína do leite, é mais comum em crianças e, nestes casos, tende a
desaparecer com o passar dos anos. Quem tem alergia ao leite de vaca também
terá reação a seus derivados, como iogurte, queijo ou a qualquer produto que contenha
este item em sua composição, como o chocolate.
2.
Ovo
A alergia ao ovo é o
segundo tipo mais comum. O problema deste alimento são duas proteínas: a
ovalbumina e a ovomucoide, presentes na clara. O alérgico não pode ingerir
nenhuma parte do ovo, já que no alimento há um contato direto entre a gema e
clara.
Também é importante estar
atento ao rótulo e à composição dos alimentos, pois a albumina é frequentemente
usada isoladamente em marshmallows, comidas congeladas e outras misturas para
alimentos.
3.
Frutos do mar, crustáceos e moluscos
Estes alimentos são a
principal causa de alergia alimentar em adultos. Isso acontece porque estes
alimentos contêm muitas proteínas diferentes que podem desencadear as reações
do organismo. No entanto, acredita-se que a principal responsável pelas reações
alérgicas a crustáceos e frutos do mar é a tropomiosina.
No Brasil, esse tipo de
alergia é comum em regiões litorâneas, pois são itens da dieta de quem mora
nesses lugares. O camarão é a principal causa de reação alérgica grave (anafilática).
A pessoa que tem alergia a algum destes alimentos precisa tomar cuidado ao
ingerir outros crustáceos (caranguejo, lagosta) e moluscos (ostra, polvo,
mexilhão), pois há uma grande probabilidade de ser alérgica também a eles,
devido à presença da mesma proteína em todos esses animais.
4.
Amendoim
Estudos apontam que a
cupina e a conglutinina (proteínas do amendoim) são as principais responsáveis
pelas reações alérgicas, pois esse é um alimento rico em proteína, a cada 100
gramas de amendoim, 27 são de proteína.
Um estudo divulgado no
jornal New England Journal of Medicine
afirma que, ao contrário do que se acredita, se você quer que seu filho não
desenvolva alergia a amendoim, é preciso começar a dar o alimento a ele a
partir dos onze meses de idade. Crianças que comem amendoim com frequência são
as que menos desenvolvem alergia.
Ser alérgico ao amendoim
não significa ser alérgico a outras oleaginosas como castanhas, nozes e
amêndoas. Entretanto, por também possuírem altas quantidades de proteínas,
estes frutos precisam ser consumidos com atenção, principalmente por quem tem
predisposição a ter reações alérgicas.
5.
Trigo
A alergia ao trigo não
está relacionada ao glúten. O sistema imunológico dos alérgicos ao trigo
identifica a proteína gliadina como um componente que poderia prejudicá-lo e
passa a enviar anticorpos para combatê-la. Por isso, é preciso estar atento ao
rótulo e aos ingredientes dos alimentos, pois muitos alimentos contém o grão
como pães, bolos, cereais, macarrão, farinha, entre outros.
Quem é alérgico ao trigo
não apresentará, necessariamente, reação à cevada, à aveia ou ao centeio. São
os celíacos, que apresentam intolerância ao glúten, uma proteína de difícil
digestão presente nesses alimentos, que não podem ingeri-los.
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